Capítulo 5.

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Olá, meus amores.

Andrew estava agitado, não de forma boa, mas sim nervoso pois iria para um orfanato. E diferente do hospital, o orfanato tinha muitas pessoas, não é? Ele teria que dormir com 4 ou 5 pessoas no quarto, não sabia se conseguiria, Andrew tinha medo de verdade agora.

Andrew sentiu o seu estômago se agitando de medo, ele esteve ansioso durante o dia todo ao ponto de ficar quieto em um canto por medo. Andrew mal comeu naquela tarde pois sentia que ia vomitar de nervosismo, ele odiava mudanças completamente, o menino continuou segurando o seu ursinho de pelúcia firmemente em seus braços magros, não soltaria Billy, pois ele era o único que conseguia mantê-lo longe de uma crise. Billy era um nome sem graça, ele queria ter pensado em algo melhor, bem, Andrew não era um garoto cheio de criatividade e imaginação, aliás Billy era mais fácil de dizer e era um nome curto.

Andrew afundou o seu rosto na pelagem macia do seu ursinho de pelúcia, apenas curtindo a maciez boa e cheirosa, ele suspirou satisfeito por ainda estar no quarto silencioso, tudo tão tranquilo. Será que o orfanato seria muito barulhento? Ele odiava lugares barulhentos pois as vezes lhe davam dores de cabeça, bem, desde que ninguém o tocasse ele ficaria bem.

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Andrew suspirou, era a primeira vez em muito tempo que ele saía ao sol, ele sentiu os raios solares calorosos em sua pele e abriu um sorriso contente. Isso era bom, ele definitivamente gostava do calor, o garoto já havia passado frio demais e o calor era confortável e relaxante. Havia o cheiro de grama e flores ali, ele não sabia o nome das flores porém eram muito cheirosas, alguns pássaros cantavam uma alegre canção, ele descobriu após alguns poucos segundos que á cada vez que pisava nas folhas secas caídas havia um barulhinho baixo mas confortável.

Andrew segurava Billy com força, sabia que havia um assistente social ao seu lado, Andrew não se importava de verdade com a presença silenciosa. Ele apenas queria curtir um pouco, o dia caloroso, os pássaros cantando, a paz que ele não sentia há muito tempo na vida.

Andrew estava feliz.

Feliz por finalmente sair após dez anos no seu infeliz porão e alguns meses no hospital. Feliz por poder andar sem tremer ou cair. Feliz porque estava vestindo roupas confortáveis e limpas, ele não precisava mais usar aqueles pijamas imundos e que o faziam se coçar. Andrew estava apenas feliz. Ele ainda usava uma máscara porque era necessário, ele ainda podia ficar doente com facilidade, sua imunidade estava ficando boa, porém uma gripe poderia facilmente deixá-lo de cama por dias.

Andrew entrou em um carro, seu estômago estava realmente péssimo, ele se sentia enjoado enquanto estava ali, sentia como se o cinto de segurança estivesse o sufocando lentamente, carros eram tão desconfortáveis. Andrew iria vomitar dali á pouco, por que estava demorando tanto? Ele queria sair logo dali, estava se sentindo claustrofóbico, o carro o lembrava do porão por ser tão desconfortável. Andrew respirou fundo para se acalmar.

Andrew ficou mais do que feliz ao descer do carro, seu estômago muito dolorido e cheio de nós, ele se sentia um pouco tonto e sua cabeça doía, mas ele se firmou após alguns segundos tremendo.

Andrew apertou Billy em seus braços, pensando em sua nova vida ali no orfanato. Ele sabia que estava sendo encarado e odiava isso, os olhares de curiosidade ou pena o faziam se sentir muito desconfortável, Andrew queria parecer ser corajoso, mas a única coisa que ele fez foi se encolher por medo, não sabia como ser corajoso.

Andrew escutou as regras do diretor Steve, não entendendo coisa alguma pois estava com muito sono. Ele só queria se deitar e dormir, estava tão cansado.

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