Capítulo 37

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Bem vindos ao penúltimo capítulo de NUNCA SE APAIXONE POR ESSE CARA! Aproveitem a leitura e não me matem. Depois desse tem muita água pra rolar ainda. Espero que gostem apesar de tudo! ♡

Cody Harris

MEUS PÉS SUBIAM e desciam em um ritmo acelerado, ao mesmo tempo em que me beliscava. Era um pesadelo e eu precisava acordar. A técnica não estava dando certo, o que era ridículo porque nos filmes sempre funcionava. Belisquei ainda mais forte, vendo a marca das minhas unhas em minha pele. Novamente, falhara.

Fiquei fitando o chão escuro da delegacia, enquanto meus olhos se enchiam de mais lágrimas. Isso estava errado, eu não deveria estar aqui. Funguei quando a água salgada escorreu por minha bochecha, e me lembrei do que meu pai sempre dizia, sobre aquela história de que homens não choram. Logo em seguida a voz da minha mãe mandando que parasse de me aborrecer, surgiu.

Se minha mãe tivesse permitido que meu pai me ensinasse a ser mais duro, hoje não seria esse molenga medroso e talvez, só talvez tivesse conseguido ajudar meus amigos. A culpa era toda dela por eu ser um inútil, fraco e totalmente desprovido de coragem. Queria ter dado ouvidos ao meu pai, ele sabe como ser durão. Ele não fracassaria com as pessoas que ama. Não como eu.

Limpei os olhos na manga da minha camisa e continuei a levantar e abaixar os pés. Que mundo maluco era esse? De uma hora pra outra, coisas ruins acontecem. Devíamos nascer já com um aviso sobre o quão difícil seria viver.

Ouvi um barulho de salto alto sobre o chão, e virei minha cabeça. Uma mulher alta, elegante e com a feição preocupada se aproximava de mim. Era a minha mãe, a culpada pelo meu fracasso. Estava tão zangado com ela.

– Cody, querido! O que é que houve? – perguntou, se sentando ao meu lado. Quis dizer que o problema de estar aqui nesse momento, era porque ela me criou de forma errada, mas não consegui encontrar a minha voz. Será que estava no que eles chamam de "estado de choque"? Provavelmente sim, assustado como sou não poderia estar de outra forma.

Policiais iam e vinham parecendo ocupados com os chamados que recebiam pelo rádio. Um parou a nossa frente, mas não conseguia ao menos levantar os olhos. Sentia um formigamento por todo o meu corpo, minhas mãos suavam e a boca estava completamente seca.

– Você é Cody Harris? – sua voz era grave. Espero pelo menos ter uma voz assim quando ficar mais velho. Talvez isso camufle o meu covarde interior.

– Sim, é ele. – minha mãe respondeu por mim.

– Pode me acompanhar, por favor? – pediu-me, mas continuei em meu estado de choque, balançando as pernas constantemente.

– Ele não precisa de um advogado? – mamãe o questionou.

– Não, senhora. Seu filho não é um suspeito, só uma testemunha. Não tem razão para se preocupar. – garantiu. Óbvio que não seria um suspeito... Como diabos um suspeito poderia ser um idiota como eu?

– Tudo bem. Precisa ir, filho. – minha mãe disse, tocando em meu ombro. Minhas pernas pararam com a movimentação, e vagarosamente me levantei do banco. Tive vontade de dizer que eu não seria útil em nada, porque bem, nunca sou. Mas minha voz simplesmente não saía.

Comecei a seguir o policial no corredor grande. A cada passo meu coração parecia querer sair pela boca. Viramos à esquerda passando por uma sala cheia de pessoas em escrivaninhas, depois à direita em outro corredor e novamente à direita, parando de frente à uma porta.

– O detetive está lá dentro. – apontou para a sala. Continuei parado com as mãos nos bolsos do casaco, então ele mesmo abriu a porta e empurrou meu ombro de leve, fazendo-me entrar.

NUNCA SE APAIXONE POR ESSE CARA (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora