Capítulo 14

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Disse para Carter me cobrir por aquele dia, deixei o distintivo em casa e corri com o carro para as coordenadas que Basile me passou, assim que aquela página se fechasse eu sairia daquilo, e de algum jeito aquilo me deixou ansioso, como se hoje minha vida fosse mudar.

Estacionei na frente do prédio, era uma parte desabitada da cidade, distante da loucura que Nova York era, assim que entrei dois homens me pararam e me revistaram guardando a minha pistola com eles dizendo que me devolveriam na saída, não me importei com aquilo eu queria apenas pegar aquela criminosa e prende-la, assim eu sairia daquilo.

Subi no elevador estilo gaiola e logo cheguei no meu destino. Basile me esperava com um grande sorriso, seu terno sempre alinhado mesmo com a grande barriga e seu olhar de pura satisfação.

- Você não acredita no presente que eu ganhei hoje. - Ele riu alto me segurando pelo ombro mesmo sendo mais baixo que eu, e me levando para algum lugar. - O líder da máfia Russa  me presenteou com a Imperatriz, dizendo que ela seria nosso acordo de paz, não é segredo para ninguém o quanto eu detesto a Salope* (vadia), e com esse presente de paz isso faz a tensão entre Máfia russa e francesa diminuírem. - O francês gordo voltava a rir, eu não me atrevia a segui-lo, eu queria apenas pegar o que era meu e sair de lá, devendo um favor. - E aqui está nossa recompensa Garçon. - Ele me mostrou um vidro, parecia ser um espelho falso, olhei através dele e...

Ela estava lá, era definitivamente ela, a razão pela qual meu coração batia mais rápido. Só que ela estava diferente, uma roupa manchada de sangue, calças de couro justas com uma blusa bonita, e maquiagem tão forte que tampava suas cicatrizes e realçava sua beleza, eu nunca tinha a visto com tanta maquiagem, ou com aquelas roupas, mas então como se a ficha caísse eu me lembrei.

A garota que derrubou bebida em mim no dia em que eu estava no clube, a garota que saiu pelas portas dos fundos da boate, e a garota para quem eu queria dar meu coração, eram todas a mesma. A mesma Charlie, a minha Charlie.

- Espera Basile, tem algo errado, ela não é a Imperatriz. - Disse, desespero tomando conta da minha voz, ela não era, ela não podia ser.

- Acredite se quiser garçon , mas aquela ali dentro é a Imperatriz. - Então ele entrou na sala, e eu estava ali de camarote.

**

- Olha quem apareceu, já estava ficando entediada. - Charlie ou Imperatriz disse, aquilo estava bagunçando a minha mente, Basile apenas riu, fazendo sua grande barriga balançar.

- Como você está Imperatriz? Ou devo dizer, Charlotte. - Ela cerrou os olhos para ele.

- Você não é digno de pronunciar o meu nome. - Era quase como se eu não a conhecesse, seu olhar feroz e rosto sério.

- Acho que vou ter que me tornar, mas isso é coisa para outro momento, o que eu vim fazer aqui é contar uma história.

- Não quero ouvir suas histórias, quero que me solte, ou sofrerá as consequências. - Basile apenas riu e voltou a falar.

- Um passarinho me pediu um favor uma vez, ele soava desesperado, assim como todas as outras vezes que ele veio até mim. - Eu sabia que ele falava de mim, porém a mulher que estava na sala de interrogatório apenas revirava os olhos como se estivesse entediada. - O que esse passarinho me pediu era algo que a muito tempo eu queria: sua cabeça numa bandeja de prata. - O sorriso que ele dava me fazia arrepiar de medo. - A única coisa que me impedia era a máfia russa, você sabe como é... Lutar contra eles deixam as coisas mais complicadas, mas qual foi a minha alegria quando Viatcheslav te deu para mim, quase como um presente? - O rosto dela escureceu quando ela entendeu do que se tratava, e então eu tive medo por ela.

A ImperatrizOnde histórias criam vida. Descubra agora