Dia 11 - O clássico clichê ridículo.

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    [00:57AM] Eu andei pensando um pouco sobre essa bagunça de memórias, momentos, histórias, ações e por assim vai... E todas as vezes que eu dizia algo sobre os acontecimentos eu me dirigia como "memória" e "minhas memórias", mas se eu batizar tudo assim, algumas coisas não fariam sentido de jeito algum! Por exemplo: No dia que o "meu padrasto" chegou bêbado em casa, brigou comigo, bateu e matou a minha mãe, antes dele se matar, ele pediu para eu ir para longe daquela casa, eu obedeci. Mas, tudo continuou, mesmo eu não estando ali, tudo prosseguiu, eu ouvi as últimas palavras do Gabriel "Não queria que a pirralha me visse fazendo isso.", eu vi a bala atravessando a cabeça dele e tudo acabar exatamente ali. 

    Eu teve também o episódio do hospital, eu não estava ali, ou pelo menos eu não me vi naquele lugar. Como isso aconteceu?

    [01:22AM] É, um destino foi selecionado na carta repetitiva... É o mesmo lugar do acontecimento anterior. Na carta só está escrito: "Volte para o local anterior." E aqui estou eu, sentada na cerca de uma casa aleatória e escrevendo no meu fiel companheiro, o diário.

    [02:09AM] OK. Parece que eu acabei de assistir um filme clichê romântico horrível. Garota conhece o garoto, garota acha o garoto bonito, garota sai com o garoto, acontece algo com a garota e o garoto a salva. Meu Deus, que lixo!

    - E aí, menina sem nome? Gosta de uma festinha, né? - Perguntou Roberto

    - Não posso dizer que gosto de algo que nunca fui. 

   - Espera, espera, espera. Quer dizer que a senhorita nunca foi numa festa?! - Um garoto moreno, com olhos castanho-claro e cabelo baixo. Ele aparentava ser o mais velho do grupo, mais ou menos 18 anos.

    - Qual é o problema? - Eu murmurei. 

    - Nenhum! Eu só fiquei meio surpreso. - O garoto moreno abaixou a cabeça.

   Depois de uns minutos de caminhada, finalmente chegamos na "festinha", uma festinha enorme, com muitas pessoas, algumas músicas legais e outras chatas tocando, pessoas bêbadas, pessoas fumando, pessoas estranhas. Pessoas. Pessoas. Pessoas me assustavam, isso estava estampado na minha testa. 

    - Não gostei do ambiente, eu vou embora. - Enquanto eu dava meia volta, Roberto segura meu pulso e sorri.

    - Nada acontecerá contigo se você não permitir, OK? Confie em mim, você vai curtir. - Roberto solta uma piscadela. 

    Eu acabei ficando mais tranquila com as palavras de Roberto, mas no fundo, eu sabia que eu não deveria estar naquele lugar.

    Após algumas horas naquele lugar, sinto que estava sendo observada há um tempo por um homem muito mais velho que eu e com um rosto que dava medo.

    - O que uma garotinha tão bonitinha como você faz num lugar como esse? - O homem tinha se aproximado de mim. Aproximado demais. Aproximado mesmo. 

   - Não te interessa. - Eu decidi ser curta e objetiva, pois as palavras são as piores vilãs nesse momento (ou em qualquer momento).

    - Ah, vamos! Não quer ter algum amigo novo? - Ele solta um riso baixo e alisa a mão dele no meu cabelo.

   - Não. Me solta. - Eu tiro a mão dele do meu cabelo.

   - Olha... Temos uma falante aqui. - Rindo, ele me pega meu pulso e sai me arrastando pelo lugar. Cadê o grupinho que eu estava junto? 

    "Nada acontecerá contigo se você não permitir, OK?"  a voz de Roberto ecoava diversas vezes na minha cabeça. 

    - ME SOLTA AGORA! - Eu o chutei na fossa poplítea, fazendo o mesmo se desequilibrar e cair. Todos em volta riem.

    - Você me paga, garota! - Ele se levantou rapidamente e foi imediatamente a mim. 

    - Você não entendeu que ela quer ficar em paz? - Roberto apareceu do meu lado e passou o seu braço em volta do meu pescoço.

    - Ela escolheu um lugar. 

    - Vai embora e não nos perturbe mais, seu verme! - O cara estranho foi embora do local e depois o Roberto perguntou se ele tinha feito algo comigo e eu balancei a cabeça negativamente.

    - Eu vou embora, tá? - Antes de eu sair, Roberto disse:

    - Eu sei que aqui não é um dos lugares para nos conhecermos melhor, mas espero que um ida nos encontremos mais uma vez. - Eu solto um sorriso e saio do lugar.

    Aparentemente o Roberto quis me iludir desde novinhos até adultos idiotas.

    Eu só quero que o décimo terceiro dia chegue logo.

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