De vela

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Tenho que confessar, esse codinome não é meu.Mas como fui eu que inventei, não vi problemas em colocá-lo como usuário, se bem que eu me encaixo mais com esse apelido do que quem realmente eu me refiria ao criá-lo.

-Eu não sei porque você não sai de perto deles-Eu falei.

-Mas eles são meus amigos, não vejo problema em ficar ali.-Ele disse.

-De vela, você só está honrando seu apelido ao ficar segurando vela para os dois.Eu sei que você tem mais gente para conversar.

Para me distrair do sermão ele se deitou no meu colo, como estava fazendo a alguns dias e eu comecei a fazer carinho no cabelo dele.Me olhando de baixo ele falou:

-Foi tudo bem nas aulas hoje?

-Foi tudo certo sim.Por quê?

-Ah, tô te achando mais caladinha.

Era sempre assim, enquanto ninguém que convivia comigo a manhã inteira percebia que eu estava mais desanimada, ele percebia em cinco segundos.Vendo que eu não respondi ele disse:

-Melhor não falar disso, vamos nos distrair.

-Vamos fazer o que De vela?

-Vamos ouvir umas músicas.Tem uma que eu quero te mostrar.Quando ouvi lembrei de você!

Ele colocou a música para tocar, e eu já amei.

-Nome?

-De vela

-Não besta!Nome da música.

-Ah-risos-Passarinhos.Que bom que gostou.

-Que bom também que gostou do apelido.

-Gostar é uma palavra muito forte.

Nós dois rimos e por aquele trajeto de quinze minutos da escola até minha casa eu esqueci o porquê de estar mais quietinha.E é sempre assim todos os dias, é o super poder do De vela.



Sentimentos rotacionadosWhere stories live. Discover now