You complete me ss

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Luke subiu com Michael até seu quarto e deixou que o mais velho entrasse primeiro. 

Enquanto Luke ligava a televisão e guardava sua mochila, Michael admirava alguns pôsteres de Luke colados na parede. Seus olhos brilhavam genuinamente enquanto admirava algumas de suas bandas preferidas ali. 

— Eu não esperava um gosto musical tão bom vindo de alguém como você. 

Luke contorceu o nariz em desconforto. O que raios ele era afinal? 

— Esperava o que? — questionou indignado. 

— One Direction, Justin Bieber. 

— Eu também gosto. 

Michael riu. 

— Hey, pare de rir! Não vejo graça. 

Michael andou em sua direção e se dirigiu até sua cômoda com alguns de seus pertences ali. 

— Eu acho engraçado — Michael sorria. 

Luke se sentia frustradamente incomodado com a presença do punk. Mas por outro lado se sentia bem por estar servindo de piada para arrancar alguns sorrisos do mesmo. Ele realmente parecia precisar. 

Estava quieto apenas observando sua visita xeretar por todo o seu quarto. Vasculhando cds, jogos e algumas revistas aleatórias. 

— Podemos jogar isso? — Michael perguntou levantando um jogo de luta da Marvel que Luke havia comprado recentemente. 

— Pode jogar — afirmou enquanto ligava o video game. 

— Mas eu não quero jogar sozinho. 

Luke girou os olhos. 

— Joga online então. 

— Você entendeu, Hemmings. Não me faça repetir. 

Michael era um carma para Luke. E aquilo já estava o deixando cansado. 

— Tá bom, Clifford. 

Após Luke ter cedido seu tempo para jogar com Michael, jogaram algumas partidas tensas até que Liz os interrompeu com uma bandeja de lanches para que pudessem matar a fome. 

Michael estava bravo por não ter conseguido ganhar de Luke em nenhuma das quatro partidas. Ele era muito apelão. 

Luke estava se divertindo com a revolta do punk por um motivo tão irrelevante. Mas o que Luke não sabia era que a casa aconchegante dele fazia com que os pensamentos de Michael o lembrasse que ele era apenas um rejeitado. 

Logo a mãe de Luke adentrou o quarto com uma bandeija que continha alguns lanches para os dois. Sempre com um sorriso do rosto, depositou a mesma ao lado de Michael. Era de sua natureza tratar bem as visitas. E na mente dela, se fazia bem à Luke fazia bem à ela. 

— Vamos comer porque agora eu ganho de você. 

Luke gargalhou. 

— Não banque o iludido, Michael. 

— Não banque o espertinho, Luke — repetiu. 

Comeram os lanches em questão de minutos e Luke havia sido apressado pelo colorido afobado. Estava tão ansioso por retornar às partidas que não cedou nem o tempo do mais novo comer. 

Estavam no terceiro round e Michael só precisava ganhar aquela partida para derrotar definitivamente o player de Luke. Mas ele não conseguiu.  E isso o irritou profundamente. 

Apertou start mais uma vez. Luke viu o estado do mais novo e praticamente implorou pra que ele desistisse de querer competir e procurar outra coisa para fazer. Mas Michael era teimoso. 

Mais uma partida e mais um terceiro round que resultou em mais uma derrota. 

— Caralho, Luke! — jogou o controle em cima da cama. 

Luke estava assustado. 

— Será possível que você precisa ser bom em absolutamente tudo? — o punk grunhiu em fúria. 

— É só um jogo, Michael — Luke contornou. 

— Então jogue sozinho! — agora ele gritava. 

— Você sabe muito bem que se não fosse por você eu não estaria jogando! Então da pra parar de descontar sua raiva em mim?! 

Luke também queria chorar, estava cansado de ser bom com Michael. Ele não merecia e não deveria estar se preocupando tanto com o punk, mas Luke sempre tinha recaídas de babaquice; ele sempre se amolecia por algum motivo e ficava vulnerável como estava. 

E era exatamente por esse motivo que ele sabia que pessoas não mereciam seu tempo. Era sempre tudo igual, sempre capacho. 

— Eu acho que já ta na hora de você parar de dizer o que eu devo ou não fazer! Eu nem sei porque você tá na minha vida! Pessoas como você não fazem parte dela! — Michael gritou e pegou sua mochila jogada ao canto da porta. Iria embora. 

Luke não aguentava mais ver tanta ingratidão e ignorância em uma só pessoa, e justamente tudo em cima de si. 

— Você não merece o que tem. 

E essa foi a última frase que Michael proferiu rudemente para Luke antes de bater a porta e correr até a saída daquela casa. 

Luke se jogou na cama e afundou o rosto no travesseiro para chorar até finalmente cair no sono. 

Havia passado alguns dias desde o ocorrido e Michael estava se coçando em um sentimento que preferia denominar preocupação por via das dúvidas. 

Se sentia levemente arrependido. 

Durante todos aqueles dias esteve esperando Luke chegar ao colégio só para ter o alívio de encarar o loiro. Mas ele não apareceu. 

Nem no dia seguinte. 

E nem no seguinte. 

Michael sabia que havia alguma coisa errada, ele só não sabia o que fazer e nem esperar. 

Se sentia um babaca por assumir que tinha sido um desalmado com o mais novo da última vez que o viu, só era orgulhoso e desmerecedor demais para assumir. 

Luke o bagunçava.

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