CAPÍTULO 08

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Harry

Três semanas mais tarde

O pai dela apareceu dois dias depois e a levou embora.
Tomou tudo de mim para deixá-la, vê-la sair pela porta da frente. Sabia que ela odiava ter ido e me odiava ainda mais
por deixa-la ir, mas era o que precisava ser feito.
— Apenas diga a ele como você se sente sobre ela. —Darren disse. Eu estava afogando minhas mágoas em uma
garrafa de uísque antes que fizesse algo estúpido como seguir o conselho de Darren.
— Não. — disse claramente antes de tomar outro gole da
garrafa.
— Na verdade, você precisa ir devagar. — Darren agarrou a garrafa de uísque, mas a abracei contra o peito, balançando minha cabeça em negativa. Não bebi tanto assim desde que me alistei, mas não havia nada que pudesse preencher o espaço em meu peito que pertencia a Bridget.
Ela me deixou possuí-la e sabia o quanto iria doer quando fosse embora.
— To-toque na gar-gar-rafa e quebrarei se-seus de-dedos. — minhas palavras estavam um pouco confusas
enquanto estreitava os olhos para ele.
Ele riu, sem medo.
— Eu nunca o vi beber assim antes. — sabia que a preocupação de Darren era real, droga, estava preocupado,mas se não bebesse, havia uma chance de ir até Parker e dizer o quanto me importo com Bridget.
— Agora viu. — tomei mais um gole da garrafa, o uísque nublando meus sentidos. Eu não conseguia lidar com a necessidade e o desejo pulsando em mim.
— Cara, estou preocupado com você e nunca me preocupo com ninguém, nunca. — isso era verdade, mas não
me importava, a minha razão para respirar foi embora e não havia a porra de uma coisa que pudesse fazer sobre isso,porque se fizesse, eu arriscaria uma amizade de vinte anos e não podia fazer isso.
— Não se preocupe comigo, esse uísque me manterá no lugar. — coloquei a garrafa no balcão da cozinha me
levantando.
Eu me odiava por ter deixado ir a única mulher que amava.
— Como você sabe que ele não aprovaria? — Darren olhou para mim.
— Eu sei. — girei para olhá-lo, meus dedos agarrando a beirada do balcão para me manter firme.
— Eu acho... — ele sorriu. — Que podia chamar algumas garotas e ajudá-lo a superar isso, sei que não há nada como uma boceta virgem, mas...
Flexionei o maxilar, suas palavras me deixando furioso.
— Nunca fale dela assim novamente. — Darren sabia que eu estava irritado, porque ele se afastou com as mãos
para o alto como se dissesse que não fez nada.
— Eu não quis dizer isso desse jeito e você sabe disso.
— balancei a cabeça, a lembrança dos lábios dela contra os meus... Precisava seguir em frente, deixar ir os sentimentos, não havia nenhuma forma de ficarmos juntos, nenhuma
forma de termos nosso felizes para sempre sem arruinar a vida de outra pessoa.
— Eu... eu sei. — fechei os olhos com força, raiva, dor,tristeza, tudo isso me inundou, precisava ficar sozinho, para me afundar na minha própria miséria.
— Vá embora. — murmurei saindo da cozinha e indo para o meu quarto.
Usei a parede para me guiar pelo corredor até o quarto,juro que ainda podia sentir o cheiro dela enquanto respirava fundo.
Entrei no quarto tirando minha blusa e o jeans, tudo o que eu queria era Bridget, o toque, seus lábios, suas mãos contra minha pele, era totalmente devotado a ela, meu corpo
se recusava a adorar outra mulher.
E se não fosse minha gatinha não seria mais ninguém.
— Você ficará bem? — a voz de Darren veio da sala.
— Eu já não lhe disse para ir embora? Vá embora! —disse enquanto me arrastava no colchão, o mesmo colchão onde a reivindiquei pela primeira vez.
Eu não ouvi a voz de Darren novamente e esperava que ele tivesse ido embora. As emoções tomaram conta de mim e peguei meu celular, os dedos se arrastando contra a tela enquanto olhava sua foto.
Tirei uma foto dela enquanto estava aqui comigo, apenas uma foto, que adoraria pelo resto da vida.
— Seja homem... — murmurei para mim mesmo,sentindo as lágrimas inundarem meus olhos, não podia
chorar por ela, não podia, perdi homens na guerra, vi pessoas
que eu amava perderem suas lutas contra o câncer, mas nada me quebrou como perder Bridget.
O desejo de enviar uma mensagem para ela estava me consumindo, então digitei a mensagem que queria, as
palavras eram uma bagunça, depois cliquei em seu nome e enviei. Não deveria ter feito isso, eu sei, mas precisava dizer a
Bridget como me sentia, mesmo que fosse errado.
