CAPÍTULO 09

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Bridget

Segurei minhas mãos juntas em desespero, meu pai estava sendo grosseiro com seus comentários e mesmo que eu tentasse não ligar para eles, estavam começando a chegar
até mim.
— Nós vamos para a casa de Harry e você dirá a nós dois com quem dormiu. — sua voz irradiava desaprovação, eu
sabia que ele queria o melhor para mim, mas o que não sabia é que Harry era o melhor.
Harry era o homem que eu quis desde que era uma adolescente, me guardei para ele e agora teríamos nosso felizes para sempre, queria poder dizer corajosamente isso ao meu pai e fazer com que entendesse, mas sabia que não o faria.
Eles são melhores amigos por anos e Harry deveria ser como um tio para mim, mas nunca foi, sempre foi algo a mais aos meus olhos, eu mal podia acreditar que um pedaço de Harry estava crescendo dentro de mim.
Nosso bebê.
— Você está me ouvindo Bridget? Está? Isso irá arruinar sua vida, esse homem, quem quer que seja não se importa
com você, tudo o que ele queria era fodê-la e agora olhe só o que você fez a si mesma. — engoli as palavras que queria desesperadamente dizer, Harry não era um garoto, era um homem e cumpriria sua palavra.
— Sinto muito que... o desapontei pai. — meus olhos foram para o chão, eu mais que o desapontei, ele estava
furioso comigo.
— Desapontamento não é nem a palavra que usaria,deveria saber que Harry não seria capaz de manter um olho em você. — ele passou uma mão por seus cabelos em frustração.
— Isso é minha culpa, droga. — ele deu um tapa no balcão.
Balancei a cabeça, a raiva em seus olhos me assustando, ele não podia culpar a si mesmo, mas também
não podia culpar Harry, isso era culpa minha, eu esqueci de tomar minhas pílulas e me joguei sobre Harry.
— Não é sua culpa. — murmurei passando minha mão sobre a barriga, os olhos de meu pai se abaixaram e se
fixaram em meu estomago.
— Não acaricie sua barriga como se você se importasse com esse bebê, não se importa, porque se importasse não
teria dormido com qualquer um apenas por um bom momento.
Eu fiquei sem fôlego, tentando lembrar a mim mesma que ele não sabia que Harry era o pai.
— Eu me importo. — levantei os olhos aos dele vendo a raiva queimar, amava meu pai mais do que tudo no mundo,
mas não podia lidar com o ódio que ele estava sentindo nesse momento.
— Harry pagará isso, melhor amigo eu vou matá-lo por deixa-la longe de sua vista, ele devia saber, porra devia
saber. — o pânico me alcançou, me deixado parada em meu lugar, se estava irritado com algo tão pequeno, como reagiria ao descobrir que quem me engravidou foi Harry?
— Pai, não é culpa de Harry. — levantei e olhei ao redor da sala, eram apenas alguns minutos após a uma e sabia que Harry estaria ali a qualquer momento, pelo menos esperava que ele estivesse, meu pai estava ficando cada vez mais
irritado com cada minuto que se passava.
— Estou cansado de ouvi-la o defendendo, sente-se e pense no que fez para estar nessa situação, agora não tem mais ninguém além de mim para apoiá-la e a esse maldito bebê, que porra estava pensando Bridget? — ele gritou, batendo no balcão novamente. Meu coração estava se partindo com a escolha de palavras dele, o som do motor de uma moto entrou pela janela e meu coração se apertou enquanto via Harry descer de sua moto e a encostar perto da garagem.
— Harry está aqui. — avisei ao meu pai, que parou no meio da cozinha com os punhos apertados ao seu lado.
— Que porra ele está fazendo aqui? — papai grunhiu indo para a porta antes que pudesse fazê-lo, Harry estava esperando na calçada exalando confiança. Esse era o meu cavaleiro, meu protetor, meu futuro e nem mesmo meu pai ficaria no caminho dele, em nosso caminho. Passei as mãos suadas pela minha blusa antes de ir atrás de papai, ele abriu a porta, o que não costumava fazer.
— Parker. — Harry o cumprimentou com um sorriso no momento em que me viu.
— Que porra você está fazendo aqui? — veneno pingava das palavras de meu pai.
— Estou aqui por ela. — Harry apontou para mim então os olhos de meu pai se moveram entre Harry e eu, raiva
vibrando dele.
— Você não a levará a lugar nenhum, não depois do que ela fez, está grávida Harry e tudo porque confiei em você para protegê-la, em vez disso você a deixou sair por aí como uma vadia e dormir com qualquer um. — Harry foi de feliz a raivoso,em segundos eu estava presa no meio, minha ferida se abriu com as palavras do meu pai.
— Vadia? Você apenas acabou de chamar sua filha, da porra de uma vadia? — Harry estava cara a cara com meu pai e soube que uma briga estava prestes a começar.
— Bem, se não queria ser chamada de uma então talvez não deveria ter agido como uma. — as palavras mal foram
ditas e Harry acertou meu pai no rosto, seu punho atingindo seu queixo e um som estranho preencheu o ar.
