Decidimos passar mais um dia na casa, afinal a noite foi tranquila. Claro, o perigo de continuar no mesmo lugar por mais de um dia deve ser considerado; meu irmão sempre falava dessas regras quando contava as histórias do treinamento do exército, eu sempre achei estúpido se preocupar com isso. Que carma!
...
— Já que ficaremos mais um dia, temos que ir procurar comida, o que tinha aqui já acabou.
— A região é cheia de locais que vendiam comida. Vou com você, com certeza ainda acharemos algo por lá – Enzo deu a ideia e já foi pegando as mochilas.
Entramos no Classe Executiva, um supermercado recém construído, antes da guerra tava no auge.
— Quem diria que um dia eu faria compras aqui – disse achando engraçada a situação
— Uai, somos a nova "nata" da cidade – rimos e ouvimos um risada fina.
Nesse momento ficamos alertas, sabíamos que a risada não era nossa, mas por sorte não era a de um soldado, pois parecia muito uma criança. Caso fosse, eu daria definitivamente daria gargalhadas.
— O mundo realmente dá voltas – falei tentando fazer o dono da risada fazer mais algum barulho.
Enzo encontrou o sujeito; melhor dizendo, a sujeitinha. Era uma garota, ela saiu correndo para se esconder.
— Calma, não vamos te fazer mal. Não somos soldados, somos apenas crianças como você, só um pouco mais velhas. – Enzo falava com tanta calma e serenidade que parecia ter muita experiência com crianças.
— Não sou criança, sou crionça – a garota imitou uma onça e nós não conseguimos segurar a risada.
.— Tudo bem, crionça, mas você tem um nome?
— Sim, meu nome é Melanie, tenho 5 anos.
— Com quem você está? – perguntei já verificando o local.
— Meus pais tiveram que ir com alguns soldados, falaram que iam ter lutar por mim e pediram pra eu esperar debaixo daquele balcão. Eu só podia sair para pegar comida aqui dentro ou fugir, caso alguém me achasse. Por isso saí correndo quando ele apareceu. – apontou para Enzo que foi pegar as comidas quando ela citou os soldados
Depois de vários argumentos, Enzo me convenceu de levar a Melanie com a gente. Não sei se foi uma boa decisão, mas acho que deixá-la sozinha teria sido pior e eu me culparia pelo resto da minha vida. Ainda bem que ela era comportada e achou a ideia brilhante, palavras dela.
...
Encontramos Bella e Adam sendo mais crianças do que a Melanie. Estavam dançando e pulando de uma cama para outra. E a música eles mesmo cantavam, um show de horrores. Cruzamos os braços, levantei uma sobrancelha e esperamos eles nos notarem, o que não aconteceu até um certo momento.
— Posso participar também? – Melanie se aproximou dos dois fazendo eles pararem espantados.
— Vai lá com eles, aproveita. – disse para provocar.
— O que tá acontecendo? – Adam parece muito assustado.
Explicamos o que havia ocorrido e todos concordaram com a decisão escolhida.
— Podemos cantar aquela: " Doctor, look into my eyes..."
— Não podíamos ficar sem essa, crionça – Enzo começou a cantar e dançar com Melanie.
Logo todos nos juntamos a eles e imitávamos guitarras e baterias. Porém sempre nos preocupando em não fazer muito barulho.
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Correndo pelas ruas de um mundo em guerra
RomanceMarjorie foi instruída, por seus pais, a ficar em casa até que eles voltassem da guerra, o que ninguém esperava era que os adversários ganhariam vantagem e a guerra chegaria na rua daquela casa deixando-a sem opções a não ser sair correndo pelas rua...