Drei

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Berlim - Alemanha


Toda sala ficou em silêncio, ninguém ousou falar nada diante à novidade dita. Todos encaram atônicos a televisão, não acreditando naquilo.

Em contrapartida, Bibiana estava orgulhosa pelo seu nome ser dito na frase pelo diretor, uma felicidade que não cabia no seu peito e agora estava sendo exposta ao mundo.

A ruiva encarou os jornalistas presentes, vendo muitos olhos arregalados e até mesmo algumas risadas vindas do fundo. Sabia que não seria tão fácil ser aceita, mas quem importava era o diretor, e ele que teve a idéia de ter uma figura feminina na arbitragem.

-Próxima pergunta?

Algumas figuras recuperadas do pequeno choque ergueram as mãos

Após a palavra ser passada à uma representante de uma rede alemã, foi feita a pergunta

-A senhorita poderia falar um pouco sobre você? Seu perfil e jornada até o presente momento?

-Claro, seria uma falta de respeito se vocês souberem apenas o meu nome – brincou, tentando quebrar o clima pesado que se instalou no cômodo - começando pela minha origem para todos ficarmos mais íntimos – começou a mexer as mãos, um modo para diminuir o nervosismo - sou uma brasileira de vinte e três anos, sou formada em estudos físicos e era árbitra de jogos femininos do meu país. A oportunidade foi divulgada a um pouco mais de um ano e consegui atingir todos os requisitos, aqui estou. –encerrou sorrindo, fazendo seus olhos diminuírem com sua bochecha se elevando.

-EU FALEI QUE ERA LATINA –gritou Kroos.

-Uma mulher pode apitar nosso próximo jogo e vocês ainda estão preocupados com o país que ela veio? –Humels estava claramente irritado com o conjunto de descobertas do dia.

-Qual o problema? São vários jogos, não é certo que vai ser no nosso – repondeu Joshua.

Kimmich estava nervoso, respondeu Hummels tentando acreditar na própria frase. Estaria representando o seu país e teria uma mulher mandando e controlando o seu jogo, não queria passar a vergonha de ter a mesma gritando com ele em rede mundial.

-É só uma mulher, qual o problema de vocês? –perguntou Leroy – Ela ainda é gata.

O jogador jovem do time bávaro focou na latina sentada, tinha uma beleza exótica, com a pele bronzeada, cabelos rebeldes que claramente eram naturais, nariz um pouco maior que o padrão europeu e corpo pequeno.

Pequeno não pela altura do goleiro, que tinha 1,93, mas pelos braços curtos e o rosto pequeno, a garota devia bater no ombro de Kimmich com muita sorte e devia pesar metade do peso dos jogadores.

Mesmo nervosa, Bibiana tentava parecer profissional e descontraída, não queria passar seu nervosismo e uma imagem de criança apavorada em sua primeira aparição ao vivo. Estava se saindo bem respondendo perguntas básicas de sua vida, até que as perguntas foram direcionadas aos patrocinadores e o foco saiu um pouco da mesma.

Após uma dúzia de perguntas, incluindo explicação sobre o árbitro de vídeo e a revelação dos grupos e seus países, o congresso se encerra com notícias para uma semana em cada jornal.

Mats discutia irado com Müller, os dois indignados com a notícia, achando um absurdo uma criança em campo que os jogadores teriam que ter cuidado para não pisarem.

Leroy, Manuel e Joshua estavam quietos com suas próprias discussões internas, assimilando a informação e torcendo para a latina não ser designada à apitar o jogo da seleção alemã.

Todos sabiam que não teriam a informação de quem seria o seu árbitro antes, uma questão de segurança e até mesmo para não correr o risco de alguma seleção querer subornar o mesmo ao seu favor.

A beleza da brasileira com um nome vindo da obra cinematográfica de sua mãe não era algo muito relembrado pelos jogadores, que estavam com medo da sua masculinidade estar em risco com uma figura feminina em campo com eles.

Kimmich estava lembrando a si mesmo de todos os jogos com a camisa do seu país e do seu time, que jogaria do mesmo jeito e daria o seu melhor, apenas teria uma pessoa do outro sexo para apitar e dar as faltas.

-Acho melhor irmos cada um para sua casa, amanhã tem treino e os jogos começaram semana que vem – concluiu Müller cansado, após aceitar que não teria argumentos que mudariam a escolha feita pelo diretor do clube.

-Nos vemos amanhã então – despediu-se Joshua, dando um pequeno aceno e se dirigindo ao seu carro, indo na sua rota em direção a sua casa, onde tomaria um banho e iria jogar algo para distrair sua mente.

like water • joshua kimmichWhere stories live. Discover now