Sex, 20h07.
Eu me arrumava tentando não demorar o máximo possível mais do que já havia demorado. Ângelo chegou aqui no horário que combinamos porém eu acabei dormindo na banheira enquanto tomava banho. Ele estava furioso enquanto me esperava desde às 18h lá em baixo.
Coloquei um vestido preto batido com detalhes bordados de rosas vermelhas e um cardigã preto-transparente por cima, usei uma bota preta pra combinar também. Meu cabelo estava preso com duas mechas soltas na frente. Eu usava um perfume doce que roubei da Marina, eu planejava fazer com que o encontro désse certo.
Desci as escadas.
- Nossa! - Ângelo falava arregalando os olhos.
- Vamos?
Marina me olhava sorrindo como se estivesse me admirando porém ela não é uma amiga de agora, conheço seu humor disfarçado quando fica me encarando. Apenas rio do seu ciúme.
- Marina, volto às.. 22h? - Eu pensava numa pausa olhando pro Ângelo. - Não, meia noite!
Saí.
Ângelo estava de moto e me olhava o tempo todo, talvez ele não esperasse que eu fosse me arrumar dessa forma.
- Por que se arrumou tanto? Era pra gente dar apenas uma volta.
Eu ria.
- Minha volta é num bar. - Eu falava, que deixava ele surpreso.
Ângelo estava simples porém bem arrumado, usava uma bermuda escura e um sapato preto, sua camisa era branca com um nome de uma banda antiga, ele também usava um perfume mas não era o mesmo de semana passada. Isso deveria significar algo?
- Eu queria te levar num lugar tranquilo como um parque depois daquilo que aconteceu e tals, mas se você prefere um bar, ok, vamos para um bar! - Ele ria.
Na moto, ele acabou dando uma volta pela cidade. Sentir aquela velocidade fazendo minhas mechas voarem me fazia rir enquanto abraçava seus peitos com força com medo de cair. Hotolence de noite era algo misterioso e um pouco assombroso, poucas ruas ficam movimentadas e iluminadas. Todas as ruas quietas, só tinham às vezes cachorros ou gatos, os únicos que faziam algum som protagonizar nas noites de Hotolence.
Chegamos no bar que pedi que ele me levasse. Duck Drunk, um dos melhores bares da cidade e com certeza era minha cara.
Éramos recebidos na entrada ao som de "Cannobal" do The Breeders.
- Bar de rock? - Ângelo gritava enquanto eu puxava sua mão em direção à uma mesa. O som estava alto.
- SIIIM!! - Eu gritava empolgada com a música.
Escolhemos uma mesa no fundo do bar. O bar estava cheio, uma mistura de jovens modernos e velhos rockeiros, uma junção que combinava meus dois estados de espíritos entre outros mils.
Pedimos o tradicional copão de cerveja.
- Que mocinha! - Ângelo me olhava sorrindo com um bigode de espuma, não me controlei e ri.
- São os seus olhos, e seu bigode também. - Continuei rindo.
Ficamos conversando sobre questões filosóficas, ele me fez descobrir que bêbada posso ser a Florence. Ele me perguntou qual era o sentido de duas pessoas beberem se não vão dançar e insistimos nesse assunto por meia hora pensando em todas as respostas contrárias pra responder isso.
- Bom, uma dessas pessoas poderia ser um astronauta e ao invés de dançar iria querer dar pulos pra tentar flutuar como se estivesse na lua, isso seria uma boa desculpa pra evitar passar vergonha. - Eu falava e ria espontaneamente junto com ele.
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Hotolence
FanfictionSe você tivesse a sensação de que algo em oculto quer se conectar com você, você estaria pronto para as verdades? Lana Polachek, uma jovem fumante, extrovertida e magra dos olhos verdes claros que vive numa cidade chamada Hotolence, uma cidade peque...