Bruno
— Bruno, pare! — Luana gritou, assustada. — Você não é acostumado a fazer isso.
— Se que foda! — Bebi mais um gole da cerveja e acendi outro cigarro. — Quero esquecer meus problemas.
— E se drogar vai resolver isso?
A olhei rindo.
— Quem é você para me dar sermão? — Andei até ela e soltei a fumaça em seu rosto. — Some daqui!
— Imbecil! — Batendo o pé firme no chão, Luana pegou abolsa sobre a mesa de canto da sala e saiu.
A raiva por ser rejeitado por Ana me consumia aos poucos. Eu a queria para mim, e eu a teria d qualquer maneira. Saber que possivelmente outro homem está dormindo ao seu lado me deixa possesso. Ana sempre será minha.Já esgotado, larguei a garrafa de cerveja vazia no chão e fui para o meu quarto. Eu tinha que dormir um pouco para depois pensar uma maneira de ter Ana ao meu lado.
***
Outro dia. Mais uma chance de recomeçar do zero e conseguir o que quero. Mas se não fosse essa maldita dor de cabeça que insistia em ficar mais um pouco. Eu nunca havia me drogado antes, apenas bebia, mas era só isso. Mas ontem extrapolei o meu limite. A raiva e ódio eram as únicas coisas que eu enxergava na frente.
Arrastando os pés até a sala sentindo como se as paredes de estivessem se fechando contra mim, tomei um susto com a bagunça do lugar. Eu não me lembrava muito bem o que tinha acontecido. Fragmentos da noite anterior vinham em minha mente, mas eram poucas as coisas que eu me lembrava.
Juntei as garrafas vazias e algumas ainda cheias e as joguei no lixo. Cigarros espalhados por todo o chão, foram varridos para a lata de lixo.
Depois de uma arrumação de merda, tratei de tomar um banho e ficar apresentável. Eu ainda tinha que arrumar uma maneira de fazer Ana me enxergar com outros olhos.
Engraçado como as coisas são. Tudo o que queremos nunca podemos ter. Primeiro eu queria meus pais comigo, mas eles se foram. Segundo eu queria ter uma vida melhor, não ter que ficar dependendo de um trabalho medíocre para me sustentar. E por último, o mais importante para mim, queria ter Ana outra vez em meus braços, e eu a teria.Tomei um banho rápido, e vesti uma roupa aleatória para mais um dia de serviço na empresa de entregas.
— Melhorou o seu humor? — Maicon falou comigo assim que me viu atravessar a rua. — Luana disse que você estava doidão ontem.
— Luana não tem nada melhor para fazer não? — Indaguei pegando o capacete da mota de suas mãos. — Vamos logo, estou atrasado.
— Bruno, o que está acontecendo como você?
— Liga a porra dessa moto e vamos trabalhar.
Sem perguntar mais nada, Maicon deu partida na moto e seguimos rumo ao trabalho. Trabalhávamos a mais ou menos cerca de dois anos na empresa da tia dela. Fazíamos qualquer tipo de entrega. Era só o cliente ligar que íamos até ele. Pagava bem, não vou mentir, dava para me virar, mas não nasci para ficar indo e vindo de moto pelos cantos entregando coisas para os outros. Eu tinha meus objetivos e ambições a serem conquistadas ainda.
Minha chefe, sempre com aquele ar de superioridade, mandou que eu fosse pegar uns papeis praticamente do outro lado da cidade. Isso só para me punir pelo atraso e pela rejeição. Eu jamais iria sair com a tia do meu amigo. Uma mulher já com seus quarenta e cinco anos, mas muito bem conservada. Poderia ser a mulher mais linda, mas eu não tinha interesse.O endereço dava um prédio comercial bem grande. Eu já tinha ouvido falar da empresa internacional de joias. Uma das maiores de todo o país. Assim que entrei no lugar, e vi o nome de quem eu teria que procurar, senti meu coração bater descompensado de alegria dento do peito.
Caminhei até duas mulheres que conversavam animadamente. Uma delas, a morena alta, me olhou dos pés até o último fio de cabelo da minha cabeça
Dei o meu melhor sorriso e como sempre, consegui mais um número de quem sabe, uma futura transa.
