O barulho alto da campainha ecoou por todo o apartamento, fazendo Sergio se remexer na cama.
Arabella ainda dormia como uma pedra.
O som se fez presente novamente, fazendo com que o homem se sentasse na cama, coçando os olhos. Provavelmente é algum vizinho, ele pensou, já que o porteiro do condomínio não interfonou.
O jogador se perguntou, por um momento, se era possível que fosse o morador do apartamento da frente, pronto para reclamar dos barulhos da noite passada.
Fitou a mulher emaranhada nos lençóis da cama, que não dava nenhum sinal de que fosse acordar. Ela tinha o sono muito pesado.
Ponderou se a chamava para atender, mas a italiana dormia de forma tão serena, que teve pena de acordá-la
E não devia ser nada importante.
Foi em busca de uma calça de moletom, em uma das gavetas que ele tinha no closet da médica. A decisão de ter alguns pertences na casa da mulher gerou um pequeno debate de dez minutos.
Até ela se convencer de que realmente era mais prático, e se lembrar de que não deveria ter medo de mergulhar fundo em todos os sentimentos.
O apartamento era aconchegante, uma espécie de duplex, mas apenas a suíte principal e uma área de lazer ficavam no piso superior.
O andar de baixo era composto por uma cozinha americana de tamanho médio, uma sala em tons pastéis muito bem iluminada, um lavabo em tons escuros e uma suíte.
A sala possuía vidros no lugar de uma das paredes, com a opção de serem cobertos por uma espécie de persiana, quando acionadas em um controle. Era uma das coisas que Arabella mais adorava em seu apartamento.
Sergio descia as escadas quando a campainha tocou pela terceira vez.
— Sergio! — a senhora de meia idade, já com seus cabelos brancos, falou animada assim que o jogador abriu a porta.
— Dona Alma... — conseguiu proferir surpreso. — Não sabia que a senhora vinha para Madrid! Entre, Arabella ainda está dormindo...
Ele estava completamente sem graça em ser pego de surpresa pela mãe de Arabella, daquela forma. Conheceu os pais e avós da mulher no ano novo, o que deixava as coisas menos constrangedoras.
— E como estão as coisas? — a mulher falou sorridente, enquanto se sentava no sofá do ambiente, fitando tudo ao seu redor.
Conversaram por alguns minutos. Ramos se prontificou a fazer café para a senhora, que pareceu extremamente feliz com a menção da bebida.
A risada dos dois ecoava pelo ambiente, enquanto Alma contava para Sergio histórias sobre a filha na adolescência.
— Que barulheira é... — a italiana murmurou alto enquanto descia as escadas, trajando um robe de seda. — Mamma? — falou confusa ao chegar até a sala, fitando a figura da mais velha sentada próxima ao balcão.
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Epiphany
FanfictionArabella não gostava de relacionamentos sérios, muito menos de se envolver com jogadores. Era sonhadora, mas seus grandes sonhos geralmente não envolviam um parceiro. A vida lhe ensinou que relacionamentos eram fadados ao fracasso. Até que ela o en...