Capítulo 2

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Capítulo 2

Ajoelhou? Tem que rezar!

A cada passo que dava, sabia que nunca mais voltaria ser a mesma. Ela já não chorava mais. Suas lágrimas tinham secado, havia tomado uma decisão. Aquilo seria apenas sexo, nada mais, nada menos! Então não tinha por que se sentir daquele jeito. Com sorte, ele a trocaria antes mesmo de completar os seis meses.

E ela, claro sairia no lucro.

Só estava com um pé atrás porque nunca se deitou com outro homem que não fosse seu ex-marido, Rodrigo. Ele também não era do tipo que comparecia sempre, tinha suas amantes para o satisfazer, enquanto ela ficava em casa chupando dedo.

A gota d'água para ela foi quando encontrou o marido com a amante, sua própria mãe, na mesma cama em que ele tinha a feito mulher. Seu ego naquele momento foi estraçalhado em milhões de pedaços, nunca foi tão humilhada. A desculpa que o marido usou era que ela não sabia fazer seu trabalho direito entre quatro paredes.

Desde então, nunca se envolveu com ninguém. A única coisa que manteve sua mente sã foi sua gravidez.

Ela se casou muito cedo. Dezesseis anos era a idade em que as garotas da idade dela estavam arrumando os primeiros namorados e tendo suas primeiras experiências sexuais, enquanto ela entrava na igreja se véu e grinalda.

Suspirou, arrumando a bolsa preta no seu pequeno ombro. Andou até a entrada do Presídio masculino, ali tinham várias mulheres, idosas e muitas crianças. Ela carregava na bolsa uma legging e uma camisa branca. Não sairia de casa já vestida, ninguém precisaria saber que ela ia para um presídio visitar um desconhecido.

Caminhou até a fila que tinha se formado ali, jogou a bolsa no chão e sentou em cima para descansar. Estava morta. Acordou quando o sol nem tinha nascido ainda. Pegou uma balinha que tinha comprado horas atrás e a colocou na boca.

― Você é nova aqui? ― Perguntou uma mulher que estava em sua frente, Alexandra analisou-a se cima a baixo. Morena, cabelos cacheados, e um corpo tão bonito que a fez ficar oprimida com sua magreza.

Suspirou, secando o suor da testa era os primeiros raios daquele dia e já estava muito quente. Sabia que o dia ia ser praticamente o inferno.

― Sim, na verdade, é a primeira vez que venho aqui, e você? ― Perguntou, sem graça. A garota se sentou ao seu lado e sorriu tristemente.

― É a quarta vez. Sabe, a gente sempre pensa que eles vão melhorar, mas é ilusão! ― Ela parecia segurar as lágrimas ― Aqui eles são uns santos, mas quando você precisa deles do lado de fora, são os primeiros a abandonar o barco.

Alexandra se compadeceu daquela mulher, afinal de contas, ela não era tão diferente de si mesma. Rodrigo era a prova viva.

― Quem está preso aí? ― Alexandra perguntou, curiosa. A mulher torceu o nariz, triste.

― Meu marido, foi preso em uma invasão. ― A garota falou sem graça ― Moramos no Morro sabe!?

― Você mora onde? Eu moro no Alemão ― Falou a loira, olhando para a recepção do presídio que ainda não estava deixando ninguém entrar. Era um desrespeito total, um monte de senhoras ali no sol, e eles enrolando para deixá-las passar.

Olhou para a garota e a esperou responder.

― Sério? ― Perguntou, assustada. ― Eu nunca te vi lá!

― Não sou muito de sair ― murmurou. Era melhor não fazer amizades no Morro, seria bastante vergonhoso para ela as más bocas do Morro começarem a falar dela.

― É, eu também. Na verdade, eu trabalho, e só chego em casa às dez da noite ― a garota suspirou. ― Às vezes não tenho tempo para nada. Manuela, minha filha, vive reclamando.

Alexandra riu e concordou com a cabeça, elas conversaram por mais alguns minutos até a entrada ser autorizada pelos agentes penitenciários. Levantaram rapidamente do chão, Alexandra sabia que teria que trocar de roupa, então andou até o banheiro que tinha na entrada do lugar.

― Espera, qual seu nome? ― a morena perguntou, sorrindo ― Estamos conversando há minutos e nem perguntei isso a você.

Alexandra conteve seu sorriso, afinal, ela nem tinha percebido isso. Estava tão assustada e com medo que nem se preocupou em perguntar. Passou as mãos nos cabelos, colocando-os atrás da orelha.

― Sou Alexandra ― disse para a garota que parecia aflita e preocupada com algo.

― Prazer, sou Eduarda! ― Alexandra assentiu com a cabeça ― Então a gente se vê por aí. Tenho que entrar, senão aquele encosto fica louco ― murmurou, seguindo o caminho dela.

Alexandra tinha se trocado rapidamente no banheiro, estava tentando a todo custo não ficar com medo, afinal, era uma mulher, e não uma garota preste a perder a virgindade. O que não deixava de ser verdade, levando em conta o tempo em que não tinha relações sexuais.

Quando chegou ao quarto a onde aconteciam as visitas íntimas, não esperava muita coisa além do que tinha ali: uma cama velha no meio do quarto e uma porta que julgou ser o banheiro.

Ela já tinha aceitado, então era só esperar, mas não, ela não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Era ruim de cama. Estava contando com isso para que o homem a deixasse e não precisasse mais dos seus "serviços". Se sentou na cama e esperou.

Não sabia quantos minutos tinham se passado. Estava ansiosa. Seu coração estava disparado e suas mãos suavam de uma maneira irritante. Ouviu barulhos no corredor, e se desesperou. É pelo Vinícius!, pensou segurando as lágrimas.

O barulho da porta foi ouvido ela quis correr, mas sabia que não adiantaria muita coisa. Era pequena e uma fracote. Se tentasse algo, rapidamente seria abatida.

Então ela o viu.

A luz do sol estava sendo tampada pela silhueta do enorme homem que estava ali. Ele adentrou o local, deixando-a assustada.

― Uma hora e meia, Caveira ― O carcereiro falou, trancando a porta e a deixando sozinha com o enorme homem.

Ela notou algo em comum com Dodô. Na verdade, o homem era um Douglas mais velho: tatuado, negro e alto, muito alto. Ele não era tão bonito, mas sua cara de mau e o cabelo cortado estilo militar dava a ele um charme sem igual. Era uma porra de um homem grande.

― Olá... ― Ela sussurrou. O homem a olhava de cima a baixo. E não piscava. Parecia hipnotizado.

― Qual seu nome? ― A voz grossa e assustadora chegou aos seus ouvidos, fazendo-a estremecer de medo.

― Alexandra ― respondeu, porém teve a impressão que ele já sabia, porque sorriu feliz.

― Está com medo? ― ele perguntou, arrancando do corpo a camiseta laranja deixando à mostra seu abdômen sarado. Poderia ser confundido fielmente com aquele ator Michel B. Jordan, só que presidiário é muito mais gostoso.

Queria revirar os olhos dos seus pensamentos, mas estava com muito medo para fazer tal ato.

― Sim, e não... ― Segurou as lágrimas ― Por favor vamos logo com isso?

Queria que aquilo acabasse logo. Assustou-se quando ouviu a risada do homem.

― Claro que não, quero as coisas bem devagar ― ele foi andando até Alexandra, que não se movia. Parecia que ela estava presa no chão ― Te desejei durante dois anos, te foder rápido é a última coisa que eu vou fazer. Vou te comer bem devagar até me saciar...

Seu coração disparou, suas mãos tremeram, seu corpo tremia igual vara verde. Oh Deus! Gritou mentalmente. Do que aquele homem estava falando? Eles já tenham se visto? Mas ela não se lembrava, e era quase impossível se esquecer de um homem desse tamanho. Aquilo não fazia o menor sentido.

Visita Íntima  (Volume 1) - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora