Capítulo 10 - Ajuda

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- Olha, meu nome é Fernando, e liguei para saber se você pode vir buscar esse homem. Ele está impossibilitado de dirigir e duvido muito que consiga pegar um taxi a essa hora da madrugada.
- É que você é a ultima pessoa que ele ligou, então imaginei que fossem próximos.
- Ok! Vou te passar o endereço e lhe aguardo
Foi tudo que ouvi até tudo ficar escuro.

***

Acordei com duas pessoas me carregando até um carro que não era meu, sentia meu corpo pesado e minha cabeça fora do lugar. Me botaram no banco do passageiro e o homem que falava no meu celular a pouco me pôs o cinto e fechou a porta. Após alguns segundos alguém abre a porta do lado do motorista e entra. Uma pessoa muito conhecida... dos cabelos cor de mel pouco encaracolados, trajado a roupas de festa. Ele põe o cinto e começa a dirigir sem sequer me olhar.

- Pensei que estivesse ocupado... – Disse em meio ao silencio, ele sorri e me olha, aqueles olhos verdes avelã me encarava.

- E eu ia deixar você passar a noite na rua? – Ele fala devolvendo a sua atenção a estrada. Pingos de chuva começam a escorrer sobre o vidro, sentia a ponta dos dedos e nariz gelado enquanto observava as luzes dos postes correndo em meio a escuridão.

- Na ligação eu percebi que não estou em uma posição nesse seu ranking de importância, mas talvez o homem que te acompanha esteja – Disse sem conseguir me conter. Ele nada respondeu.

- Vou lhe deixar em casa... sua mulher saberá o que fazer... – Ele disse pondo a mão na marcha. Em um ato repentino e desespero eu pus a mão em cima da sua, ele logo me olhou.

- Não me leva para casa... eu não quero ficar naquele lugar.

- Como assim?  E onde eu vou te deixar? Não vou te largar em qualquer canto... – Ele falou tentando entender a situação.

- Eu não sei! Mas não me deixa em casa, me deixa em um hotel! – Falei encostando a cabeça no vidro gelado.

- Eu não vou deixar você sozinho em um hotel, olhe seu estado... – Ele falou calmo e com um olhar de preocupação sobre mim.

- Só não me deixa voltar para casa... por favor... – Ao falar isso ele nada respondeu. Após minutos dirigindo, ele acaba com o silêncio.

- Vou lhe levar para a minha casa... - Disse por fim, eu nada respondi, não estava em posição de dar alguma opinião.

Ao chegarmos em sua casa ele me ajudou a entrar e me pôs no sofá, me mandou esperar sentado sem me mover. A casa dele era decorada em madeira e mármore com pouca iluminação dando o ar moderno, cheio de pinturas clássicas nas paredes e muitas plantas espalhadas.
Ele logo voltou com um copo de água gelada e uma capsula de glicose, tomei a água em questões de segundos. Ele apenas riu da minha situação tomando o copo da minha mão e se sentando ao meu lado.

- E aí? Você vai me dizer o que aconteceu? – Ele diz botando o copo em cima de uma mesa de centro. Eu nada respondi, apenas respirei fundo e comecei a encarar o nada.

- Já que não quer falar, vai tomar banho pra tentar dormir, descansar e acordar com a cabeça mais calma, sem efeito de álcool. – Sem nenhuma objeção eu me levantei e segui ele, mas logo ajoelhei no chão com a tontura repentina que veio.

- Sério que você não está conseguindo ficar nem de pé? – Ele me perguntou indignado me segurando para não ter um treco ali mesmo. Ele me levou ao banheiro e me deixou encostado na parede enquanto abria minha camisa e colocava em cima do balcão da pia.

Apenas Isso (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora