ONZE - Ganhamos, mas também perdemos

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PERCY

Resolvi não perder a minha única vantagem naquela luta e concentrei meu poder em um comando só. "Suba!".

Toda a água que inundava a parte do labirinto abaixo de nossos pés respondeu à minha ordem e começou a invadir a floresta.

— Isto é por ter me usado! — Nico gritou e avançou com um soco na cara de Asclépio.

O semideus tentou sair do lugar, mas a terra debaixo de seus pés se moldou de modo a prendê-lo onde estava. Nico o acertou em cheio em sua boca e depois se preparou para atacar com sua espada negra.

— Sai de perto! — Asclépio gritou e invocou seu poder solar.

Ele libertou seus pés do chão e empurrou Nico com a força de sua estranha energia dourada. Só que desta vez o garoto estava preparado.

As sombras da floresta, ao invés de recuar diante da luz de Asclépio, avançaram e envolveram o filho de Hades como uma espécie de armadura sombria.

Tenho que admitir, senti medo só de olhar para ele.

Nico continuou a avançar e o golpe de sua espada fez um belo corte na barriga de Asclépio. Ele se curvou, sentindo a dor da ferida e pulou para trás no segundo exato em que a espada de ferro estígio perfurou o chão.

A luz conjurada pelo filho de Apolo parecia diminuir aos poucos, sendo engolfada pelas trevas que Nico trazia junto de seu poder.

Luz contra trevas, nunca pensei que em uma luta dessas eu fosse estar torcendo pelas trevas.

Os guerreiros esqueletos fecharam o cerco ao redor do inimigo e atacaram com perfeita sincronia. Asclépio aumentou ainda mais sua aura dourada e pulverizou os mortos vivos.

Aproveitei a distração que eles causaram para me aproximar do flanco dele e ataquei com contracorrente. Perfurei seu peito e joguei meu peso em cima dele, derrubando-o no chão.

Os olhos dele brilharam e eu já sabia o que ia acontecer.

Desta vez eu tinha backup.

A água a nossa volta ganhou vida e se ergueu na forma de uma coluna enorme, e fiz questão de jogá-la em cima de nós.

— Espero que esteja com sede! — Gritei, satisfeito com desespero que vi em seus olhos.

A coluna se quebrou sob nossas cabeças e usei o mesmo truque que Tritão tinha usado contra mim. A experiência era muito melhor quando não se estava na ponta que recebia toda a pressão.

Um brilho forte me cegou e fui atirado para o ar. Se não fossem as águas escuras entre mim e o filho do Apollo, minha cegueira provavelmente teria sido permanente.

Levantei, já conseguindo enxergar pelo menos vultos e vi alguém pular em cima de Asclépio. O grito feroz me fez perceber que se tratava de Annabeth.

De alguma maneira ela o tinha derrubado no chão, segurou seu braço em uma perfeita chave de luta corpo a corpo e esmagou sua cabeça com pé.

— Você não vai tocar em mais ninguém que amo! Me ouviu??? — Gritou.

Deuses, ela estava furiosa e quase senti pena do nosso inimigo. Asclépio usou seu poder para levantar e jogou minha namorada contra as árvores.

Minha visão voltou ao normal e vi Ajax pegar uma espada no chão e arremessar contra Asclépio. A lâmina cravou fundo no peito dele, atravessando-o.

Ele tirou a lâmina do peito como se nada tivesse acontecido. "Como isso é possível?".

— Vai se arrepender por sua traição, Ajax. Eu te dei a vida e agora vou tirá-la de seu corpo! — Ele disse, mas não teve tempo para cumprir sua ameaça.

Percy Jackson e os semideuses esquecidosOnde histórias criam vida. Descubra agora