Correndo pelas ruas de um mundo em guerra

Capítulo 1

Meus pais estão lutando na guerra; foram obrigados, pois não havia mais soldados. Meu irmão foi convocado desde o começo, espero que ainda esteja lá, são tantas mortes chegando ao nosso conhecimento e acredito que tenha muito mais sem sabermos... Eu estou orgulhosa pela coragem deles, porém a verdade é que eu queria minha família aqui. Eu apenas ficaria grata por existir alguém que fizesse com que eu ainda tivesse os braços e palavras da minha família para me proteger. Infelizmente, sujeitos assim não existem mais, a sociedade quando estava beirando essa guerra pressionou os poucos indivíduos de caráter até virarem aberrações e foi aí que não teve mais volta.

...

Eu estava segura em casa, assim como todos os outros menores de 18 anos, cada um em suas próprias casas esperando os seus familiares que não tiveram a opção de não lutar. A guerra não era pra ter chegado aqui, nosso lado tava ganhando, tínhamos muito espaço sem nenhuma invasão e mesmo assim estava sendo protegido por soldados, entretanto ela chegou.

• Flashback •

O som de pisadas duras no chão e gritos eram impossíveis de ignorar, chegava a ser agonizante.

- Mar, você precisa se acalmar. Eu e seu pai não estaremos mais aqui, mas estaremos aqui e aqui - ela colocou a mão no meu coração e depois na lateral da minha testa - me desculpe, meu amor, as coisas não eram para serem assim, mas você é forte e tem duas das melhores aliadas do mundo: a sua esperança e o nosso amor por você.

- Nós lutaremos até o fim por você e para estarmos reunidos novamente, minha princesa, tudo bem? - meu pai disse e eu assenti pressionado meus lábios - Mas você precisa prestar atenção no que eu vou falar agora, ok? Essas pessoas não são boas, então eles não podem lhe encontrar. Ouça-me, Mar, fique no seu quarto, com a cortina fechada, sem luzes em momento algum, só saia para pegar mais comida e com exceção desse momento não abra a porta em qualquer circunstância.

Nesse momento, um homem aparentemente velho entrou com uma bolsa em seu ombro onde continha duas armas grandes. Meu pai pegou a bolsa colocando-a em seu ombro.

- Nós te amamos. Aguenta firme, minha flor - disse minha mãe, a qual veio me abraçar e em seguida foi a vez do meu pai.

- Eu também amo vocês. Voltem, por favor.

Minha mãe saiu, sabia que estava tentado ser forte para não desistir de tudo; ela não podia, seria renegar seu país, logo seria morta por justa causa. Bom, eu me inspirarei em sua coragem.

• Flashback •

Eu estou desesperada no meio de duas decisões: entrar em pânico ou pensar em uma solução para sobreviver. Meu cérebro parece não conseguir escolher uma.