Percy Jackson e os semideuses esquecidos

TRÊS - Dou descarga em alguns zumbis marinhos

PERCY

Para encurtar a já curta explicação que Tritão me deu, o palácio de Poseidon estava cercado por hordas de zumbis.

Não tô de brincadeira. Era um horda imensa mesmo.

Pelo que ele me disse, os corpos de todos que já se afogaram no mar foram unidos unidos pela vontade dos titãs que atacaram o reino de nosso pai e estavam tentando destruir o que sobrara de seu palácio.

Quando meu meio irmão me disse que meu pai precisava de minha ajuda, imaginei que iria lutar ao lado dele contra essas coisas.

Para não perder o costume, eu estava redondamente enganado.

Ele e Tritão ainda estavam ocupados expulsando os monstros do mar que tinham sido libertados pelos titãs durante a guerra, o que me deixou com a ingrata tarefa de lidar com aqueles mortos vivos.

Mas eu não estava completamente só.

Um pequeno exército de ciclopes, elfos marinhos e náiades faziam o seu melhor para manter a horda afastada do palácio. Reconheci na hora o líder deles.

Um pequeno cíclope (digo, em comparação aos outros que lutavam ali) acertava golpes poderosos nos monstros com uma marreta enorme enquanto gritava "POSEIDON!!! POSEIDON!!!".

Sorri, meu irmão Tyson estava mandando muito bem. Mas seu exército estava em desvantagem numérica e logo seriam derrotados pelos mortos vivos.

Desmontei do cavalo marinho que me trouxera até aqui e deixei a água me impulsionar até a luta.

— Irmão! — Tyson gritou, feliz, e acenou para mim ao mesmo tempo que esmagava mais inimigos com sua arma.

A essa altura eu já nem achava estranho o fato de podermos falar dentro da água. Ri ao me lembrar de um tempo em que isso me parecia anormal.

— Precisando de uma mãozinha? — Perguntei e me lancei contra nossos inimigos.

Contracorrente tomou forma em minha mão assim que abri minha caneta e comecei a distribuir cortes, socos e pontapés para todos os lados.

Os zumbis logo me cercaram e fui atacado de todos os lados, só que não precisei me preocupar nem um pouco com isso. De alguma forma a maior parte dos ataques nem passavam perto de mim e as poucas mordidas e arranhões que recebia não faziam nada além de cócegas.

Já mencionei que sou virtualmente indestrutível? Isso era algo muito legal e conveniente em uma hora como a que me encontrava.

A ideia do meu ataque era chamar muita atenção dos inimigos e meu plano funcionou porque Tyson e seu exército ganhou uma folga.

Ele organizou suas tropas e lançou um ataque poderoso que começou a afastar os inimigos dos limites do palácio de nosso pai.

— POSEIDON! — Gritei, me unindo aos gritos de batalha que se aproximavam de onde eu estava.

Corpos caíam em cima de mim e logo eu não estava mais conseguindo me mover muito bem. Então o peso em cima de mim aliviou e vi Tyson arremessando os zumbis para longe.

— Precisando de uma mãozinha? — Ele perguntou com um sorriso.

— Meu herói. — Ri e continuei a lutar.

Mesmo com nossa virada na batalha nossos inimigos pareciam não ter fim, mas agora que estávamos longe do palácio eu podia liberar meu real poder.

— Voltem para o palácio! — Gritei e nadei para cima, a fim de ganhar uma visão tática da luta.

Tyson pareceu compreender o que eu ia fazer porque logo seu exército se afastou dos zumbis.