Capitulo 37

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Zayn on

Vaguei-o pelas divisões da casa, procuro um lugar para ficar. Todas as divisões estão vazias, sem vida, sem nada que me complete.

Eu perdi tudo. A minha mulher, o nosso bebé.

Sinto-me uma lástima.

Desde aquele momento que não como nada decente, não tomo banho, não desfaço a barba, não falo com ninguém, não vejo televisão.

Não há vida na minha vida.

Sinto-me de tal maneira exausto que só me apetece desistir.

Nós, eu e a Sara, devíamos estar juntos neste momento. Um casal apoia-se nestes momentos. Talvez ainda não estejamos prontos para ser um casal... Eu sei que ela está em casa com o Tom, ainda é nos braços dele que ela encontra apoio, onde ela encontra conforto.

Entrei no nosso quarto. As janelas estão fechadas, a cama está desfeita. Os lençóis estão manchados de vermelho, o sangue dela.

O meu coração apertou-se, dói, dói muito.

Cheguei perto da cama e arranquei os lençóis. Coloquei-os em água fria. Vi a água a ficar vermelha.

Eu não posso, simplesmente, ficar aqui a apodrecer enquanto que a minha mulher está a sofrer tanto ou ainda mais do que eu.

Eu preciso de falar com ela. Eu preciso de a abraçar mas o Tom deve estar com ela em casa.

Que se foda o Tom mas a última coisa que quero agora é uma discussão com ele.

Peguei no telemóvel e procurei o número da Cristina, a mãe da Sara.

"Estou?" Ouvi do outro lado da linha.

"Cristina, é o Zayn." Ok.

"Sim, filho, eu sei. Está tudo bem?" Ela questiona.

"A Sara teve que ir ao hospital e agora está em casa com o Tom. Eu queria ir vê-la mas não sei se o Tom deixa..." Pedi, indiretamente, ou talvez diretamente, para ela ir comigo ou arranjar uma maneira de eu a ir ver.

"O que é que se passou com ela? Ela está bem?" Ela pergunta.

"Eu queria estar com ela para me certificar que ela está mesmo bem." Respondi, já impaciente.

"Encontramo-nos em casa dela dentro de 10 minutos." Ela fala e desliga a chamada de seguida.

Corri até à cozinha, onde estavam as chaves do carro. Felizmente, a Sara é mais organizada do que eu e arranjou um sitio para colocarmos as chaves. A minha mulher pensa em tudo.

Corri, literalmente, até ao carro.

Conduzi o mais rápido que consegui. Não me interessa o facto de poder apanhar ou multa ou, até mesmo, atropelar alguém. Eu só quero estar com a minha Pipoquinha, eu só quero saber se ela está bem, quero dar-lhe apoio.

Estacionei o carro mesmo em frente à casa dela. Vi que a Cristina também já estava a estacionar.

"Olá." Cumprimentamos em uníssono.

"Vamos entrar?" Ela pergunta e, sem esperar pela minha resposta, abre a porta de casa deles.

Está tudo silencioso. O meu coração aperta.

Entramos na cozinha e está tudo arrumado. Limpo, demasiado limpo.

Queres ver que este corno não lhe deu nada para comer?

Só espero que ele seja mais homem do que eu e não se aproveite dela neste momento frágil que está a passar.

"Vamos subir?" Questionei, quase em jeito de afirmação.

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