Capítulo 2

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Autora: Surpresaaaaa, porque hoje eu estou de bom humor :) Bom capítulo meus amores!

- Eu posso saber qual é a coisa tão importante que tem que ser discutida a luz do dia? - Eu não estava só puta com toda a situação como também estava preocupada, o sol estava alto e forte, e um bando de homens mal-encarados estavam conversando comigo, não era exatamente uma imagem que te deixaria "passar despercebido".

- Me perdoe Senhorita, mas isso não podia esperar. - Um dos homens de aparência duvidosa, talvez o mais feio deles, que eu ainda não decorei o nome, falava, um sorriso de vitória dançando por seus lábios mostrando parte dos dentes amarelados pela nicotina. - Como é de seu conhecimento os policiais estão conseguindo combater o tráfico de drogas e infelizmente estão conseguindo, mas um conhecido meu veio com a melhor ideia. - Agora ele já não se segurava e os dentes amarelos apareciam em um grande sorriso. - Senhorita, eu te apresento, o tráfico de pessoas! - O meu semblante continuou impassível quando um dos homens abriu o contêiner, mas por dentro eu quase chorava, pessoas, muitas delas, alguns poucos homens, na sua maioria mulheres, umas duas crianças, em um estado deplorável, o contêiner foi aberto apenas por alguns segundos ates de ser novamente fechado, eles estavam tentando manter o low profile, engoli em seco antes de finalmente abrir a boca.

- Você vai devolvê-los, seja lá de onde você tenha pegado. - Disse com a voz calma e me preparei para sair dali.

- Senhorita, espere! Acho que você não está entendendo, eles valem muito dinheiro, escravos em boas condições e...

- Boas condições?! - Antes de perceber minha voz já estava alguns tons mais elevada. - Você chama isso de boas condições? Você é tão humano quanto eles! - Respirei fundo e me acalmei antes de continuar, alguns homens me olharam receosos, sempre fui calma, mas nessa situação seria impossível. - Você vai libertá-los, e se não o fizer, eu te venderei para virar comida para cães, fui clara? - O homem apenas assentiu, mas antes de poder voltar para casa fui chamada para resolver os problemas com os carregamentos de drogas.

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Queens, 21:43

Quando cheguei no meu apartamento parei para respirar antes de realmente ter que subir as escadas, já que estava mil vezes mais cansada do que quando subi a primeira vez naquele mesmo dia, os carregamentos estavam todos espalhados pelo mundo e para redirecioná-los foi uma dor de cabeça.

Quando eu era a Imperatriz, criminosa procurada por diversos crimes pelo mundo e principalmente pelo Estados Unidos, eu "me fantasiava", não estou falando que eu colocava alguma fantasia de princesa da Disney, não, mas eu usava maquiagem forte o suficiente para ficar quase irreconhecível e roupas que não condiziam em nada com minha personalidade, sem contar com algumas perucas, mas que davam um ar de elegância, sem falar que me deixava com mais cara de "Femme fatal". E isso era quase como água e vinho do meu "verdadeiro eu", apenas uma jovem mulher de origem russa que mora numa parte não privilegiada da cidade.

Normalmente quando eu era a Imperatriz, usava um apartamento luxuoso de Manhattan, porém eu só me sentia realmente confortável no meu pequeno apartamento do Queens.

Já que essa parte foi clareada entre a gente isso nos leva ao momento em que eu conheci o meu vizinho, ou melhor, o cara que eu derrubei bebida na outra noite, eu congelei no lugar quando ele entrou pela porta do prédio e começou a apertar o botão do elevador.

Eu nunca tinha testado se meu disfarce funcionava ou não, já que quem me via vestida de "Imperatriz" nunca me via de Charlotte, e vice-versa, por isso eu demorei três segundos inteiros para finalmente abrir a boca.