Fui até o andar onde Ana estaria. As postas de ferro do elevador se abriram revelando um andar todo branco com apenas alguns detalhes na cor cinza. Caminhei até a secretaria e pedi para que anunciasse como apenas o funcionário da Expresso entregas. Eu não era tão burro assim de dizer o meu nome e perder a hipótese de ver minha Ana vestida com aquela roupa de secretaria sexy e gostosa. Apenas que, ela ficaria gostosa vestindo qualquer coisa, até mesmo uma sacola de supermercados.Dois minutos se passara até que finalmente ela apareceu. Linda em seu vestido preto social apertado no corpo e um pouco acima dos joelhos. Seus cabelos presos num coque alto e aqueles óculos de atriz pornô na ponta do nariz.
De branca ela passou para roxa, como se o ar estivesse sido roubado de seus pulmões.
— Oi, amor.
— O que você está fazendo aqui? — Indagou ela, ainda distante de mim. — Vai embora agora.
— Calma... — Andei até ela. — Vim pegar os papeis.
— Bruno, vai embora. Ou serei obrigada a chamar os seguranças.
Chamando a atenção das outras pessoas para a nossa conversa, tentei me aproximar mais dela e conversar. Mas Ana sempre foi muito arisca, ela sempre tentava fugir de mim, mas no final, ela corria de volta para a minha cama e fazia o que eu mandava. Não seria diferente agora, não comigo.
— Eu até vou embora, mas só se você me prometer que sairemos hoje à noite.
— Somente nos seus sonhos. Agora saía daqui!
Atrás dela, uma porta de madeira pesada se abriu. Um homem de cabelos pretos, terno e gravata apareceu. Ele me encarava como se eu fosse um meliante prestes a roubar suas coisas.
— Porque os gritos, Ana. — Ele perguntou. Colocou a mão em volta da cintura de Ana e a apertou como sinal de posse. — Senhor?
— Sou o irmão dela.
— Mentira! — Gritou ela. — Você não é nada meu. Nada!
Outra vez aquela sensação de raiva e ódio tomaram conta de mim, mas dessa vez me controlei. A última vez que deixei ser levado por esses sentimentos, acabei ferindo o lindo rosto da mulher que será minha outra vez.
— Engraçado, não foi isso o que você me disse quando estava quicando feito uma louca no meu pau. Lembra como você gozou? Lembra, safada. — Vindo em minha direção feito um furacão, o homem que até a pouco não falou nada, desferiu vários em mim, me fazendo cair no chão um pouco desorientado.
Vários socos eram acertados em mim, e a única coisa que eu ouvia era Ana gritando por ajuda. Eu não tinha forças para tentar lutar. O maldito havia me acertado em cheio no primeiro soco, até um lutador profissional de MMA perderia para ele.
Meus olhos já haviam inchados, e o gosto metálico do sangue impregnado em minha boca.
— Você nunca mais ouse tocá-la, ouviu? — O desgraçado falava enquanto me erguem do chão. — Ela está comigo e eu a protegerei de gente como você. Agora agradeça muito a Deus e a ela por eu não te colocar na cadeia, que lá é o seu lugar.
— Isso mesmo Aninha, aproveita a vida boa que esse babaca tem a te oferecer, quando se cansar dele sabe onde me encontrar. — Cuspo um pouco de sangue no chão. — Uma dica para você, senhor engomadinho: ela gosta que a chupem bem devagar.
— Seu filho...
— Chega, Bruno. — Ana se pôs entre nós dois, formando uma barreira. — Por favor, não pior as coisas. Vá embora e me esqueça, assim como esqueci sua família. Não sou a sua irmã e nunca serei. O que aconteceu no passado jamais se repetirá. Por favor, seguranças, o levem daqui.
— Você ainda será minha, Anália!
Feito um bandido, fui carregado para fora do prédio e jogado no chão.
Todo mundo que passava me olhava com um olhar de pena, outros de desprezo e até mesmo a mulher que havia me dado o número do celular, agora me olhava com medo.
Levantei do chão e jurei a mim mesmo que os dois irão me pegar da maneira mais dolorosa que se pode imaginar.
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A Espera De Um Milagre - Série Amores Perigosos - Livro 2 [AMOSTRA]
RomanceSer adotada por uma família carinhosa, parecia ser a melhor coisa que aconteceu na vida de Ana, e foi, por um bom tempo! Até que seus pais adotivos morreram em uma tragédia a deixando mais uma vez a mercê de uma vida que parecia só querer lhe ensin...