Chuva

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Ah, finalmente!
Ah, quem me dera fosse pra sempre!

Sim, a chuva.
A chuva, dama dos ares, princesa das nuvens, marquesa da terra e senhora do subsolo.
Tu, poderosa duquesa, que unifica céus, terras e mares.
Diplomata do planeta água.

Esplendorosa és
Porque trazes aconchego
Espledorosa és
Pois revigora minhas forças

Admirável sois sua filha, chuva,
A formosa tempestade.
Tempestade novata e inconsequente
Que tu concebes em fertilidade celeste

Tempestade inquieta e barulhenta
Pois nasce e morre no mesmo dia
Mas tão bela quanto tua mãe
Tal deslumbre me capricha com paz
Tal fusão que me cativa em esperança

Mas oh, não vá
Mas oh, não me deixe

Sei que tens que percorrer por todo o globo, mas fique comigo.
Sei que és ocupada e apressada com teus feitos, mas não se afastes.
Sei que és objetiva, mas se deleite comigo esta noite.

Eu sei... não importa o quanto eu implore...
Eu sei... não importa o que eu faça...
Você deve ir.

Mas deixai-me te explicar uma coisa, e fique comigo:

Quando vens, o homem se afasta.
Quando vens, o homem tem medo.
Quando sai, o homem se aproxima.
Quando sai, o homem me humilha.

Quando vens, o homem foge.
Quando vens, o homem me larga.
Quando sai, o homem corre para mim.
Quando sai, o homem me acorrenta em mim.

Mas tu já foi, não me escutou...
Mas tu já foi, o homem me apunhalou...

...

...

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