- O elevador não funciona. - Minha voz saiu baixa e eu me amaldiçoei por isso, com certeza se eu estivesse com todo o aparato para ser chamada de Imperatriz eu nem mesmo piscaria com um homem bonito.

- O que? - Ele perguntou virando em minha direção, seus cabelos loiros escuros estavam bagunçados e ele usava uma camiseta com uma jaqueta por cima, mas aquilo nele não o fazia parecer badboy, não sei se pelo seu jeito educado ou apenas o leve sorriso que parecia colado no seu rosto, mas olhando mais atentamente era possível ver seu cansaço.

- O elevador não está funcionando. - Falei mais forte, e voltei a fazer o meu caminho pelas escadas, ouvi o seu gemido de dor e logo ele estava subindo do meu lado.

- Ele está assim a quanto tempo? - Ele era bem mais alto que eu, e a minha altura era considerada até mediana.

- Acho que já vai fazer dois anos. - Nós subíamos ao mesmo tempo que tínhamos essa conversa leve.

- Eu vou morrer de ter que subir isso tudo todo dia, eu moro no quinto andar.

- Então acho que somos vizinhos. - Disse com um leve sorriso e ele sorriu junto, por um segundo pensei que ele me reconheceria da boate mas parece que isso não aconteceu.

- Você parece cansada, trabalho? - Ele me perguntou com as duas mãos no bolso, eu não tinha tirado nenhuma hora de folga desde cedo daquele dia, meu estômago reclamava da fome e eu estava quase caindo de sono por conta da última noite, eu estava acabada.

- Sim, e você? - Ele soltou a respiração e concordou com um aceno de cabeça a tempo de nós chegarmos as nossas respectivas portas, uma do lado da outra, comecei a procurar a chave na minha bolsa e antes de entrar em casa ele voltou a me chamar.

- Ei! Que tal uma happy hour? - Virei rápido e o encontrei com um sorriso leve nos lábios, pensei por dois segundos.

- Tem que ser num lugar com bastante comida. - Disse voltando a fechar a porta de casa, ele riu alto.

- Pode deixar comigo.

**

23:56

- Como assim você nunca comeu cachorro quente! - Lucca, meu vizinho falava ao mesmo tempo que ria da minha cara, nós talvez estivéssemos um pouco bêbados, mas só talvez.

- Eu tenho nojo dessas barraquinhas de beira de estrada. - Eu já tinha rido tanto que minhas bochechas doíam, fiz um biquinho quando disse isso e vi os olhos de Lucca se focarem lá mais que o necessário.

- Não é de beira de estrada, é das ruas de Nova York, menina você é muito estranha. - Nós bebíamos mais uma garrafa de cerveja enquanto conversávamos no balcão do bar, ao fundo pessoas tentavam cantar músicas de grandes artistas no palco.

- O estranho aqui é você, que me trouxe num bar de karaokê. - Ele riu alto e novamente ficou mais próximo de mim para me responder já que a pessoa que estava no palco agora cantava uma música do Metálica e não poupava a garganta com os gritos.

- Você disse que estava com fome, eles aqui têm o melhor frango frito do bairro. - Eu ri ainda mais e ele me seguiu, nós pedimos mais algumas rodadas de vodca no intervalo entre uma pessoa que cantava e outra. Viramos uns três copinhos e antes que eu percebesse Lucca tinha nos levado para o palco.

A partir daí eu não me lembro direito do que fizemos, cantamos alguma música daquela boyband britânica e eu me embolei no inglês e acabei cantando partes em Russo, depois disso eu realmente não me lembro de mais nada.

A partir daí eu não me lembro direito do que fizemos, cantamos alguma música daquela boyband britânica e eu me embolei no inglês e acabei cantando partes em Russo, depois disso eu realmente não me lembro de mais nada

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Capítulos todas as Sextas-feiras, mas como eu sou boazinha se estiver bastante votos e comentários eu posto antes :)

A ImperatrizOnde histórias criam vida. Descubra agora