Capítulo Vinte e Nove

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Harry e Anne tiveram uma vida um tanto quanto difícil nos primeiros meses em Londres. A mulher havia vendido sua casa em Holmes Chapel e conseguiu comprar uma outra para os dois, mas logo o dinheiro se acabou e ela teve que passar a trabalhar desde que o sol nascia e só voltar para casa de madrugada. Deixava o filho – ainda criança – sozinho e não se importava com o que o mesmo fazia, ele sabia se virar.

O pequeno cacheado conseguiu entrar em uma escola pública, com ajuda do governo, pois Anne não tinha condições de pagar uma boa escola para o filho.

Em apenas dois anos, Harry foi expulso de 3 escolas, pois desde pequeno já demonstrava ser violento e temperamental. Vivia batendo nos colegas e uma vez tentou colocar fogo no cabelo de uma garotinha com um isqueiro. Anne foi chamada para comparecer na escola, mas não foi e nem se importava, portanto Harry parou de estudar aos 12 anos.

O cacheado passou alguns meses em um reformatório para menores infratores, pois passou a se meter em diversos problemas um atrás do outro. Mas ele logo fugiu de lá, passando a ficar sozinho, vagando pela cidade.

Ele passou a dormir na rua e ficar dias sem voltar para casa. Não queria ficar no mesmo ambiente que Anne, já que a mulher nem o olhava na cara direito e o tratava mal.

Todas as noites, ele se deitava encolhido no banco da praça, olhando para o céu, implorando às forças divinas que não deixassem que sua mãe engravidasse novamente. Ele não queria que o bebê tivesse que passar pelo mesmo que ele passava, isso não era uma vida digna para ninguém. Antes de dormir, ele chorava perguntado-se o que tinha feito de tão errado para que Deus o castigasse com uma vida como aquela. Ele nunca teve uma resposta e depois de um tempo, parou de acreditar em Deus e qualquer outra coisa em que as pessoas se agarravam quando estavam em dificuldades.

Harry fez amizades com alguns moradores de rua, que o acolhiam de bom grado, lhe davam comida e cuidavam dele de uma forma que sua mãe nunca havia feito. Ele se sentia mais seguro na rua, do que em sua própria casa.

Com o tempo ele passou a roubar, pois ou era isso, ou ele não ia ter nada. Em seus aniversários, ele sempre furtava algo para si e se presenteava, já que nunca havia ganhado um presente ou um feliz aniversário sequer da sua mãe.

E em seu aniversário de 16 anos não foi diferente. Ele roubou um maço de cigarros e isqueiro de uma farmácia e foi durante sua fuga que conheceu Zayn.

— Volte aqui seu ladrãozinho de merda! — O dono do estabelecimento gritava, correndo atrás de Harry.

O mesmo fugia desesperadamente, por mais que fosse bem mais rápido que o homem, se negava a parar. Virava várias esquinas para despistá-lo e durando uma dessas viradas, acabou trombando com Zayn, que estava saindo de uma loja.

— Porra maluco, olha por onde anda. — Zayn o repreendeu bufando e foi para o seu carro, colocando suas coisas e entrando no mesmo.

— Foi mal cara, eu não te vi.

— Que seja. — Zayn deu de ombros dentro do veículo.

— Oh cara me dá uma ajuda por favor. Tem um cara me perseguindo. — Começou a bater no vidro da janela, olhando para trás de si.

— Eu não cara. Nem te conheço. — Disse assustado. Ele não deixaria um desconhecido, que estava fugindo de alguém, entrar em seu carro.

— Porra! — Harry chiou ao ver o homem se aproximando novamente dele e voltou a correr.

Zayn ficou o observando por um momento, indeciso se ajudava o garoto fugitivo ou não, mas por fim deu um tapa no volante, xingando alto.

— Puta que pariu Zayn, você merece um lugar no céu por isso. — Disse alto, ligando seu carro e indo atrás de Harry.

Grenade ( Concluída ) • Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora