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Capítulo 52

Tudo o que nós queremos é tempo.

Mais tempo.

Tempo para viver.

Tempo para amar.

Tempo para ser feliz.

É tudo à volta do tempo. Ele é precioso mas não para. O tempo não para.

O tempo não espera por ninguém.

Não temos aquela opção que colocar a vida em pausa. Ou vivemos ou simplesmente não existimos. Acho que, no meu caso, o segredo está no ritmo que escolhi para a minha vida. A relação entre um ser humano e o tempo é demasiado pessoal para que alguém consiga desmitificar qual é a melhor maneira para que toda a gente possa aproveitar o tempo.

Sinto-me em câmara lenta… Como se todos à minha volta se estivessem a correr a uma velocidade fora do normal e eu estivesse, ali a vaguear, em câmara lenta. Acho que estou fora de tempo e a única coisa que quero é que tudo volte ao normal.

As pessoas à minha volta esperam por uma decisão minha. Esperam que eu chore ou ria, dance ou esperneie… Todos esperam alguma coisa diferente da minha parte mas eu sei que nunca vou conseguir agradar a todos. Acho que a minha falta de reação os deixa assustados.

Não vou dizer que estou triste, não vou dizer que estou feliz. Estou apenas a aceitar aquilo que tenho sem expressar qualquer emoção. Estou apenas a ser eu quando não sei como lidar com os problemas. Estou apenas a ser a Sara.

Talvez seja dor, talvez seja alívio, não sei. Nunca soube e tenho a certeza de que nunca vou saber o que realmente estou a sentir.

Estarei em negação? Estarei a ficar maluca? Estarei a enlouquecer?

Não sei. Só o tempo o dirá.

Este mundo onde vivemos é um lugar horrível. As pessoas são horríveis, acontecem coisas horríveis, é tudo demasiado horrível mas a verdade é que é neste mundo horrível onde vivenciamos as coisas mais bonitas que a vida nos pode oferecer.

Essas coisas bonitas que vivemos são-nos dadas através de decisões que temos que tomar. Ninguém dá nada a ninguém. Ninguém dá nada a ninguém.

E eu já tomei a minha decisão.

Peguei na caneta e procurei os sítios onde tinha que assinar. Assinei. Assinei três nomes. Deixei o quarto nome de fora. Fiz um pedido para deixar de o ter.

“Já está.” Informei os presentes na sala.

Todos assentiram. Abandonei o local sem grandes formalidades.

Respirei fundo e senti o ar da liberdade. Sorri, ri.

É esta a sensação? É esta a sensação de ser uma mulher divorciada e pronta para voltar a amar?

Então eu gosto desta sensação. Eu gosto muito desta sensação.

Peguei no telemóvel e procurei o número do Zayn. Não lhe liguei, não lhe mandei mensagem.

Conduzi para casa.

“Zayn!” Chamei ao entrar em casa.

Corri para os braços dele. Abracei-o com todas as minhas forças.

Agora sim. Agora estou pronta para ser só dele.

“Amo-te tanto.” Disse.

Desabafei. Comentei. Contei.

Ele sorriu abertamente para mim. Ele sabe que isto significa que já podemos ficar juntos.

“Eu amo-te ainda mais.” Zayn murmura.