Dia 10 - Para quê eu fui dizer "desculpa"?

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    [01:51AM] Eu achei o acontecimento no orfanato meio triste, mas pelo menos eu estou viva.

    Eu vim devagar até essa casinha, (a casinha antiga do descanso) pois estou começando a me acostumar com a penumbra estranha, as cartas vindo do nada, sensações desconfortáveis e as inseguranças dos acontecimentos futuros. 

    Eu encostei numa cadeira rosada com uma estampa xadrez que fica próxima à uma ladeira e acabei tendo uma ideia maluca e arriscada. Eu estava pensando em, daqui a três dias, correr para longe daqui, correr sem rumo. Aqui nesse lugar eu reparei que tudo em volta é muito escuro, talvez eu ache a saída ou o idiota que me botou nessa prisão desconfortável. Até o décimo terceiro dia, tenho muita coisa para planejar.

[03:13AM] Quando eu estava indo ao quarto deitar, no corredor que liga a sala e o quarto, vi uma nova carta, um novo destino, um novo objetivo.

   "Olá, menina. O que achou da queimadura? Fique tranquila, há muitas outras espalhadas no seu corpo.

    Vamos falar sobre o seu novo trajeto. Na mesma rua que você viu a memória do orfanato, irá acontecer a sua próxima lembrança. Estou extremamente ansioso para ver a sua cara de decepção.

    Vou adorar te observar novamente, senhorita sem nome."

    Eu já estou aqui na rua aguardando a... lembrança decepcionante.

    [04:16AM] Ah, ótimo! Eu descobri como eu conheci aquele vagabundo, ou melhor, Roberto.

    Chegando ao local, precisei esperar alguns minutos até tudo começar.

    Me ver vindo para a... minha direção foi estranho, eu quis chorar, algo doeu muito, mas eu consegui controlar a dor passageira.

    - Eu me pergunto o que aconteceria com o orfanato se fizessem alguma reforma. - Eu me (mais nova) aproximei murmurando.

    Atrás de mim (mais velha), escutei alguns risos cada vez aumentando.

   (eu chamarei a "eu mais nova"  de garotinha) A garotinha estava murmurando coisas que não davam para ouvir, ela estava observando o orfanato e continuou caminhando. O grupo de amigos se aproximou e entrou na rua. Tanto o grupo como a garotinha prosseguiram caminhando em direções opostas. Eles ficaram sem atenção e acabaram se esbarrando sem querer.

    - Desculpa aí, às vezes eu fico muito distraída e não presto tanta atenção no que está acontecendo em volta.

    - Sem problemas, gata. Ei, você é bonita... qual é o seu nome? - disse um garoto do grupo.

    - Não interessa. - bufou a garotinha desviando o olhar

   - Ah, que belo nome! Eu sou o Roberto. Você parece meio entediada, estamos indo numa festa quer ir com a gente?

    - E o que eu ganho em troca?

    - Comida, música e diversão grátis.

    -...tanto faz...

   - Venha, senhorita sem nome.

    Do nada, todos desapareceram e apareceu uma carta na minha mão. Por que tudo sumiu?

    A carta diz:

    "Para te facilitar, pense bastante nesse ocorrido, todos os detalhes. Amanhã teremos as próximas cenas, OK? Vá para a casa e dê uma descansada, senhorita sem nome."

    OK, o Roberto e eu somos amigos a tanto tempo assim? Eu e ele, na lembrança, parecíamos ter uns 14 anos. Isso é sério? Isso é realmente decepcionante.

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