Dois

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Lentamente, estou acordando. Eu me lembrava de tudo que acontecera. Merda. Estava esperando um bebê de Archie Andrews. Meu inimigo. Abro os olhos. Estava no hospital. Não quero imaginar o que vai acontecer agora. Tento me levantar, mas uma mão me empurra de volta para a cama.
-Calma.- era Archie. O que ele queria aqui?
-O que está fazendo aqui? 
-Eu tive de vir como acompanhante.- a porta se abriu. Meu pai e os pais de Archie entraram.
-Então está certo, FP?- Fred perguntou.
-Sim, Andrews.
-O quê?
-Decidimos que será melhor para o bebê se ambos casarem.
-Como assim?!- falamos ao mesmo tempo.
-Casamento. Vocês irão se casar.
-Eu não quero me casar!!- reclamo. É tortura isso?
-Será pelo bem do bebê. E decidimos também que irão morar juntos o mais rápido possível.- meu pai falou.
-Ah não...- Archie não falou palavra alguma. Ainda está em choque.
-Por enquanto ficará conosco, Jughead.- Mary falou.
-Tudo bem...- concordo. Já estava em um beco sem saída mesmo.

Assim que cheguei à casa dos Andrews, Mary disse para me acomodar. Archie havia passado no mercado com o pai e voltaria em breve. Resolvi tomar um banho para me refrescar. Enquanto a água caía em mim, passei a mão por minha barriga. Não conseguia acreditar que havia um bebê ali dentro. Um bebê. Eu iria ser pai. Me olhei no espelho do quarto. Logo, minha barriga estaria grande. Logo, estaria com uma criança em meus braços.
-Que marcas são essas?- ouvi a voz de Archie. 
-Marcas?- perguntei.
-Essas marcas nas suas costas. Alguém te bateu. Quem?- eu não iria falar para Archie que fora meu pai.
-Não é nada. Esqueça.
-Me diga quem fez isso.
-Não é nada isso. Me deixe em paz.- ele me abraçou quando viu que eu estava quase chorando.
-Fale a verdade, Jughead. Quem fez isso com você?
-Meu...- já estava chorando.- ...pai. Ele me bate... desde pequeno...- completei, entre soluços.
-Isso não ficará assim.

"-Você não vale nada, Jughead. Seu pai não te ama. Sua mãe te abandonou porque não te suportava. Archie Andrews nem precisa dizer. Todos te odeiam. Você é um erro. Você não deveria ter nascido.
-Não... Não... Não!!"

-Não... Pare com isso... Pare com isso... Eu não...- acordei com a voz de Jughead. Ele estava tendo um pesadelo. Ele estava... chorando? O apertei fortemente em meus braços.
-Jug, vai ficar tudo bem...
-Archie... Eles me odeiam... Meus pais me odeiam. Ninguém me ama...
-Eu te amo. Pode não parecer, mas eu te amo. Tente dormir.
-Não quero t-ter e-e-esse pesadelo o-outra v-vez...
-Eu estou aqui. Do seu lado.

POV ARCHIE ANDREWS
Quando acordei novamente, já era manhã. Jughead estava dormindo abraçado a mim tranquilamente. Nunca imaginei que sua vida fosse assim. Eu não iria deixar nada de ruim acontecer com ele. Não seríamos mais inimigos.
-Jug... Escola. Temos que ir para a aula.
-Só mais cinco minutinhos...
-Então eu como as panquecas todas.
-Já acordei.- se levantou.
-Tome banho primeiro. Tenho que falar com meus pais rapidamente.

Enquanto Jughead se arrumava, contei sobre as marcas que ele tinha para meus pais.
-Que horrível!! FP realmente fez isso?
-Sim. Temos que fazer alguma coisa.
-Vamos denunciar.- falou meu pai.
-Denunciar... o quê?- Jughead apareceu na cozinha.
-Seu pai. Ele te batia.
-Sim, mas...
-Isso não passará impune.- minha mãe afirmou.- Coma sua panqueca, querido.
-E quando...
-Depois da aula. Nós iremos o buscar para fazer a denúncia.
-E se ele fizer algo? Contra nós? Contra o bebê?- perguntou. Eu apertei sua mão.
-Eu estarei lá para protegê-lo.

POV JUGHEAD JONES
-Então Forsythe Pendleton Jones II batia no filho desde pequeno?- perguntou a policial.
-Sim. Pode nos deixar a sós, Jughead?- saí do escritório. Fiquei na sala de espera por um tempo. Uma moça se aproximou, bem-vestida. Parecia a mãe de Veronica.
-Você trabalha aqui?
-Não, senhora.
-Ah, desculpe. Estou...- tirou os óculos. Ela parecia estar me analisando.- Jughead? É você mesmo?
-Mãe?

Fate •Jarchie•Onde histórias criam vida. Descubra agora