Capítulo 2 - Conversa na Madrugada.

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- Tyler - Ele fala simplista e rápido, mas sem deixar de sorrir, eu senti falta de seu sobrenome, mas não poderia força-lo, isso apenas alimentou minha curiosidade.

- Mas me diz Bryan, o que te trouxe até aqui? - Ele falou arqueando uma das sobrancelhas e erguendo a caneca para mais um gole.

- Penso que o mesmo motivo da maioria, problemas no paraíso - Falei levantando a mão e o mostrando a aliança que estava no meu dedo, Ele riu pedindo mais uma caneca ao barman.

- Ainda tenho minhas dúvidas sobre você ter realmente vindo aqui só porque queria uma cerveja - Falei rindo e dando mais um gole em minha caneca.

- Eu realmente só vim aqui para beber, estou quase realizando um grande marco para a empresa que trabalho, e como o pessoal não quis sair para comemorar, decidi vir sozinho - Ele falou dando uma pequena risada, estávamos rindo tanto que algumas pessoas já nos olhavam como se nós estivéssemos incomodando seus momentos depressivos.

- Por um lado estamos bem-parecidos, eu também estou quase realizando um grande marco para a empresa onde trabalho, mas o dia hoje foi tão ruim e além dos problemas no casamento que decidi vir para aqui, o bar da infelicidade - Falei suspirando no final.

Ele parou por um instante, como se estivesse a lembrar de algo, ele desvia o olhar para mim novamente.

- Eu realmente tenho que te perguntar isso, onde você trabalha? - Ele falou dando um sorriso amarelo e coçando a sua nuca desviando o olhar para o chão em sinal de vergonha.

- Eu trabalho na Hernández, sou gerente do setor executivo! - Falei rápido e claro com um pouquinho de gabação, não é todo dia que se conhece alguém tão importante como eu.

Ele fez uma cara que não sei muito bem descrever, foi algo do tipo "Ah! é mesmo" logo rindo e abaixando a cabeça e sussurrando "como pude esquecer?" Subindo o olhar e me encarando.

- Acho que formaremos uma ótima dupla - falou debochado e rindo, eu fiz a minha maior cara de "OQUE?" Ele logo percebeu, e novamente estendeu a mão.

- Tyler Mcgarden, gerente do setor executivo da Gonzáles! - Ele falou rindo fechando os olhos, e eu só conseguia tentar raciocinar como isso era possível, eu apertei sua mão novamente.

- Qual a chance de isso acontecer? - Falei ainda sem acreditar na situação, sem acreditar que Tyler Mcgarden era um homem com cara de moleque, e que eu estava de frente para ele tomando cerveja em um bar que nem sei em que porra de lugar fica! Não existe nem motivo de eu ter me gabado antes, este cara já conseguiu tanta coisa, o salário dele deve ser 2 vezes maior que o meu! Esse cara é simplesmente foda! Por isso minha recompensa seria tão grande, porque estaria fechando negócio com esse ser! Eu não sei como reagir! Eu estou parecendo uma adolescente quando ver seu ídolo, ok! Chega disso, seja formal, e se comporte bem, isso pode ser uma grande chance para o negócio.

- CARALHOO! VOCÊ É TYLER MCGARDEN! Cara você é muito FODA, eu não acredito que estou falando contigo antes mesmo do negócio fechar! - Falei pulando do banco e balançando rapidamente sua mão, super formal eu, não?

- É... muito obrigado, sinto-me lisonjeado - Ele falou coçando a nuca e olhando para o chão novamente. Aí foi que eu percebi que havia gritado e pulado super feliz, todos olhavam para nós com certa indignação. Eu me sentei rapidamente e pedi desculpa para ele, pelo vexame.

E assim foi minha noite, conversando com aquele rapaz que tanto me chamou atenção, quando fomos nos dar conta já era 4:40 da manhã nos assustamos pela hora e decidimos que já estava na hora de ir embora, pagamos a conta, já que tínhamos ido para uma das mesas e começamos a pedir garrafas ao invés de canecas e alguns aperitivos.

Quando saímos estava clareando, a brisa fria que entrou em choque com meu corpo dando arrepios por causa de minha camisa social que estava úmida, eu olhei para Tyler e seus fios de cabelos cor de mel se bagunçavam com o vento, ele olhava para cima, o céu que estava cheio de nuvens e um pouco claro refletiam nos seus olhos (cor) avelã, alguns pingos finos de chuva que caíam sobre nós aumentando mais o frio.

Atravessemos a rua em direção a nossos carros que estavam um atrás do outro, ele começou abrindo a porta e antes de entrar disse.

- Não ache que deixarei fácil o negócio só porque somos amigos agora! - Ele falou rindo e dando um último sorriso estendendo a mão fazendo gesto de adeus, entrando no carro e partindo dando uma buzinada antes de virar a esquina.

Eu sei que com aquele último sorriso algo mudou, com certeza mudou.

Estava com um pressentimento bom, estava vendo que meu dia iria ser ótimo depois daquele sorriso, talvez o bar da infelicidade não fosse tão infeliz assim.

5:13 AM

Ali estava eu vendo meu carro sendo levado por um guindaste após eu ser parado pela Polícia e ser designado como alguém que não estava em condições de dirigir, pois, estava bêbado.

Minha única alternativa agora é ir para o hotel mais próximo de ônibus, já que meu celular estava descarregado para poder ligar para um táxi, mas primeiro passar em uma farmácia para comprar um desodorante e uma escova de dente.

Que vida difícil...

Apenas Isso (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora