Zayn on
Vaguei-o pelas divisões da casa, procuro um lugar para ficar. Todas as divisões estão vazias, sem vida, sem nada que me complete.
Eu perdi tudo. A minha mulher, o nosso bebé.
Sinto-me uma lástima.
Desde aquele momento que não como nada decente, não tomo banho, não desfaço a barba, não falo com ninguém, não vejo televisão.
Não há vida na minha vida.
Sinto-me de tal maneira exausto que só me apetece desistir.
Nós, eu e a Sara, devíamos estar juntos neste momento. Um casal apoia-se nestes momentos. Talvez ainda não estejamos prontos para ser um casal... Eu sei que ela está em casa com o Tom, ainda é nos braços dele que ela encontra apoio, onde ela encontra conforto.
Entrei no nosso quarto. As janelas estão fechadas, a cama está desfeita. Os lençóis estão manchados de vermelho, o sangue dela.
O meu coração apertou-se, dói, dói muito.
Cheguei perto da cama e arranquei os lençóis. Coloquei-os em água fria. Vi a água a ficar vermelha.
Eu não posso, simplesmente, ficar aqui a apodrecer enquanto que a minha mulher está a sofrer tanto ou ainda mais do que eu.
Eu preciso de falar com ela. Eu preciso de a abraçar mas o Tom deve estar com ela em casa.
Que se foda o Tom mas a última coisa que quero agora é uma discussão com ele.
Peguei no telemóvel e procurei o número da Cristina, a mãe da Sara.
"Estou?" Ouvi do outro lado da linha.
"Cristina, é o Zayn." Ok.
"Sim, filho, eu sei. Está tudo bem?" Ela questiona.
"A Sara teve que ir ao hospital e agora está em casa com o Tom. Eu queria ir vê-la mas não sei se o Tom deixa..." Pedi, indiretamente, ou talvez diretamente, para ela ir comigo ou arranjar uma maneira de eu a ir ver.
"O que é que se passou com ela? Ela está bem?" Ela pergunta.
"Eu queria estar com ela para me certificar que ela está mesmo bem." Respondi, já impaciente.
"Encontramo-nos em casa dela dentro de 10 minutos." Ela fala e desliga a chamada de seguida.
Corri até à cozinha, onde estavam as chaves do carro. Felizmente, a Sara é mais organizada do que eu e arranjou um sitio para colocarmos as chaves. A minha mulher pensa em tudo.
Corri, literalmente, até ao carro.
Conduzi o mais rápido que consegui. Não me interessa o facto de poder apanhar ou multa ou, até mesmo, atropelar alguém. Eu só quero estar com a minha Pipoquinha, eu só quero saber se ela está bem, quero dar-lhe apoio.
Estacionei o carro mesmo em frente à casa dela. Vi que a Cristina também já estava a estacionar.
"Olá." Cumprimentamos em uníssono.
"Vamos entrar?" Ela pergunta e, sem esperar pela minha resposta, abre a porta de casa deles.
Está tudo silencioso. O meu coração aperta.
Entramos na cozinha e está tudo arrumado. Limpo, demasiado limpo.
Queres ver que este corno não lhe deu nada para comer?
Só espero que ele seja mais homem do que eu e não se aproveite dela neste momento frágil que está a passar.
"Vamos subir?" Questionei, quase em jeito de afirmação.
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Apple
FanfictionCarreira brilhante, dinheiro, família unida e acima de tudo um marido que a ama incondicionalmente... A vida perfeita. Mas tudo muda! Aquele sorriso foi o suficiente para que muita coisa na vida dela mudasse.