PERCY
Há 900 anos...
Grécia
2ª Guerra Gigante - batalha finalOk, Percy pode admitir: Chamar de "difícil" lutar contra os gigantes é um tremendo eufemismo.
O som das intensas batalhas parece arder em seus ouvidos. Apesar de muitos gigantes já terem caído pelos poderes de deuses e semideuses combinados, o filho de Poseidon sabe que eles estão consideravelmente em desvantagem, para além do número. O jovem heroi não pode deixar de lembrar que sua herança não se restringe aos imponentes deuses presentes. Ele não pode deixar de lembrar que é metade mortal, principalmente ao sentir o cansaço queimar em seus músculos. Ele - eles - estão chegando ao limite de suas capacidades, de sua vontade.
Basta um rápido encontro de olhares para ver seus conturbados sentimentos refletidos nos olhos dos outros 6 da profecia.
O filho de Poseidon apenas respira fundo e volta seu olhar para o campo de batalha, tentando analisar melhor a situação.
Polibotes foi derrotado por ele e seu pai, Poseidon. Alcioneu por Hazel e Hades.
A maioria dos outros ajudava seus pais divinos com seu gigante opositor. Os deuses menores, junto com outros semideuses, lutavam contra outros monstros e gigantes restantes.
Porém o fato mais interessante é que Jason, filho de Júpiter, estava lutando ao lado de Hera.
Sim, Hera.
O filho de Júpiter prefere a madrasta, - que odeia - do que o próprio pai, o orgulhoso rei dos deuses.
"Bem." Percy pensa, já sentindo os lábios subirem e formarem um leve sorriso irônico. "Tenho certeza que, se não estivéssemos numa batalha, em menor número e quase desmaiando de exaustão, eu daria boas risadas pela ironia da situação." No final, ele apenas deixa de lado o pensamento e volta seu foco para o desenrolar das batalhas.
Hazel lutava agora ao lado de Hécate, o filho de Poseidon pode pegar um vislumbre dela derrotando Clítio. O poder da magia brilhava em seus olhos.
Leo, manuseava dois grandes martelos em chamas - que eram claramente desproporcionais ao seu corpo - com surpreendente habilidade e maestria, matando vários monstros a cada segundo.
Diante das lutas incríveis e desenrolar surpreendentemente favorável das batalhas, Percy já podia sentir ( e deixar) a esperança da vitória aquecer seu coração.
Mas, numa perseguição implacável, ele logo sente um fio frio percorrer sua espinha. Com um calafrio, a voz insistente e perversa de Gaia voltou a sussurrar ameaças para o jovem semideus.
"Muito bem, pequeno herói. Mas você não pode me derrotar, estou destinada a despertar e você está destinado a conhecer minha ira. Tem certeza que vale a pena perder tudo?" Ela sussurrou prazerosamente.
"Cala a boca." O heroi entoou num tom cortante e com os punhos cerrados. Se ele fechasse os olhos podia quase visualizar perfeitamente o sorriso da cruel primordial se esticar no fundo de sua mente.
"Sou paciente, meu pequeno herói, pois diferente de você, sou eterna. Entenda, de uma vez por todas, que você será meu peão, querendo ou não." Ela sussurrou novamente e sua voz assumiu um tom duro ao final.
Percy sentiu os cabelos de sua nuca se arrepiarem. Ele sentia todos os instintos de seu corpo gritarem para correr. Simplesmente fugir o mais rápido possível do perigo eminente...
Mas como fugir da própria terra?
Antes que pudesse saltar, o filho de Poseidon sentiu algo envolver seus pés, rapidamente puxando-o e o fazendo cair com tudo no chão. A última coisa que ele pode ouvir, antes de ser engolido pela terra, foi o grito de Annabeth. Depois, tudo era uma escuridão sufocante.
Não demorou muito, porém, para que uma estranha sensação de conforto brotasse em sua mente, mesmo que seu coração estivesse numa corrida desenfreada. Percy não sabia como explicar exatamente, mas ele podia sentir um olhar sobre ele, fixo e poderoso mas não perverso, originado do fundo de sua mente. Na antes total escuridão de sua visão, uma luz prateada irrompeu, afastando o que quer que Gaia estivesse preparando como seu ataque. Mais do que isso: o jovem heroi teve a forte impressão que, antes da luz irromper, um par de olhos negros brilhantes piscarem rapidamente em sua mente.
Um protetor.
"Pai, você não tem o direito de interferir nesse assunto." Percy ouviu Gaia quase rugir, numa irritação (e medo) nunca antes presenciada.
Quem no mundo despertar tamanho temor na primordial da Terra?
Infelizmente, as palavras ditas e as dúvidas do filho do deus do mar estavam rapidamente se esvaindo, junto com sua consciência. Quando ele estava prestes a desmaiar, uma explosão o tirou da terra.
"Percy!" - Exclamou o deus dos mares freneticamente, colocando a mão no ombro de seu filho. "Você está bem?" Ele perguntou, com a preocupação marcando suas feições. O jovem heroi estava desorientado demais para dar ao pai uma resposta normal e minimamente coerente.
"É por isso que minhas plantas sempre morrem.." Murmurou, ainda desnorteado. Poseidon soltou uma leve risada incrédula e ajudou Percy a se levantar.
"Está tudo muito quieto." Percy pensa, enquanto pisca, sua visão lentamente se estabilizando. Seus amigos estavam sentados no chão, comendo alguns pedaços de ambrosia e olhando-o de forma preocupada mas claramente aliviada.
"Acabou?" O filho de Poseidon pergunta surpreso, olhando para os vestígios da árdua batalha. Logo, como numa resposta imediata, um vento frio percorreu por todos os presentes. Era um riso misturado ao farfalhar das folhas. Imediatamente, Percy sabia que o pior ainda estava por vir.
Seu palpite foi confirmado quando ele viu os deuses assumirem novamente uma postura defensiva.
Foi então que ele ouviu o barulho.
Um exército, de milhares de monstros, marchando diretamente para eles.
(Reescrito em 07/07/2015)
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Notas da Ed.1 - 02/05/2020
Edição em massa que vai fazer a segunda maior mudança na fic desde que o primeiro capítulo foi lançado: mudança para terceira pessoa.
Para os leitores antigos que estão relendo a história, devo dizer que essa era uma coisa que eu queria fazer desde antes do lançamento dos últimos capítulos. Ainda não entendo porquê não fiz isso desde o início.
Acho extremamente desagradável escrever em primeira pessoa e, mais ainda, ler uma história como essa em primeira pessoa. Para vocês terem uma breve noção, se eu abro uma fanfic e ela está assim, eu normalmente fecho, isso em quase todos os fandons. Para simplificar o porquê dessa decisão: minha história possui múltiplas perspectivas, múltiplos narradores. Uma história desse tipo, quando escrita em primeira pessoa, dificilmente flui agradavelmente. Por isso, a mudança. Estou aproveitando para corrigir também alguns buracos nos diálogos que deixei passar nas antigas edições.
No mais, até logo!
~ Tia Cali
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Guardiões (fanfic Percy Jackson) - [EM EDIÇÃO]
FanfictionExistem centenas de monstros, deuses e outras criaturas fantásticas no reino de Caos, o criador. Já Guardiões? Apenas seis. Quase um milênio após o fim da Segunda Guerra Gigante, o traído e abandonado Percy Jackson agora prospera como líder dos Guar...