Capítulo 4

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— Vocês vão ficar paradas mesmo? – ele falou e não fizemos nada – Minha mãe sempre me disse que dá as costas as pessoas é falta de educação. Bem, vocês parecem mesmo mal educadas olhando a nudez desses pobres inocent...

Me virei com a faca inclinada para ele, mas ele pulou pra trás e ficou meio agachado com as duas mãos tentando proteger o corpo.

— VOCÊ É LOUCA, SUA LOUCA?

— Você pergunta se sou e logo diz que sou? Melhor mal educada do que idiota desse jeito. Agora desembucha, tá sozinho? E quem é você?

Ele relaxou, deu um sorriso sarcástico e sentou fingindo apreciar a paisagem. Eu esperei, mas ele não respondeu. Peguei ele pela gola da camisa, coloquei a ponta da faca na sua barriga e perguntei novamente no seu ouvido quem era ele e se estava sozinho.

— Hm, o negócio ficou sexy. Sou Adam e estou procurando meu irmão. Somos só nós dois mesmo.

Quando olhei para Bella ela estava segurando uma risada.

— Você foi ótima, Mar. Dariam um belo casal de filme de comédia. Agora larga o coitado, ele não vai fazer nada. Ou vai, garotão?

— Não, querida – falou Adam sorrindo para ela.

— Bom garoto – disse Bella e eu o soltei.

— Ela não é sua querida – disse enfatizando o "querida".

— Você que é?

— Nem aquele cadáver ali é. Baixa.

— Baixa o que, querida?

— A bola – ri, ele e Bella me acompanharam na risada e na caminhada – então, onde seu irmão se meteu?

— Se eu soubesse eu estaria indo pra lá.

— Fala direito comigo, seu paspalho.

Alguém riu atrás da gente.

— Podia ir dormir sem essa né, paspalho?

Sério, as pessoas tem que parar de aparecer por trás, o que elas têm com a minha frente, não sou um monstro. Quando me virei, o garoto um pouco mais alto do que Adam tava de braços cruzados e sorrindo.

— Encontrei. Sinto muito, brother, não deu para sentir falta.

— Eu que sinto, então, brother – riu.

— Ainda bem que você não morreu.

— Quanto amor. Estou lisonjeado. E é recíproco, olha que sorte a sua – ele olhou pra Bella, depois para mim e levantou uma sombrancelha – Oi. Vocês são...?

— Bella e Marjorie. E você? – Bella nos apresentou.

—  Enzo. Irmão do paspalho – riu jogando um beijo para Adam.

Eu acabei rindo também, eu não queria, mas ele era naturalmente engraçado.

— Agora que os coleguinhas já se apresentaram, é melhor a gente ir. A qualquer momento a guerra pode chegar aqui também. Sou muito nova para morrer.

— Não parece muito – disse Enzo

— Como é a história? – digo indignada

— Quantos anos você tem?

— Adam, sua mãe também dizia que seu irmão tinha falta de educação?

Todos riram.

— Frequentemente, Marjorie. Eu tenho 16, Enzo tem 17.

— Eu tenho 15, mas faço 16 amanhã. Não sei sua idade, Mar. Fiquei curiosa agora.

— Cuidado, Bella, a curiosidade matou o gato.

— Cuidado mesmo, então, Bella. Porque no caso quem morreria seria eu, o gato  – ri com deboche do que Enzo falou.

— Tenho 16 – respondo para acabar com o convencimento do garoto.

Correndo pelas ruas de um mundo em guerra Onde histórias criam vida. Descubra agora