Controle

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Nas taquicardias de madrugada
Não consigo pensar em mais nada
Só sinto que perderei o controle e não verei mais a alvorada.

O medo me toma por completo
O vento me sussurra bem de perto
Que logo eu serei coberto
Com ataques e surtos preso ao deserto

Ao deserto inquieto do meu coração
Deserto assombroso de pesadalo e escuridão

Penso não ter mais controle
Sinto não ter o controle das pernas
Sinto não ter o controle das mãos
Penso em não ter mais controle de mim

Não há como ter pedidos de ajuda
Não há como ter amigos pra ajudar
Não há nem mesmo o som do ventilador a girar

Escuto apenas a paranóia entrar
Vejo apenas a escuridão entrar
Sinto apenas alguém a entrar, a entrar e me controlar

Quero ajuda mas não posso pedir
Não sou mais eu quem escreve aqui
É aquele homem que entrou sem pedir
Entrando e invadindo meu poema aqui

O despero agora me toma por completo
Não sou eu, é o homem desperto

Acha que estou a dormir aqui dentro?
Engana-te amigo, eu estou sofrendo

Sofrendo coisas que jamais pensaria.
Sentindo coisas que jamais cogitaria.

Sinto meus ossos estremesserem de pavor
Sinto meu sangue a correr de terror

...

Queria terminar pedindo ajuda
Mas já falei e repito de novo
Não sou mais eu, é o homem de novo.

Transtorno de Ansiedade com Licença Poética Onde histórias criam vida. Descubra agora