QUATRO - Salva pela ex de Zeus

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ANNABETH


Percy tinha me falado sobre a entrada que Orfeu usou para ir até o submundo e onde ela estava localizada.

Duvido que ela figure nos roteiros de turismo do Central Park. Mas de qualquer jeito, eu não estava ali para um passeio.

Me aproximei da pilha de pedras onde o portal ficava escondido e olhei para as árvores a minha volta esperando estar certa quanto a quem eu poderia encontrar ali.

Precisava estar certa ou minha viagem ia ficar bem complicada. Abrir o portal de Orfeu exigia uma canção e, veja bem, sei fazer muitas coisas.

Cantar não é uma delas.

— Alguma ninfa com disposição para me ajudar? — Perguntei para o ar.

Não tive resposta e me senti uma grande idiota. Resolvi apelar um pouco.

— Olha só, eu sou amiga de Grover Underwood, sabiam? — Disse e joguei minha carta final. — Ele vai ficar muito satisfeito com a ninfa que resolver me ajudar.

Pelo menos metade daquilo era verdade então decidi que não era uma mentira tão ruim assim. Além do mais, o importante era que tinha dado certo.

A figura de uma garota de pele verde, vestida com folhas e cipós surgiu entre as árvores e se aproximou de mim com curiosidade no olhar.

— Você disse Grover? — Ela perguntou. Não parecia alguém muito mais velha do que eu. — Aquele Grover?

— O senhor do mundo selvagem? Amante das enchiladas? Aquele que encontrou Pan? — Disse, sorrindo com uma confiança que não sentia. — Se for desse Grover que você está falando, então acho que estamos na mesma página.

A ninfa me examinou por alguns segundos e então seus olhos se abriram tanto que pensei que fossem pular para fora do rosto.

— Espera um pouco, — Ela disse. — você é ela! Você é Annabeth Chase!

Fiquei mais tranquila, era um bom começo saber que era reconhecida.

— Sim, sou eu mesma. — Respondi. — E preciso de uma ajuda sua, tipo, agora mesmo. Pode ser?

Não podia mais perder tempo com aquela conversa toda e esperei por uma resposta.

— Ajuda? Minha? — A ninfa disse eu a encarei erguendo uma sobrancelha. — Claro que sim! Qualquer coisa! O que posso fazer por uma amiga de Grover Underwood?

A ninfa sorria de ponta a ponta e pulava de excitação. Então contei a ela o que precisava dela e de repente toda a animação foi embora, substituída por medo puro.

— Você está maluca? Quer que eu cante e abra o portal de Orfeu para você descer, voluntariamente, até o reino de Hades?

— É, isso é exatamente do que preciso. — Respondi sem vacilar. — Se pudermos começar agora mesmo isso seria ótimo.

— Vocês heróis gregos nunca aprendem a lição, não é mesmo? — A ninfa retrucou, mas pude ver em sua cara de que não ia tentar me dissuadir.

Ela se aproximou das pedras ao nosso lado e deu de ombros.

— A vida é sua. — Disse e então começou a entoar uma canção.

A voz dela era linda. Tanto que que o vento parou só para que a natureza pudesse escutar sua canção.

Uma a uma as pedras começaram a se mover e abrir espaço entre si até que uma cratera triangular se mostrou diante de meus olhos.

Uma escada descia em direção às entranhas da terra. Justamente como Percy tinha descrito.

Percy Jackson e os semideuses esquecidosOnde histórias criam vida. Descubra agora