O AMOR

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Não terei outra época para dizer-lhe
Que te amei mais do que a mim,
Te amei buscando Deus,
Te amei duvidando que te amava,
Porque o amor põe tudo em xeque...

Mas, sabe, da intensidade
Nada nos importa ou mesmo prevalece,
Porque o amor não é essa medição de força
Em que buscamos uma comparação para o ferir.

O amor tem a ver com o que eu te vejo,
Mesmo nos dias das minhas mais Insuportáveis miopias interiores,
Porque é fechando os olhos que te vejo
E velo,
No afago de seres, o que há de belo na minha penumbra
Que aspira o colorido da tua atenção e presença.

O amor tem a ver com a voz, acho.
Ela que me desenha os traços do teu humor
E me ritma a conversa que terão os nossos corações.
Sim, a tua voz me é algo de amor.

O amor me inventa essa de tocar
E suspirar com a pele
O que a alma por dentro vibra de emoção.
No toque, tudo se faz atento
E nossos mundos param para Observar... A isso também chamo amar.

O amor é esse texto,
Sem destinatário, mas nem por isso apessoal.
É o que trago comigo e partilho contigo.
É de origem remota e de agora aqui.
Há alguém em que penso e despenso.
Um lugar que retorno e me aloco.
Um tempo suspenso e perene.
Um amor que é real e ainda Imagem do quanto amará.

Menkell Rodrigues.

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A Criação segundo a CarneOnde histórias criam vida. Descubra agora