Capitulo 18 - Mudanças

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"Tommie já posso tirar a venda?" Questiono-o.

"Não Amor." Tom nega o meu pedido.

Ele deve estar na cozinha porque a voz dele vem está longe de mim. Não é que a sala seja longe da cozinha mas não são propriamente ao lado uma da outra.
Tom está a preparar-me uma surpresa. Ele diz que esta surpresa vai mudar a nossa vida para sempre.
Eu continuei sentada no sofá a ouvir um programa qualquer de animais de estimação.

"Amor estás preparada para ver a tua surpresa?" Pergunto aquele homem que por acaso é o meu marido.

As mãos dele pegam nas minhas e envolve-as à volta daquilo que eu acho que é o seu pescoço. De seguida as mãos dele pegam nas minhas pernas e acho que estou ao colo dele em estilo 'noiva'. Tom carregou-me ao colo durante uns quarenta segundos. Sinto os meus pés a tocarem no chão por isso larguei o pescoço do Tom. Ele vira-me para ele.

"Já posso tirar a venda?" Perguntei calmamente.

Sinceramente não me sinto nervosa nem ansiosa. Confio demais no Tom para ficar ansiosa ou nervosa e para além disso sei que a surpresa é um jantar. Não é que esteja a dizer que ele é previsível, estou apenas a dizer que ele já não me consegue surpreender.
As mãos do Tom desapertaram a venda e a minha espectativa confirmou-se. Um jantar à luz das velas.

"Amo-te tanto." Ele diz a olhar-me nos olhos.

Tentei fingir que estava surpreendida e a adorar a surpresa.

"Também te amo."

Os lábios dele tocaram nos meus de forma irreverente e pouco utilizada pela Tom. A temperatura do meu corpo subiu significativamente. Decidi tornar o beijo mais lento e intenso e por incrível que pareça o Tom estava a corresponder ao beijo sem se queixar de tanta intensidade e desejo num só beijo.

"Vamos jantar?" Questionei retoricamente.

Os olhos do Tom estavam a brilhar como já não brilhavam há muito tempo. Consegui ver desejo e felicidade por detrás do olhar dele. Um desejo que eu nunca tinha sentido antes.

"Tommie!" Chamei com o intuito de o trazer novamente à realidade.

"És tão perfeita." Ele elogia-me.

A confiança que ele me consegue transmitir com simples palavras é inexplicável.

"Vamos jantar?" Perguntei novamente.

O Tom assentiu e sentamo-nos à mesa.
Ele pegou no isqueiro e acendeu as velas. Velas com aroma a amora que por acaso são as minhas preferidas. Sorri ao perceber que  a escolha das velas não foi assim tão ao acaso. O Tom sabe como me agradar e sabe todos os meus pontos fracos.
Pela primeira vez na vida o Tom pegou no meu prato e serviu-me o jantar.
Não tive coragem para comentar nada pois estava completamente fascinada com o esforço que o Tom estava a fazer para me agradar.

"Obrigada." Agradeci no final do prato principal.

"Eu ainda não revelei a surpresa." Ele anuncia.

"E quando é que vais relevar?" A minha curiosidade falou mais alto.

"Não sei... Quando me apetecer." Ele provoca.

"Malik, não me tortures." Disse.

Apercebi-me rapidamente que lhe troquei o nome. Merda, só faço merda.
O rosto do Tom ficou completamente pálido e sem expressão.

"Estava apenas a tentar provocar-te." Tentei assim limpar a merda que fiz.

"E achas que é assim que me provocas?" O Tom tentou forçar uma voz divertida.

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