|2| Diga!

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Bruno

Aquela ruiva de cabelos rebeldes e corpo selvagem não saía da minha cabeça de jeito nenhum. A anos que venho procurando algo do seu paradeiro e agora que finalmente a tenho outra vez em minha vida, não sei o que fazer. Ana mudou. O corpo ganhou mais curvas a deixando ainda mais linda. Seu jeito também havia mudado, mas o que me chamou a atenção, foi seus olhos. Eles também mudaram, e com isso, o jeito que ela me olhava.

Agora eu tinha como encontrá-la. Possa ser que realmente o dinheiro não traga felicidade, mas abre portas e descobre números de telefones.
Não foi difícil convencê-la. Ana sabia exatamente que tínhamos algo em comum, pude comprovar isso quando a encontrei por acaso na véspera do natal. Eu tinha que saber se ela ainda sentia algo por mim.

— Vamos sair para comemorar! — Maicon, meu melhor amigo gritou alto.

— Comemorar o que? — Luana, uma das garotas que andava com a gente perguntou. — Vim aqui para passar a noite com Bruno, mas parece que ele não está muito afim de fazer nada hoje.

— Deixa de ser mariquinha... — Falando arrastado devido a algumas garrafas de cerveja, Maicon parou ao meu lado. Cruzou o braço pelo meu pescoço. — Acabei de descobrir que a criança da mina que peguei um tempo atrás não é minha. Isso sim é um bom motivo para ser comemorado.

Eu estava feliz por saber disso, não tanto pelo meu amigo, mas sim pela criança que escapou de ter um pai tão sem noção e sem futuro como Maicon. 

Maicon e Luana me convenceram a ir para beber com eles. Como Luana era filha de pais bem-sucedidos e com uma posição boa na sociedade, não foi difícil entrar na boate mais badalada do Rio de Janeiro. Um local caro e luxuoso, onde muitos vão para beber, dançar, transar com desconhecidos e se drogar. Enganasse aqueles que pensam que riquinhos não ficam chapados, Luana é a prova viva disso.

Luana nos levou para a área VIP. Um camarote particular repleto de bebidas e drogas de todas as qualidades.

Olhando meus amigos animados com a variedade de drogas ali, peguei uma garrafa de cerveja e sentei em uma poltrona confortável de couro do outro lado do cômodo. Maicon vez uma carreira de pó branco e com um aspirador de pó — literalmente —, ele inalou aquilo com rapidez. Logo Luana imitava seu gesto. Não demorou muito para que os dois estivessem chapados e falando suas merdas.

— Deixa de ser otário, Bruno. — Luana sentou sobre meu colo e roçou sua bunda sobre meu pau. — Me fode aqui. O que você acha Maicon: um ménage?

— Gatinha... — Maicon bebeu um gole de cerveja e tragou um pouco do seu milésimo cigarro. — Faço o que você pedir.

Eu não estava muito no clima. Luana beijava Maicon com ferocidade, parecia que a qualquer momento ela engoliria a boca dele inteira. Beijando seu pescoço, ela foi descendo passando pela barriga já nua e indo até o cós da calça jeans. Olhou para mim sobre seu ombro e sorrindo maliciosamente, tirou o restante das roupas de Maicon que pegou seu cabelo e enrolou na mão formando um rabo de cavalo e socou na boca pequena, mas que sabia muito bem como chupar um pau, de Luana.
Não tem como não ficar excitado com tal cena. Meu pau pulsava dentro da calça. Deixei a garrafa vazia de cerveja e me juntei a eles aquela loucura.

A noite estava animada, não posso negar. Depois de ter transado com Luana e Maicon juntos, me animei para curtir aquela noite. Descemos para a pista de dança.

Talvez fosse o efeito da bebida ou o cheiro forte das drogas, mas eu poderia afirmar que tinha visto Ana parada no bar. Tropeçando em meus próprios pés, caminhei até ela e tive a certeza de que não era algo da minha imaginação. Era mesmo ela.

