Heavy

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Depois de algumas semanas que pareceram boas demais para ser verdade, ambos voltaram definitivamente para o colégio, era até estranho se adaptar ao ambiente novamente; principalmente Luke.

O loiro já havia ido para a sala onde aconteceria sua primeira aula do dia, deixando para trás um Michael desconfortável com os olhares e comentários sobre eles. Luke sabia lidar com a rejeição e ignorar os fatos, já Michael era acostumado a ser amado e nunca olhado torto.

— Qual é, Clifford, você já foi melhor que isso — Ashton zombou.

— Fica na sua, Irwin.

Seria mais fácil se Michael não dependesse de sua fama para levar a vida e ter atenção; mais fácil ainda se os comentários viessem se pessoas aleatórias e não de seus amigos.

— Então é sério? — Ash perguntou se surpreendendo.

— É sério o que? — Michael perguntou sentindo o sangue subir a sua raiva subitamente crescer.

— Ah qual é Mike, nos conte qual é o plano — insistiu enquanto o resto do grupo apenas assentia e ria.

— Que caralhos de plano?

— A parte do plano em que você assume pro loirinho de meia pataca que tudo foi apenas uma grande piada e ele sai com o rabo entre as pernas se lastimando por ter acreditado em você.

Michael se chocou e foi inevitável não ficar sem reação. Olhou os dois lados do corredor e se aproximou de Ash, sussurrando.

— Eu não sei do que você está falando, mas se por acaso essa sua mentira se espalhar e chegar ao ouvido do Luke, eu vou matar você, entendeu? — Michael disse entre dentes enquanto segurava o menor pelo colarinho, enquanto o encarava assustado.

Sem perder tempo empurrou o garoto e deu às costas antes que cometesse alguma besteira.

Quando o período finalmente acabou Luke esperou Michael do lado de fora enquanto o garoto terminava de resolver seus assuntos próprios do time dentro da quadra.
Esperou cerca de vinte minutos que pareceram horas, não imaginou que Michael demoraria tanto.
Se assustou quando alguém apareceu atrás dele.

— Ele não vai vir — Luke franziu o cenho desconhecendo o garoto e sem entender sobre o que se tratava.
— Pois não?
— O Michael. Ele não vai vir, pode ir embora.
O loiro estudou o semblante do encaracolado e recuou um passo.
— Por que?
— Não é óbvio?
Luke não entendia, o que poderia ser óbvio?
— Na verdade, não — respondeu. — E me fala, quem é você?
— Ashton. Sempre fui o melhor amigo do Mike — era inevitável não notar a quantidade de possessão ao falar do punk.
Luke não se mexeu, não iria dar ouvido a um desconhecido, Michael havia dito para ele o esperar.
— Vamos, docinho, vá embora, o Mike já foi há muito tempo.

Luke não teve mais reação alguma, apenas deu as costas e adentrou novamente à escola indo em disparada até a quadra atrás de Michael. Se surpreendeu ao perceber que o punk realmente já não estava mais ali e um leve aperto tomou conta de seu peito, as peças pareciam se encaixar de modo completamente errado a cada novo dia. 

Refez todo o seu caminho e se deparou com o sorriso debochado de Ashton do outro lado da rua, o encaracolado o encarava com uma gargalhada presa em sua garganta e nem se dava ao trabalho de disfarçar. 

Quando Luke chegou em casa disparou até o seu quarto e se jogou na cama, não entendia porque Michal havia dado um bolo no mesmo. No quarto ao lado a mãe do loiro descansava, desde a morte da avó de Luke a mulher não havia se readaptado a vida novamente com aquele vazio doloroso, mas assim que ouviu o filho chegar ela se levantou e entrou no quarto do garoto.

Band T-ShirtOnde histórias criam vida. Descubra agora