Glorious Food

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Lucy não deveria mas ela sentia bastante raiva de sua alma gêmea. Em alguns momentos durante a infância, ela desejou ter uma pois se sentia diferente dos demais colegas. A vida dela não era das mais simples, na Terra todos tinham uma alma gêmea e a ligação entre você e ela fazia com que você não sentisse o sabor do alimento favorito dela e ela o seu. Porém até os 15 anos, ela sentia o sabor de todas as coisas, achando que isso era por sua alma gêmea viver em um lugar diferente e por isso ter uma cultura alimentar diferente, ela passou a ir e experimentar todo prato exótico existente em restaurantes temático e nada. Ela sentia todos os sabores, doce, salgado, azedo, ácido,picante, ela era capaz de sentir tudo, até que um dia não sentiu mais.

Era uma terça feira comum, ela se levantou, foi ao banheiro, lavou o rosto, escovou os dentes e foi tomar café da manhã. Pegou as sobras da noite passada e decidiu comer um dos pasteizinhos chineses de Lois, não é como se ela fosse sentir falta justo disso. Mordeu a bolinha de massa e nenhum sabor, nada do gosto daquela comida chinesa.Parece que sua alma gêmea finalmente descobriu qual era seu alimento favorito e a resposta era:Pastéis chineses. Incomum talvez mas a filha do general estava feliz pois isso significava que ela tinha alguém.

Mas com o tempo, garota de olhos verdes foi perdendo a paciência pois parecia que sua família fazia de propósito, eles pediam comida chinesa quase todas as quintas agora, era um inferno sentir o delicioso cheiro mas não o sabor daquele alimento.

A morena as vezes ria ao imaginar como seria conhecer sua alma gêmea, um lutador de sumô ou um nerd da computação com os olhos puxados sempre vinha a sua mente. Apesar disso, esse detalhe do destino nunca foi um fator central em sua vida. Ela viveu normalmente, estudando, se divertindo e ficando com garotos afinal ter era diferente de conhecer sua outra metade, era comum a história de pessoas que nunca conheceram sua outra parte mas ainda sim se casaram e tiveram filhos como seu próprio pai por exemplo. Algumas pessoas ficavam tristes, amargas ou solitárias outras encontravam o amor em alguém que também não conhecia sua alma gêmea e conseguiam ser felizes.

E considerando isso é que Lucy viveu sua vida, estudou, entrou pro exército, se formando bacharel em ciência por West Point, cursou administração e direito em Harvard, se apaixonou, experimentou coisas e pessoas, até finalmente se encontrar em um relacionamento estável com James Olsen, o fotógrafo estrela e jornalista do Planeta Diário. Juntos eles tiveram grandes momentos, momentos memoráveis e deliciosos demais para ela esquecer. Então, ela foi a National City atrás dele.

Do outro lado da história, havia Kara que não poderia estar mais incomodada. A vida em alguns momentos era bem solitária, sem planeta, sem família e sem uma alma gêmea. Isso de ter alguém que era sua outra metade, não existia em Krypton e foi uma surpresa para Kara descobrir que na Terra isso tinha uma importância tão grande.O livre arbítrio na escolha de seu parceiro ou parceira ainda existiam mas eram poucos os casos de quem havia encontrado sua outra alma e decidido viver separado dela. Almejando descobrir se tinha alguém para si também, ela comeu, muito e todo tipo de alimento. A cada decepção por sentir o gosto, vinha também a paixão por aquilo que ela comeu. Foi uma grande decepção saber que não tinha uma alma gêmea, mesmo que como benefício, pudesse sentir o sabor de todas aquelas coisas deliciosas.

As vezes, ela sentia inveja de sua irmã adotiva, Alex lhe contava com alegria que desde seus 5 anos, não sentia o sabor do tiramisu e que isso significava que aquele era o cheiro de sua alma gêmea. E que sua outra metade provavelmente não conseguia sentir o gosto de lasanha e nem conseguir beber café com mel, que era sua comida e bebida favoritas. Se relacionar sendo alien era complicado mas não ter uma metade, a fazia se sentir diferente além da conta. Então quando ela conheceu James, um cara que enxergava a possibilidade de ser feliz além de algo predestinado.

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