Capítulo quatro ♡

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~ PH Narrando ~
(3 anos atrás)

Perder alguém que você ama não se compara com nenhuma dor do mundo, essa dor não tem cura, essa dor não passa por mais que você tente tirar ela do peito. 

E eu perdi alguém, quer dizer, eu perdi dois alguém. Pessoas importantes, pessoas que eu amava e amo mais que a mim mesmo.

Não tive tempo de me despedir, não tive tempo pra dizer o quão elas eram importantes e o quão a amavas.

Já imaginou você receber um "Eu te espero amor" e um "Te amo papai" e quando você enfim volta pra casa, elas estão mortas, totalmente cobertas de sangue? Pois é!

Eu to passando por isso tudo e o pior, estou tendo que ser forte.

Parado, encostado naquela parede fria, olho pros dois caixões na minha frente. Minha filha e minha mulher estão mortas.

Eu não tenho reação perante isso, não consigo falar com ninguém, apenas encaro os dois caixões na minha frente e penso que se talvez eu não tivesse saído naquela porra de invasão elas estariam aqui, elas estariam comigo!

Não consigo mais chorar, todo choro foi derramado ontem ao ver elas no chão. Eu chorei tanto, mas tanto, que acho que nunca mais terei lágrimas em meus olhos.

No velório não tinha ninguém, apenas eu e o padre. As outras famílias estão ocupadas demais cuidando do enterro de seus parentes. Todo mundo perdeu alguém nessa invasão. Meus amigos me deram a moral que eles podiam, aliás eles também perderam alguém.

Me aproximo do caixão da minha mulher e me permito lembrar da sua risada contagiante, me permito lembrar do seu toque quente na minha pele fria, me permito lembrar do seu "Eu te amo preto" toda vez que eu saía pra luta.

Toco sua pele fria, meu corpo se arrepia e mais uma vez me lembro como era amar essa mulher.

Nós dois quase nunca brigava, e quando brigava se resolvia na cama. Com a gente não tinha meio termo, ela sempre mandava em tudo.

Me lembro de cada momento que passei com ela, do nosso primeiro beijo, primeira transa, pedido de namoro e de casamento, a notícia que recebi quando ela tava grávida, a notícia que seria uma menina, e agora a notícia da sua morte.

Me lembro das noites em claro que conversávamos por mensagem, das vezes que eu estava na pior e ela sempre me fazei enxergar o melhor, das risadas que dávamos juntos, das caretas, músicas, sensações e até nos assuntos estranhos.

Lembro da última foto que tiramos juntos, a gente tinha acabado de se arrumar pra ir pro baile. Era noite de comemoração, 4 anos juntos.

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