— Parece mesmo que o destino quer nos juntar de qualquer maneira. — Meu coração falhou uma batida assim que aqueles olhos verdes me fitaram. Era como se eles pudessem ver através da minha alma. Estou chapado.

— Bruno. — Meu nome saiu de sua boca como se fosse algo asqueroso. — Mundo pequeno, não acha.

— Podemos conversar? — Indaguei. Aproximei-me dela e senti o cheiro bom de seus cabelos recém-lavados. — Vamos para um lugar mais calmo.

— Não vou a lugar nenhum com você. Combinamos de conversar amanhã. Então vai ser amanhã. E sem falar que você está bêbado e fedendo.

— Deve ser o cheiro dos orgasmos da vadia da Luana que acabei de comer.

Como um raio que atinge o chão em noites de tempestades, assim foi o tapa que Ana desferiu em meu rosto. Ardeu. Ardeu bastante. Mulher da mão pesada do caralho, mas isso só me deixou mais ainda excitado.

Não percebi, mas ela já havia ido embora. A procurei pela boate toda, já estava sem esperanças quando ouvi um murmurinho de que a ruiva mais bonita da noite havia passado pela multidão indo em direção a parte de tras do local. Perguntei aos caras que falavam dela e tive a certeza de que era Ana.

Lá estava ela, encostada na parede de tijolos. Seus olhos fechados pareciam buscar calma em seu interior.

— Porque você insiti em fugir de mim?

— Porra! — Xingou ela. — Que merda, Bruno. Para de me prosseguir, por favor. Que saco!

— Então para de mentir para si mesma e confessa que está cheia de tesão agora doida para me dar gostoso. Diga! Vamos, fala que é mentira. Mente dizendo que não quer que eu te pegue assim. — A puxei para perto. — Diga que não quer me sentir assim dentro de você. — Rocei meu pau em sua barriga. — Diga.

— Você continua sendo o mesmo babaca imbecil de anos atrás. — Suas mãos pequenas e macias tentaram me empurrar, mas não me moveram nenhum centímetro sequer.

— Um babaca imbecil que te faz gozar como ninguém. — Beijei a curva de seu pescoço. — O mesmo babaca que está duro de desejo para tê-la.

Eu sabia muito bem que Ana queria o mesmo que eu, estava estampado em seus olhos. Seu corpo reagia a cada palavra que saía da minha boca. A cada toque era um suspiro que ela deixava escapar daqueles lindos e macios lábios que eu estava doido para beijar.

— Amanhã conversaremos. — Não a deixei que saísse dos meus braços. Pressionei seu corpo contra a parede e meu peito. — Me deixa ir, Bruno.

— Eu sei que você também quer.

— Vai fazer igual fez no passado? Vai me obrigar a transar com você a força? É isso? — Fungou. — Você vai me obrigar?

Como se eu fosse puxado de volta para o mundo real, a larguei assim que vi seus olhos molhados devido as lagrimas. O que eu estou fazendo? Eu não sou mais assim. Eu mudei.

Tentei falar com Ana, mas ela saiu de lá me deixando sozinho com os meus demônios.

Soquei com força a parede de tijolos. A raiva tomou conta do meu corpo num estado tão grande que eu já não sentia mais dor. Soquei mais algumas vezes a parede até ver o sague jorrar de meus dedos e só depois de ter colocado toda a raiva e frustação, voltei para a boate. Avistei Luana e Maicon dançando juntos e fui até eles. Disse que eles poderiam ficar lá, mas eu não sentia bem e preferia ir para casa. Eles estavam tão chapados que nem perceberam minha mão pingando sangue. Chamei um táxi e segui de volta para minha casa. Eu só queria tomar um banho gelado, enfaixar a porra da minha mão que começava a doer e deitar. Era só isso e mais nada. Eu teria que estar bem para pode conversar com Ana no dia seguinte.

A Espera De Um Milagre - Série Amores Perigosos - Livro 2 [AMOSTRA]Onde histórias criam vida. Descubra agora