Capítulo 13

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A manhã havia acordado fria, indo contra a estação que estávamos, como se soubesse o que aconteceria dentro de poucas horas.

Assim que estava saindo de casa recebi uma ligação.

- Alô?

- Charlotte?

- Pietro? - O meu ex estava me ligando?

- A Mama pediu para eu te ligar... A minha tia sofreu um acidente ela foi para Itália visitá-la.

- Sinto muito, ela está bem?

- Sim, está estável agora, mas precisa de acompanhamento.

- Melhoras para ela. - Respondi, e então se fez silêncio, fazia muito tempo que não conversávamos. - Pietro eu..

- Me desculpa por como eu te tratei esses anos Charlotte, eu ainda não concordo com o que você faz mas eu não deveria ter te tratado assim. - Sorri com aquilo, era como se um peso tivesse saído das minhas costas.

- Eu te perdoo, cuide sempre da Mama por mim, tudo bem?

- Você ainda pode cuidar Lotte...

- Fale para ela que eu a amo. - E assim desliguei, sem dar tempo dele dar ma resposta. Peguei minha moto e fui para o lugar em que limparia os meus pecados.

Se meu pai morreu para fazer o mundo melhor, eu morreria para vingar a sua morte tão nobre, além do mais, matar um bando de mafiosos também se enquadra em "fazer o bem para humanidade".

E lá estava eu, se eu estivesse em algum filme provavelmente uma música passaria ao fundo, mas aquilo era real, antes de dar o primeiro passo para dentro da casa mandei uma mensagem para Lucca.

"Eu te amo" 

Acho que nunca saberei sua resposta, e mesmo o conhecendo a pouco tempo, aquele sentimento apenas crescia no meu peito.

A casa ficava num lugar afastado mas era majestosa em tamanho, eu sabia que era ali que Viatcheslav ficava quando vinha para os Estados Unidos, e era ali que todos se juntavam para conversar sobre os negócios, eu sabia que eu não era a única da máfia no país e pelo tom de voz de Viatcheslav ontem, alguém para me substituir já estava sendo cotado.

Entrei na porta com um pontapé, os homens se levantaram, dois ao lado da porta onde deveria ser uma sala de estar, mãos no coldre, mas não se moveram ao me reconhecer.

- Considere isso como minha carta de demissão. - Disse assim que atirei em ambos, estava com silenciadores, mas a casa estava cheia, ainda melhor...

Voltei a atirar contra os homens que vinham correndo pelo corredor, e os que desciam as escadas, alguns atiravam contra mim, outros apenas ficavam surpresos quando viam de onde os tiros estavam saindo, uma bala passou tão perto do meu braço que arrancou um filete de sangue.

Me acomodei atrás de um sofá virado para recarregar uma das pistolas e já destravar a submetralhadora, levantei de matei dois homens que estavam se aproximando, sempre fui boa de mira então foram tiros certeiros.

Voltei a me levantar, ouvia ao longe mais homens vindo, atirei com a submetralhadora matando mais alguns, o amontoado de corpos apenas aumentava, no corredor e nas escadas, assim que se fez um pouco de silêncio corri para o andar de cima, alguns homens me esperavam, mas fui mais rápida ao matar três, o quarto se jogou para cima de mim com uma faca, desviei a primeira vez mas a segunda passou de raspão por minhas costelas ainda doloridas da briga no clube de alguns dias atrás, segurei sua mão e atirei na cabeça, pude ouvir mais homens entrando na sala no térreo e me escondi no andar de cima fora da linha de visão deles.

A cada cômodo que abria a porta mais pessoas eram mortas, eu presenciava mais crimes das piores espécies possíveis, tanto a fabricação de drogas quanto venda de pessoas, pelo visto eu fui a única que neguei esse tipo de comércio.

Enquanto as pessoas fugiam pelas janelas com um pouco da minha ajuda eu ouvi sons no corredor, disse para eles continuarem e fugirem sem nunca olhar para trás.

Eu ainda tinha que achar Viacheslav, verifiquei minhas armas antes de voltar a luta, guardei minha pistola com o último pente de balas e foquei na metralhadora que tinha conseguido com um dos corpos de mafiosos.

Abri a porta e descarreguei o pente em todas as pessoas que já se amontoavam no corredor, acertei duas na cabeça e outras duas no braço e perna, corri para o final do corredor, me sentia suja de sangue e a adrenalina começava a esfriar, mas eu precisava matar o cabeça de tudo, abri o último quarto.

E ele estava lá, de costas para a porta, observando a paisagem da janela, provavelmente viu as pessoas fugindo daquela prisão, peguei a pistola do coldre e encostei na sua nuca, pronta para dar um fim em tudo aquilo.

- Demorou mais que o esperado. - Foi o que ele disse, então senti o cano frio da arma atrás de mim, um grande sorriso se abriu em meus lábios pintados de vermelho carmim, um sorriso assustador, eu não estava com medo da morte.

- Eu já vim para morrer Viacheslav, mas antes te levarei comigo. - Disse e ele se virou para mim, olhos sem nunca demonstrar sentimentos.

- Talvez você esteja pronta, mas tenho certeza que eles não. - E foi então que eu vi, abaixo de sua janela, todas as pessoas que libertei de joelhos no chão, em fila, homens, mulheres e crianças, mãos na cabeça.

Seria um massacre, fechei os olhos com força, eu não vim para trazer a morte para pessoas inocentes, então abaixei a arma, dois homens seguraram meus braços e prenderam nas minhas costas.

- Acho que está na hora de você pagar os seus pecados. - Ele disse e colocou um saco preto sobre a minha cabeça, a próxima coisa que me lembro é de sentir a dor da agulha no meu braço.

Merda!

**

Acordei meio tonta, as luzes giravam como se eu estivesse rodando no meu próprio eixo e senti ânsias. Assim que minha cabeça voltou para o lugar eu vi onde estava, uma sala, muito parecida com essas de interrogatório da polícia, uma parede de espelho falso e uma mesa. Mas eu sabia que aquilo estava longe de ser regularizado. Tentei soltar os meus punhos das algemas mas não tive sucesso então apenas esperei, seja lá o que quer que fosse.

**

Lucca

Algumas horas antes

Acordei com um ótimo humor, mesmo com a noite não acabando como planejei gostei de ter aquele tempo com a Charlotte, foi como se aquilo apenas confirmasse o que sinto por ela, fui ao banheiro lavar o rosto e assim que voltei recebi uma mensagem de Charlie, eram apenas três palavras, pequenas, mas que significavam muito.

"Eu te amo"

Aquilo fez o meu dia, sorri e quase corri para a sua porta, mas quando bati não tive resposta, resolvi não responder aquilo por hora, responderia pessoalmente.

Assim que voltei ao meu apartamento me preparei para mais um dia de trabalho, tomei banho e coloquei a camisa e assim que coloquei o distintivo no bolso meu celular tocou.

- Lembra do milagre que te falei? Ele aconteceu hoje de manhã.

- Lembra do milagre que te falei? Ele aconteceu hoje de manhã

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A ImperatrizOnde histórias criam vida. Descubra agora