— Bridget é minha e o bebê é meu, sempre a quis, desde que ela tinha dezesseis anos, mas sabia exatamente o que significava cruzar a fodida linha, mas agora... — o olhar sombrio de Harry foi para mim enquanto meu pai se virava e segurava seu nariz com as mãos.
— Porra, eu não ligo nem um pouco, pode dizer o que quiser de mim, mas não diga a porra de uma palavra sobre Bridget.
Eu era uma bola de emoções, sentia raiva do meu pai,de mim mesma, de Harry por ter que colocar papai em seu lugar, queria que isso fosse suave e não que tivesse causado uma grande briga, queria que meu pai fizesse parte da minha vida e do bebê, queria que ele e Harry pudessem continuar sendo amigos.
— Você é meu melhor amigo Harry, como pode fazer algo tão sacana como isso? — Horror preencheu as feições de meu pai. Ele não entendia o amor?
— Talvez eu esteja errado aos seus olhos, mas aos meus estou mais do que certo, você é o meu amigo mais próximo,então vou ignorar o que você disse, mas se alguma vez falar sobre Bridget, sua filha, minha futura esposa dessa forma,baterei em você até sair essa sua merda.
— Harry. — eu disse querendo que o momento acabasse,tudo o que queria era estar nos braços de Harry e longe da raiva e ódio.
— Casar? Você não pode se casar com ela Harry. — eu podia ver meu pai engasgando com as palavras, tentando encontrar uma forma de me manter ali.
— Eu posso e irei, ela está carregando o meu bebê e farei a coisa certa, colocando um anel em seu dedo, fazendo-a minha pelo resto de nossas vidas. — os olhos de Harry foram
para mim, meu coração estava inchando por ele.
— E se fizer isso Bridget, você nunca será bem-vinda em minha casa novamente. — olhei enquanto meu pai, o homem que me criou se levantava do chão. Ele estava com raiva agora, mas eventualmente passaria, teria que passar.
— Bridget não precisará ser bem-vinda em sua casa, ela tem a mim agora. — Harry se aproximou de meu pai e
estendeu sua mão para mim.
— Preciso pegar minha mochila. — eu me movi para o corredor, pegando a mochila que deixei escondida no armário na noite passada.
— Você não pode fazer isso Harry. — meu pai estava insistindo com Harry quando voltei.
— Posso e farei, eu a amo Parker e se você não pode ou não entender isso... bem, é com você, quando estiver pronto pode nos visitar, até lá fique bem longe de nós. — as palavras de Harry eram um aviso e papai nos encarou com descrença e enquanto íamos em direção a moto, meu pai não disse mais nada. Assim que estávamos longe de sermos ouvidos, Harry segurou meu rosto e pressionou seus lábios nos meus.
— Senti tanta sua falta gatinha, que não é nem mesmo engraçado. — Harry sussurrou entre beijos. Eu também senti a falta dele, mais do que ele jamais saberá.
— Você acha que ele ficará bem? — perguntei preocupada, a culpa estava me comendo viva, queria correr
de volta para o meu pai e abraça-lo, dizer que eu sentia muito, mas não podia, estava chateado e com raiva.
Harry grunhiu sua resposta a minha pergunta.
— Ele apenas precisa de tempo para absorver isso e quando o fizer tudo ficará bem, estou farto de esconder
minha necessidade e desejo por você, se isso machuca seu pai, então não posso fazer nada. Ele é meu amigo e o
respeito, mas eu amá-la não deveria machucá-lo.
Harry estava certo e mesmo que eu soubesse disso as lágrimas ainda escorriam de meus olhos, sentia como se estivesse perdendo um membro da minha família, a única pessoa que realmente tive.
— Shhh gatinha, eu conheço seu pai há muito tempo, ele irá superar isso, apenas é muito durão. — Harry me
garantiu, soltando meu rosto e me ajudando a subir na moto,ajustei minha mochila e me acomodei no assento de couro.
— Nós precisamos comprar uma minivan. — brinquei,pegando o capacete e o colocando, sentindo que estava um pouco apertado, Harry o observou, se certificando que estava
no lugar.
Onde estava o capacete dele?
— Nós vamos conversar sobre isso, eu não tenho certeza se estou pronto para dirigir uma minivan ainda, mas
veremos. — ele sorriu e borboletas se agitaram em meu ventre, Harry, o cavaleiro negro, o homem que cobicei e desejei desde o primeiro dia agora era meu.
— Eu te amo. — sussurrei achando que ele não podia me ouvir.
— Eu sei gatinha e você sabe que me sinto da mesma forma. — Harry se sentou à minha frente e colocou nossos corpos mais próximos, passei meus braços por sua cintura enquanto ele ligava a moto, podia ver que a porta da frente da casa ainda estava aberta e a tristeza me bateu. Esperava que Harry estivesse certo e que meu pai se recuperasse e fizesse parte de nossas vidas.
— Pronta? — ele gritou junto com o rugido da moto, o motor vibrava pelas minhas pernas, mandando impulsos
direto para o meu núcleo.
— Quando você estiver. — eu o apertei mais forte, o seu cheiro e calor de seu corpo contra o meu me acalmando.
Tudo ficaria bem enquanto Harry estivesse comigo.

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