Arabella não gostava de relacionamentos sérios, muito menos de se envolver com jogadores. Era sonhadora, mas seus grandes sonhos geralmente não envolviam um parceiro.
A vida lhe ensinou que relacionamentos eram fadados ao fracasso. Até que ela o en...
* A música do capítulo é Already Gone - Sleeping at Last. Quando ela acabar, podem dar play novamente se preferirem.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Quando um corpo celeste interpõe-se entre outro corpo celeste e uma fonte de luz, gerando um escurecimento total ou parcial, chamamos de Eclipse.
Na antiguidade, muitos povos acreditavam que esse fenômeno era um sinal de que algo ruim, ou até mesmo uma catástrofe, estava por acontecer.
Depois de um eclipse solar, sempre temos um lunar para nos fazer trabalhar o outro lado das coisas.
Lua de sangue.
Quando a Terra fica exatamente entre a Lua e Sol. Indica uma quebra, uma ruptura, a finalização de um ciclo.
Eclipses são vistos como pontos de transformações e mudanças inevitáveis.
Quando você está se apaixonando, e tudo começa a desmoronar.
Arabella sentia como se cada emoção dela fosse consumida, engolida, ofuscada por outro corpo celeste.
Trauma.
Os últimos dias não foram fáceis, apesar dela tentar ao máximo não deixar transparecer. Estava completamente vulnerável, todas as suas inseguranças a sufocavam, tudo parecia pior.
E ninguém sabia.
Completava cinco dias desde o acontecido. Cinco dias desde que viveu seu inferno particular. Cinco dias em que vivia no piloto-automático: casa, trabalho, trabalho, casa.
Mal conseguia engolir alguma coisa sem querer vomitar.
— Ei, te trouxe café. — ouviu a voz de Ramos, enquanto o mesmo entrava em sua sala.
A italiana abriu um sorriso, ou ao menos tentou.
Sergio não era burro, sabia que ela não estava bem. E não tinha ideia de como consertar as coisas, mesmo que ele diretamente não tenha feito nada. Se sentia complemente impotente e desesperado.
E sabia que as coisas piorariam.
— Precisamos conversar. — se sentou na cadeira vaga, em frente a mesa da médica.
Ela o olhou por cima dos óculos. A última vez que em que o homem falara isso, a notícia que recebeu é a de que ele seria pai.
Sentiu seu estômago revirar.
— Estou ouvindo.
Um silêncio se instaurou, como se ele planejasse minuciosamente cada palavra que diria. E ali ela soube que tudo pioraria.
— Júnior e Pilar vão ficar um tempo morando em casa. Ele é prematuro, e ela... ainda não está bem.
Tudo que se ouvia na sala era o barulho do relógio.
