Capítulo 7

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She don't waste time on conversations, no
She just goes right for the face, yeah

She's so particular

Maria Eduarda.
Um suspiro alto saiu dos lábios de Madu quando o apito do elevador lembrou a garota de que aquele era o andar no qual ela morava. Agradecia todos os dias pela sorte que tivera em conseguir um apartamento tão bom e com um valor dentro do seu orçamento, em um prédio com elevador, no centro de Toronto. Enquanto procurava por uma casa, ainda no Brasil, encontrava apenas apartamentos minúsculos em prédios que tinham apenas escadas, então fora uma sorte imensa ter encontrado Vanessa e seu aluguel relâmpago. A proprietária da atual casa de Madu também era brasileira e havia se mudado para Nova Iorque a trabalho, colocando seu apartamento para alugar por um preço muito abaixo do esperado. Vanessa havia dado preferência em alugar para Madu após conversarem brevemente sobre o motivo da ida da catarinense para Toronto. E graças a empatia de Vanessa, Madu já chamava o pequeno apartamento de lar há quase uma semana.

A garota fechou a porta às suas costas e caminhou pelo pequeno corredor, deixando sua mochila e câmera no sofá, antes de se jogar no móvel e suspirar alto, grata por finalmente estar em casa depois de um dia completamente maluco no trabalho. Havia tido sua primeira sessão individual para fotografar naquele dia, visto que estava apenas acompanhando os fotógrafos mais experientes no começo da semana, para se habituar com a empresa e a rotina dos fotógrafos. Afinal, trabalhar para a maior empresa de fotografia do Canadá não era uma tarefa fácil, uma vez que os profissionais tinham que trabalhar com caixinhas de suco para outdoors até photoshoots de linhas de roupas.

Maria Eduarda abriu os olhos e analisou o apartamento, fazendo uma lista mental de suas atividades domésticas para aquela sexta-feira a noite. O local não era grande, então ela não teria muito trabalho e poderia descansar muito mais cedo do que esperava. A porta de entrada dava para um pequeno corredor, onde havia um espelho pendurado na parede bem ao lado da porta que do banheiro. Saindo do corredor, o apartamento se estendia em uma área quadrada, dividida em dois retângulos. No primeiro retângulo estavam a sala - composta por sofá, uma estante onde Madu colocara seus livros e porta retratos, um rack para a TV e alguns puffs - e a pequena cozinha, que tinha armários planejados e uma mesa com 3 cadeiras. A divisão para o segundo retângulo, onde se encontrava o quarto, se dava por uma mureta de madeira e por se tratar de uma área mais alta, recebia um degrau para que fosse acessado. O quarto de Madu tinha apenas uma cama de casal, um armário pequeno e uma mesa de escritório onde a garota deixava seu notebook. A porta para a sacada ficava no centro do cômodo, a qual Madu ainda não tivera tempo de decorar do jeito que gostaria, como já havia feito com o restante da casa.

Duas batidas na porta desviaram a atenção de Maria Eduarda das roupas jogadas na cama e a garota revirou os olhos para quem quer que fosse a pessoa que perturbava sua paz após um dia tão cansativo. Becca abriu um sorriso gigante quando Madu abriu a porta e nem pediu licença para invadir o apartamento da vizinha. Para o azar de Madu, havia encontrado a versão canadense de Alice mais cedo do que esperava e ela havia se instalado em sua vida sem intenções de ir embora.

- Você me conhece há uma semana e age como se me conhecesse a vida inteira. - Maria Eduarda reclamou, após fechar a porta e voltar para o sofá, enquanto Becca procurava por alguma coisa na geladeira.

- Eu não tenho culpa de ter me afeiçoado a você. - Becca deu de ombros. - Você teve sorte.

- Sorte não é a palavra que eu usaria. - Madu argumentou, recebendo um olhar atravessado de Becca.

A verdade é que havia ficado grata por ter encontrado a garota logo em seu primeiro dia no Canadá, mesmo que houvesse sido de uma maneira muito estranha e inusitada. Apesar de toda a confusão sobre a perseguição, a aproximação das duas fora natural e logo no segundo dia de Madu em Toronto, elas já pareciam amigas de anos. Becca já conhecia Alice e Henrique graças às chamadas de vídeo que Maria Eduarda fazia diariamente e a canadense havia criado uma crush absurda em Maurício, irmão de Madu, mesmo tendo-o visto por 5 segundos em um storie que o rapaz mandara para Madu no meio da semana.

Nobody Like You [Shawn Mendes]Onde histórias criam vida. Descubra agora