Doutor Toby Cavanaugh

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Estava chovendo naquele dia, minha surpervisora me chamou na sala dela: 

- Doutor Toby? Poderia fazer um plantão surpresa hoje? Doutora Silvana teve que ir correndo as pressas para a casa dela, filho passando mal...sabe como é né? - disse Sra Hill. 

- Claro. Eu fico sim. - e sorri gentilmente e sai da sala. 

Droga! Eu estava planejando ver um filme, ficar de bobeira, era o meu 3 plantão só nessa semana, estava cansado, e para piorar, nada de novo e especial acontecia no meu turno noturno, claro, era um emprego bom e sério,era o meu 25 copo de cafeína pura, da bem mais forte e tudo que eu queria mais na minha vida, agora, era descansar na minha cama, e não no sofá do meu escritório. Mas não tinha o que fazer,só me restava ficar por aqui, e ver o que dessa vez iria acontecer, cada plantão era algo novo ou esperado para acontecer, por exemplo, por reflexo, os pacientes mexeram os braços na UTI, ou então, um paciente passageiro vomitar na ala de "passageiros", ou então, um paciente chamar as enfermeiras para perguntar se podiam ir no banheiro, com resto a isso, o hospital era pior do que uma casa vazia, porque, até em uma casa vazia, havia barulho,mas aqui no hospital,não existe nenhum barulho, exceto das máquinas, e isso....é agoniante. 

Fui na máquina de café, peguei meu expresso, e no caminho, a enfermeira Lisa me parou: 

- de plantão novamente doutor? - disse ela segurando mais um café,o quarto só aquela noite. 

- Pois é ....plantão surpresa. - disse bebendo um pouco do café.

- surpresa é? Ah nunca é surpresa querido. Bom ..boa sorte ..porque hoje sera mais morto do que ontem.  Adeus doutor. - disse ela se afastando. 

Respirei fundo, e sorri pensando se um dia, a Lisa iria se aposentar, e como seria agoniante pra ela estar fora do hospital sem poder exercer a sua função que ela tanto amava. 

O que poucas pessoas sabem, é que, os doutores sempre tem um sofá escondido na sala de "descanso", puxei o sofá e deitei e ali tirei um cochilo. Quando o meu bip apitou, emergência, as enfermeiras agitadas, dizendo: CÓDIGO AZUL. Ou seja, algo grave havia ocorrido, e alguem estava prestes a morrer. 

Bebi o gole de café, para atender o paciente eu ainda tinha 15 minutos, mas não hesitei, finalmente, eu estava socorrendo alguém,porque mais um turno sem paciente eu que precisaria de um socorro. Foi então, que eu vi, uma maca, uma mulher, jovem, com 20 e poucos anos,desacordada, entubada, e as enfermeiras me passando o histórico médico, e também, o estado clínico dela no momento. 

- o que houve? Quem é ela? - correndo para acompanhar a paciente até o quarto dela. 

- Spencer Alexandra Hastings. 26 anos, formada em direito, estava atravessando a rua quando um carro a atingiu em cheia, desacordada, inconsciente, porém, com batimentos cardíacos ativos. Pressão 12/8. 

- muito bem, vamos fazer o checkout. Tudo, quero exame de tudo dela, onde fraturou, cabeça,com corpo todo está bem? Andem! Andem! - disse pra Lisa. E Lisa correu para agilizar o procedimento. 

Peguei fixa da Spencer Alexandra Hastings, uma jovem saudável, sem diabetes ou algo do tipo, infelizmente, uma moça muito jovem, mas com chances de sair daquela situação, tudo era questão de tempo. Quando a vi, não imaginava o poder que ela teria,e tão pouco, o quanto era encantadora. 

Pelo visto, ela tinha vindo para agilizar as coisas e mover os ventos aqui, e eu, já estava grato por isso. 

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