ANBU - Acadêmia Especial de Assassinato e Tática

Nekokaburi

Mais uma vez tinha sido despejada de seu quarto. Normalmente não se importaria com aquilo, mas seu humor não andava dos melhores desde que tomara uma bomba de hormônios graças às derrapada da noite de ano novo e agora estava inchada e dolorida na semana mais puxada que tivera desde que integrara a ANBU.

Sakura tinha pedido "gentilmente" pra que liberasse o quarto pra ela e pra Sasuke. A justificativa foi que tinham se acostumado a dormirem juntos, pelo tempo que passaram nas Caymans, mas Hinata sabia que era só pelo sexo mesmo. Ah, ela sabia. Com a TPM a fazendo subir pelas paredes, ela quase xingou a amiga pelo simples fato de ter uma vida sexual tão ativa. Achou melhor nem falar nada. Com o humor que estava, corria o risco de brigarem.

Juntou suas coisas, pôs seu melhor bico de descontentamento no rosto e pôs-se para fora do quarto rumo ao outro dormitório tão conhecido. No caminho, pensou que era o melhor a se fazer. Ninguém tinha culpa do seu mau humor, principalmente Sakura. Aliás, se alguém poderia ser culpada de toda essa irritação, essa pessoa seria ela mesma, por ser tão fraca diante do corpo bronzeado de um Naruto cheio de gominhos na barriga.

Com a vontade que estava, Hinata se sentia mais triste por ter que dormir menstruada no mesmo quarto que Naruto, do que por ter sido despejada de seu quarto, onde estavam seus remédios pra cólica e sua bolsa de água quentinha. Poderia ter levado pro outro quarto, claro. Mas achou que seria ainda mais lamentável chegar segurando um kit menstruação, do que simplesmente se deitar e fingir que não queria se acabar no corpo do seu companheiro de quarto.

Se isso não fosse uma prova de amizade, Hinata não saberia dizer o que era. Porque Sakura, literalmente, estava mandando alguém faminto pra um restaurante cinco estrelas. Naruto era um buffet completo, que ela adoraria se fartar. Isso se pudesse, é claro. Mas não podia. A cada vez que se remexia, sentindo o sangue inundar o absorvente, ela lembrava que não podia.

Seria uma tortura. Uma terrível e cruel tortura.

Ao chegar na porta do dormitório dele, Hinata respirou fundo. Bateu de leve na madeira, esperando uma confirmação para poder entrar. Na verdade, isso não era nenhuma cortesia. Era, simplesmente, o medo de pegar Naruto só de cueca. Porque aí não seria mais uma tortura. Seria quase uma provação. Mas a confirmação não veio. Bateu de novo e, mais uma vez, não ouviu uma aprovação do lado de dentro. Não estranhou. Talvez Naruto tivesse saído. Quando finalmente entrou, viu que realmente estava sozinha.

Normalmente, Hinata entraria, trocaria o edredom de Sasuke pelo próprio e se deitaria, como fazia quando sempre era empurrada pra lá. Mas hoje, talvez pelos hormônios eriçados, ela não resistiu quando viu a camiseta de Naruto jogada sobre a cama. Que Deus a ajudasse por isso, mas ela ia fazer a coisa mais clichê dos filmes românticos que já tinha assistido.

Cruzou o dormitório à passos rápidos, com um sorriso travesso no rosto. Hinata sequer deixou a mochila sobre a cama de Sasuke. Ela tinha que ser rápida, antes que ele voltasse e a pegasse naquela situação lamentável. Mas quando o tecido da camisa chegou perto do seu nariz...

Ela sabia que poderia continuar cheirando aquela camiseta pelo resto da noite. Quem sabe, podia usar como um incentivo pra resolver os próprios desejos com os dedos. Mas Hinata também sabia que isso era uma coisa lunática demais. Então, o máximo que fez foi inspirar uma última vez e deixar a peça cair na cama de novo.

Mas voltou e deu mais uma cheiradinha.

Quando caiu na cama de Sasuke, devidamente organizada com as próprias coisas, Hinata tapou os olhos com o antebraço. Se não tivesse tão desconfortável com essa droga de menstruação, teria rido da situação cômica que tinha vivido. Mas não quis rir. O máximo que fez foi dar um sorriso e se ajeitar melhor, com um travesseiro na barriga. Seria melhor que dormisse antes de Naruto voltar.