Lana Collins
OS DIAS QUE se passaram depois de entrar na casa do Dylan, foram exaustivos e aterrorizantes. Eu não dormia mais, e cada minuto da minha vida girava em torno do Matt. Ficava a noite toda sentada na porta do meu quarto, a fim de ouvir se ele iria sair. Às vezes cochilava e via uma arma apontada para mim, então acordava rapidamente, ficando alerta de novo. Quando o sono conseguia passar por essa parte e eu dormia um pouco mais profundamente, sonhava que eu estava vendo Dylan atirar em meu irmão. Eu gritava e tentava impedi-lo, mas não conseguia. Era como se estivesse amarrada ou algo assim, então abria os olhos e ia de fininho até o quarto do meu irmão, conferir se ele estava realmente lá.
A semana do aniversário da Victoria havia chegado, e não sabia se conseguiria ir. Não queria descuidar do Matt. O medo e o cansaço eram a minha companhia agora. E estar tão longe com tudo o que estava acontecendo, não parecia ser uma boa ideia.
Era uma quarta-feira e eu estava em meu carro, no estacionamento da escola. Todos já haviam ido para a aula, mas eu estava cansada demais para sequer me mover. Coloquei a testa no volante e fechei os olhos, que ardiam de tanto sono. Eu estava literalmente um trapo. Assim que fui conseguindo dormir, a arma apareceu apontada para minha testa e pulei no banco, me jogando para trás. Um barulho na janela me fez pular de novo e olhei para o lado, vendo Ryan parado com uma expressão preocupada.
Olhei no retrovisor, e arrumei um pouco o cabelo, mesmo que não fosse o suficiente para parecer apresentável. Mas isso não importava, porque Ryan já estava acostumado. Eu nunca o via com ninguém além de mim e do Cody. Ryan nunca mais foi o babaca, egocêntrico e conquistador. Se eu dedicava meus dias para o Matt, Ryan dedicava os seus para mim. E eu jamais poderia negar o quanto isso era reconfortante.
Abri a porta, vendo o garoto mais perfeito do mundo, com suas roupas escuras, o cabelo bagunçado, a barba bem feita e os olhos... Meus olhos pretos preferidos. Ele segurou a porta aberta com uma mão e a outra colocou no teto do carro, me encarando.
– Chega pra lá. – pediu, apontando para o banco do passageiro. Juntei as energias que me restavam, e pulei para o lado, obedientemente. Ryan entrou e bateu a porta, já girando a chave na ignição.
– O que pensa que está fazendo? – levantei a sobrancelha. Ryan deu ré em meu carro, e saiu para as ruas de New City.
– Estou te levando pra minha casa. – deu de ombros. Balancei a cabeça, e apertei os olhos.
– Ryan, eu não posso ir pra sua casa, preciso vigiar o Matt. – falei no meio de um bocejo.
– Não, você precisa dormir. Está parecendo um zumbi, Lana. – apontou. Afundei no banco, um pouco envergonhada por ter insultado minha aparência. Tudo bem que eu estava um pouco pálida e com os olhos fundos rodeados por olheiras, mas não precisava ter jogado isso em minha cara.
– Obrigada. – disse rispidamente, cruzando os braços e olhando pela janela.
– De nada. - respondeu. O fitei zangada, mas ele sequer olhou pra mim. – Não adianta me encarar, Collins. Não tem discussão aqui. E se tivesse você teria perdido. – falou e bufei. Parecia uma criança fazendo birra.
Ryan entrou em sua rua, e parou de frente a sua casa. Não saí do carro. Ele revirou os olhos e deu a volta, depois abriu a porta e me pegou no colo. O olhei espantada pelo atrevimento, mas não pude deixar de sentir todo o meu corpo formigar em contato com o seu.
– Não precisa me tratar como uma criança. – tentei parecer brava. Sem êxito.
– Preciso se for se comportar como uma. – Ryan deu o sorriso que considerava só meu. Ele me soltou quando chegamos à porta da sala e a destrancou, mantendo uma mão em minha cintura.
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NUNCA SE APAIXONE POR ESSE CARA (CONCLUÍDO)
RandomNUNCA SE APAIXONE POR ESSE CARA, conta a história de vários jovens, mas a principal é Lana Collins. Lana é uma estudante extremamente inteligente, e possui memória fotográfica. Morava com sua mãe Laura Evans, porém alguns fatores a levou a se mudar...