A vida humana pode ser cruel

A grande notícia

Bella encarou aquelas listras azuis, se sentindo perdida na vida, sem saber como prosseguir. Não era a melhor pessoa para ser mãe ou ter uma família, isso parecia tão errado quando tentava imaginar. Tinha certeza do que queria e isso não envolvia filhos ou casamento.

Por isso, havia pedido um tempo a Edward e tentado aproveitar sua vida, humana, depois de dois anos namorando ele, que sempre insistiu no fato de que ela merecia casar, ter filhos e uma família, quando nunca quis nada disso.

Agora, dois meses depois, estava grávida, de um humano que via algumas vezes na semana e que concordava com ela em tudo que se refere a casamento, família ou relacionamento.

Estava perdida e sozinha.

Sabia que não era certo esconder aquela notícia tão importante dele, mas não queria estar certa e vê-lo correr, como ela mesma faria se tivesse a escolha. Mas não tinha, porque por mais que não quisesse ter filhos, também não era capaz de tirar algo que ela mesma criou. Matar o próprio filho.

No fim, não conseguiu esconder aquele fato e, dois dias depois, se via sentada em frente a ele, na mesa da sua cozinha, respirando fundo e tomando coragem para contar o que esteve escondendo.

- Bella, o que está acontecendo? - perguntou ele, confuso com a nova Bella que via a sua frente.

Ela não costumava esconder nada, assim como ele sempre foi verdadeiro com ela. Então, depois de vê-la em silêncio e claramente escondendo algo, dele, queria entender o que acontecia naquela cabecinha linda.

- Eu não esperava que algo desse tipo fosse acontecer comigo, mas aconteceu e se eu pudesse correr, faria sem pensar duas vezes, então, não vou culpa-lo se quiser fazer isso.

Ele sorriu, pegando sua mão.

- Por que eu correria? Estamos nos dando bem, o sexo é bom, concordamos com tudo...

- Eu estou grávida.

Bella não queria soltar a bomba daquela forma, mas se demorasse, perderia a coragem. Ele pareceu sem ação por um momento, mas de repente, levantava e a puxava com ele.

Agora, tudo fazia sentido para ele e não seria capaz de fazer o que ela tanto parecia achar.

- Bella, eu sei que ambos odiávamos essa ideia, mas... eu não seria capaz de abandonar você, esperando um filho meu, nosso.

Ela soltou um suspiro que nem sabia que estava segurando.

- Está falando sério, Miguel?

Ele riu.

- Sim! Não sou tão ruim assim.

Os dois acabaram rindo e Bella o abraçou, aliviada pelo que pensou que passaria, sozinha.

- Pensei que encararia essa sozinha.

- Claro que não. Eu vou estar aqui. Para tudo.

Ambos planejaram como seguiriam dali em diante e, para surpresa dos dois, ainda conseguiam se entender e concordar com tudo. As coisas não poderiam ser as melhores para eles.