Éramos 3, sempre fomos e sempre iremos ser. Desde criança a gente mantinha o nosso pacto de uma cuidar da outra e assim fizemos até hoje. Nossa comunhão era o alicerce de nossas vidas, mas também era o meu ponto fraco, eu posso estar brigada 24h com alguma das duas, ou então as duas, mas imaginar que eu poderia perdê-las acabaria comigo pois elas sempre foram minha única família, na verdade única até minha vó morrer...
Eu tinha 7 anos quando as conheci, estudamos por muito tempo juntas no internato até entrarmos na faculdade. Sempre sonhamos em morar juntas aos 18 anos, sonhos de adolescentes, mas que realmente deu certo. Crescemos juntas e nos tornamos irmãs uma da outra, todos achavam que éramos realmente irmãs, mas pra mim sempre fomos.
(7h20 AM) Eu acordei pensativa, tive alguns pesadelos envolvendo Marina e Florence que me deixou meio assustada, lembro de uns curtos episódios de alguma coisa que parecia ser fogo e alguns recortes dos rostos da Marina e Florence, mas foi só mais um daqueles sonhos em que quando acordo tudo está completamente embaçado, nada demais.
Levanto já automaticamente me espreguiçando e percebo que eu estava pelada.
- Por que diabos eu estou pelada? - Me pergunto me olhando no espelho do armário, observando se tem alguma marca que possa me fazer lembrar de alguma coisa da noite passada, pelo o que parece, se rolou algo não durou 10 minutos.
Desço nua até a cozinha despreocupada com o meu corpo, só estou nua, nada demais.
- Meu Deus Lana, você não tem nenhuma roupa pra usar não? Mas que merda. - Marina resmungava enquanto bebia seu chá.
- Você lembra se eu transei com alguém ontem? Não sei nem se ao menos eu bebi. - Eu perguntava inocentemente enquanto esquentava o café.
- Não, eu estava trancada no quarto lendo um livro, mas ouvi uns gritos lá de cima, eu pensei que você estava discutindo com a Florence denovo...
- Gritos? Eu juro que não lembro de nada, estranho... - Por incrível que pareça o fato de eu provavelmente ter bebido tanto não é nenhuma surpresa pra ninguém desta casa. - cadê a Florence?
- Adivinha.. - Marina arqueava uma de suas sobrancelhas ironizando sua resposta.
- Quando ela vai largar o Josh? Tá na cara que ele nunca quis nada com ela.
- Você não pode criticar ela por estar apegada, ela nunca escolheu gostar dele.
Eu retirei o bule de café do fogo e a retruquei. - Queria poder arrancar os dentes dele, não sei o que ele ganha iludindo ela. - falei num tom meio indignado.
- Nossa que má! - Ela respondia fazendo uma cara debochada. - Agora vai colocar uma roupa, por favor, ninguém merece ter que olhar o seus seios às 7h30 da manhã.
- Bom, na verdade algumas pessoas merecem sim, mas relaxa que vou colocar uma roupa. - a respondi de forma humorada, mas de fato não menti.
Marina sempre foi como uma mãe pra mim, Florence algumas vezes foi até mais, era um equilíbrio desiquilibrado de momentos que nos formava como família, mas Marina era simplesmente... Marina. Alguma coisa do jeito dela me fazia sempre me apaixonar por ela, não sei se é seu perfume meloso de cereja, sua forte inteligência ou simplesmente o seu jeito de conseguir manter a calmaria por perto o tempo todo, de qualquer forma, minha âncora.
Subi indo diretamente pro banheiro, liguei o chuveiro na temperatura máxima. O calor sempre me despertou mais do que água fria. Ouvi a porta da sala bater, Florence deve ter chegado.
Coloco uma camiseta após o banho com uma jaqueta por cima, e coloco uma calça jeans escura junto com uma bota marrom.
- Flor, viu meu material?
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Hotolence
FanfictionSe você tivesse a sensação de que algo em oculto quer se conectar com você, você estaria pronto para as verdades? Lana Polachek, uma jovem fumante, extrovertida e magra dos olhos verdes claros que vive numa cidade chamada Hotolence, uma cidade peque...