Desventuras em Série - Um Novo Começo

Capítulo Oito

- E então? – perguntou Beatrice, enquanto as meninas se olhavam no espelho analisando os vestidos. Ela havia dados os últimos retoques nos vestidos delas.
O baile no qual iriam era de enorme importância, Alice os tinha informado que qualquer coisa que desse errado poderia ser fatal. Parece que o lado incendiário da C.S.C. estava se organizando novamente, e eles deveriam coletar documentos que provassem isso.
Marta usava um vestido verde delicado, que se abria como pétalas na calda e davam a ela um ar de pavão, o que talvez fosse apropriado. Isadora usava um vestido azul como seus olhos, com detalhes em contas negras. Por fim Violet vinha com um longo vestido vermelho, que contrastava com os cabelos e olhos escuros.
Como dissera Sunny, elas estavam lindas.
Os garotos também estavam vestidos a caráter, com alta costura que ficava perfeita em cada um deles.
- Vamos, crianças! – dissera Alice, conduzindo eles para a porta para que fossem logo a festa. Atrasar-se era sempre de mal tom, segundo ela.
Dessa vez Alice contratara carros para levá-los a festa, por isso não foram de taxi. O caminho foi rápido, e eles pouco conversaram. Estavam todos nervosos, principalmente Marta, que parecia desconfortável em estar ali com eles.
- O lugar é bem bonito, combina comigo. – Disse Duncan, olhando para a decoração simples do lugar e pegando um cravo branco para colocar na lapela.
- Realmente, o lugar é agradável. Não parece uma festa de inimigos, sabe? Sempre imaginei que eles tivessem mal gosto – disse Sirius.
- Eles tem, em geral, mas parece que esses não. – disse Violet, porque bem sabia ela.
- Vou dar uma circulada – disse Klaus – vocês também, vejam se encontram alguma coisa.
Eles concordaram, espalhando-se pelo local. As pessoas ali era todas estranhas, parecendo todas ter coisas a esconder. Conforme a festa avançava as coisas ficavam mais tensas e bizarras. A comida era servida de modo estranho, pelo lado errado da mesa, e frases estranhas eram ditas a todo o momento.
Klaus havia achado somente um bilhete até o momento, que dizia “as coisas andam como planejado, mas precisamos de mais cer...” e terminava ai, pois fora rasgado e jogado na lareira. Enquanto olhava os lugares por volta do local, se deparou analisando uma garota com um belo vestido lilás, delicado com pequenas flores brancas. Era baixa e magra, tinha o rosto fino e olhos pequenos. Ela não usava óculos no momento, mas Klaus a reconheceu da mesma maneira.
Fiona.
Era estranho olhar para a garota que tinha rasgado seu coração, lhe dado um beijo e depois, supostamente, tinha morrido. Mas ali estava ela, viva e bonita. Klaus se lembrava de ser da mesma altura que ela, mas ela não parecia ter crescido muito desde então.
Logo ele procurou pelo irmão dela com a mão de gancho, mas não o avistou em lugar algum. Logo veio a dúvida: falar ou não falar com ela?
-
Violet e Quingley não estavam mais juntos, eles haviam se separado para cobrir maior parte da festa. Quingley agora estava na biblioteca da casa, observando as estantes enquanto procurava alguma coisa que fosse relevante.
E então ele viu. Na prateleira a sua frente havia um livro, aparentemente igual aos outros, encadernado em couro com letras grafadas em prata, mas o que chamou mais a atenção foi o título que ele trazia.
“Biografia Quagmire”
- Sirius estava perto da cozinha, onde haviam um grupo de mulheres conversando em baixo tom e em frases estranhas, como:
- E então quer dizer que o pequeno pardal realmente se revoltou contra a formiga...
- Isso pode atrapalhar um pouco nossos planos...
- O pardal é só uma criança, mas é o pardal, tem poder...
- Sim...
– O que será que a formiga vai fazer?
- O que se faz quando alguém atrapalha seus planos? Isso é obvio... E foi somente isso que ele pode ouvir, pois logo mais serventes saíram da cozinha carregando tigelas de ponche e ele perdeu as mulheres de vista.
–
Marta sorria falsamente para o rapaz com quem dançava calmamente pelo salão, ele estava suavemente bêbado e fala coisas demais. Esse era o tipo de pessoa que qualquer organização teria azar de ter.
- E o pardalzinho... ah, sim, está revoltado... não obedece mais, tem ideias diferentes demais... mas o que podemos fazer? Ah, pobre formiga, pobre formiga...
Marta somente sorria, absorvendo tudo que ele falava, para ter certeza de que conseguiria reproduzir depois.
-
Duncan estava escondido em um corredor lateral, ouvindo uma baixa discução entre um homem baixo, muito baixo e uma garota. Pareciam exaltados.
- Você não pode! Tem noção do risco que anda correndo? – disse o anão - Isso é problema meu! O legado todo é meu! Você é que não tem noção do risco que anda correndo achando que pode me dar ordens! – disse a garota. - Você nem se veste mais igual a sua mãe! Você deveria honrar os grandes pais que tem...
- O que ter a cara pintada tem a ver com honrar ou não meus pais? Deixe de ser idiota e pare de me atormentar, seu não estúpido. – disse a garota, andando para o corredor em que Duncan estava se escondendo.
Duncan olhou para os lados, só havia uma porta no corredor que não tinha saída. Ele teve dois segundos para pensar em ser pego ou não, por isso entrou rapidamente no local...
–
Isadora comia um delicado bolinho cheio de um açúcar fino de cor azul. Ao lado dela havia uma garotinha que tinha a cara pintada de branco com um coração desenhado nos lábios e bochechas cheias de blush. A menina comia outro bolinho e parecia feliz na companhia de Isadora.
- Mamãe não gosta que eu coma doces, diz que vou ficar gorda igual minha tia.
- Bobagem, pode comer, eu não conto pra ela. O que mais sua mãe diz?
- Ela diz que eu não posso conversar com estranhos, mas você não é estranha, você é legal.
- Então converse comigo! O que faz nessa festa?
- Mamãe vai encontrar amigos e falar segredos. Sabia que ela tem um colar de pérolas que não são pérolas? São vidrinhos cheios de um liquido branco.
- Interessante. Você sabe quem são os amigos da sua mãe?
- Sei, eles me dão medo. Mas minha irmã disse que eles não fariam nada comigo.
- Isso é...
Elas foram interrompidas por um servente, parecia o mordomo, que pegou a menina pequena rapidamente e a levou para dentro. Nessa movimentação a garotinha derrubou o bolinho azul no chão.
Isadora entendeu que era hora de ir embora.
-
Violet tinha entrado em um quarto, e nunca estaria preparada para o que viu.
Na mesa de cabeceira havia uma foto, o que a chocou bastante, pois se tratava de uma foto do próprio conde Olaf mais jovem do que ela lembrava, parecendo até feliz. Ela retirou a foto do porta retrato, e atrás estava escrito “Jovem Olaf pouco antes da morte trágica dos pais”
Violet gelou. Sabia que era suposto que os assassinos do conde Olaf fossem seus próprios pais, mas ela não sabia se aquilo era verdade ou não.
Mas o mais impressionante veio depois, com o dossiê que ela achou na primeira gaveta da cômoda onde se encontrava a foto.
Era um dossiê Baudelaire.
Havia foto dela e dos irmãos, dos pais e até mesmo da pequena Sunny. O dossiê parava pouco antes da ida deles para a ilha do fim.
Violet pegou o dossiê e saiu do quarto rapidamente. Era hora de ir embora.
-
Klaus olhou mais um tempo para Fiona, que parecia estar procurando por alguém ali. Logo apareceu um rapaz baixo, e eles subiram as escadas.
Ele tinha perdido a chance de falar com ela, mas não se sentia arrependido.
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Duncan acabou entrando em um quarto de dormir, e foi logo seguido pela garota que conversava com o homem anão no corredor.
Ela parecia irritada, pois murmurava coisas como xingamentos e preces, enquanto tirava roupas compulsivamente do seu guarda roupas. Acabou pegando uma camisola branca, e Duncan foi um perfeito cavalheiro ao desviar os olhos para não vê-la em poucas roupas. Realmente, eram raros os que faziam algo assim hoje em dia, deixo aqui meus parabéns a Duncan Quagmire.
A garota se dirigiu ao banheiro, e nesse meio tempo Duncan levantou do chão e jogou um pouco de pó de espinheiro na cama dela, para ter certeza que logo dormiria, assim saindo rapidamente do quarto.
Era hora de ir embora.
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Todos se encontraram no local marcado, e todos estavam apreensivos. Tudo indicava que uma nova organização de incendiários estava realmente nascendo... eles conseguiriam suportar todas as desventuras... novamente?