TUA ALMA

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O que te mata são essas versões
que tu insistes dá à tua alma.
Tu que a truncas de um remendo a outro.
E já não a veste porque te envergonham os desajustes.
Pensas, crês, que te notamos?
Nada mais vexoso nos cega a vista.
Tu que esperas o amigo.
O amante.
O amado.
E, entanto, não esperas nem por ti.
Vais perdendo teu espírito.
Vais cobrindo tua história.
Passas ante o espelho e nada vês.
Imagem d'outros, mas tu ausente.

Acorda. Dança. Refigura-te.
Transcende a aparência.
Supera os olhos - os sentidos todos.

Que tua alma é sim o invisível.
O intransmissível.
Reflexo indecifrável dum "eu" nunca encontrado,
Paixão própria a ti, sangrando ausência.
Tua alma é o doce beijo que roubas de ti na mais pura solidão.

Menkell Rodrigues 

Menkell Rodrigues 

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