Virei e me afundei no colchão, lágrimas caindo dos meus olhos, odiava ter deixado que ela se fosse, não lutei por ela,por nós e a dor que estava sentindo era culpa minha, por ter sido estúpido e pensar que poderia viver sem Bridget.
O som do meu celular tocando se registrou em minha mente em algum lugar, o abracei contra o peito como se minha vida dependesse disso quando vi o nome de Bridget na tela.
Pressionei o botão verde para atender, sua doce voz ecoando em meus ouvidos.
— Você está bem Harry? — podia dizer que ela estava em pânico, até mesmo assustada e odiava tê-la deixado desse
jeito.
— Não, porra, sinto muito a sua falta. — sussurrei as palavras, me sentindo como se estivesse falando com um
fantasma em vez dela mesma.
— Harry. — ela disse meu nome com tanta angustia que pude sentir a palavra indo direto para o coração. Mordi o lábio, tentando reprimir a tristeza que queria sair de mim.
— Eu deveria ter dito. — as palavras vibraram através de mim.
— Harry preciso te contar uma coisa. — sentei-me na cama, segurando o celular firmemente contra a minha orelha
esperando que ela falasse novamente.
— O que foi gatinha? — esperei segurando a respiração para ouvir o que ela tinha a dizer.
— Estou grávida e meu pai sabe, ele está furioso... —pisquei, o uísque em minhas veias evaporando no ar, assim que as palavras saíram de seus lábios e passaram pelo telefone, eu fiquei sóbrio.
— Grávida? Como? — perguntei mais a mim mesmo, do que a ela, Bridget disse que estava no controle de natalidade
ou mentiu?
— Você é o pai Harry, esqueci de tomar as pílulas e apenas percebi isso quando cheguei em casa, sinto muito. —ela fungou, como se estivesse segurando as lágrimas, meu coração se partiu em um milhão de pedaços ouvindo a
tristeza em sua voz.
— Pai? — sussurrei a palavra, deixando que isso afundasse, eu seria pai, a porra de um pai, Parker sabia?
— Sim Harry, você será pai, sinto muito, se não quiser o bebê, então pensarei em alguma coisa, não quero que você
fique irritado comigo. — balancei a cabeça, odiando que ela pensasse que eu não queria o bebê.
— Shhh, pare gatinha. — respirei fundo.
— Quero o bebê, quero você porra, consumiu todos os meus pensamentos desde que foi embora a três semanas
atrás. — eu podia ouvi-la segurando o folego no telefone, ela esperava que estivesse feliz por ter ido embora?
— Pensei que estivesse irritado comigo, que me odiasse por ir embora. — lambi os lábios pensando nas coisas que
faria com ela se estivesse bem na minha frente agora.
— Nunca gatinha, porra, nunca mesmo. — precisava chegar a ela e ser o homem que precisava, tinha que colocar um anel em seu dedo, apoia-la e venerá-la como um homem
de verdade deveria.
— Quero ficar com você. — ela disse.
— Você ficará gatinha, com certeza, é minha agora,nosso filho cresce dentro de você e é apenas minha. — rosnei.
Eu precisava dormir para tirar o uísque do meu sistema,mas quando acordasse de manhã, iria direto para ela.
— Ele sabe Harry, meu pai sabe, não sabe que você é o pai, mas o culpa, acha que me deixou sair e dormir por aí. —
passei a mão pelo meu rosto, raiva surgindo, Parker não entendia a dinâmica do nosso relacionamento, mas em breve,iria.
— Estarei aí de manhã gatinha e quando chegar, é melhor você estar pronta para sair, porque não irei embora sem você. — anunciei.
Saber que Bridget carregava nosso filho dentro de seu doce ventre mudava tudo, isso removia a necessidade de ficar longe dela, precisava ficar com ela de qualquer jeito, dentro dela, ao lado dela, para sempre.
Seria o homem que ela precisava, e o pai que a nossa criança merecia.
— Ok... — sua voz tremeu.
— Eu... eu te amo. — Bridget sussurrou, suas palavras batendo em meu coração, queria sussurrar isso de volta e
deveria ter feito, mas quando dissesse isso a ela, queria que fosse do jeito certo e agora não era o momento.
— Eu sei gatinha e quando for a hora direi as mesmas palavras para você, mas quando fizer isso... será perfeito,
porque você merece apenas o melhor. — meus olhos estavam pesados e minha respiração se nivelava enquanto esperava que Bridget dissesse alguma coisa.
— Eu o verei amanhã então, boa noite Harry. — ela disse suavemente e então desligou, me deitei novamente no
colchão, meus olhos se fechando, as coisas que Bridget acabou de falar surgindo em minha mente.
Eu seria pai, seria um marido, seria a porra do melhor homem que poderia para minha pequena e doce gatinha, a
porra do melhor pai para o nosso doce bebê, que estava crescendo em sua barriga.

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