The Great Savage

Capítulo 03- Despedida

Lauren Jauregui P.O.V

Infelizmente, a tristeza reinava na casa que antes tinha tanto alegria. Foi aqui eu brinquei, foi aqui eu aprendi o essencial, eu aprendi a viver. Morar com meus avôs foi a melhor experiencia da minha vida, eles foram por muito tempo tudo que eu tinha, meus pais sempre me chamavam para morar com eles, mas desde os meus 4 anos até os meus 9 anos, era aqui o meu lugar, e não tinha ninguém que me tirasse daqui.

Mas infelizmente pessoas crescem, amadurecem, criam suas próprias asas e opiniões. No meu caso, criam um casulo para sobreviver. 

Quando eu sai da fazenda, eu era uma menina muito inocente, não via maldade em nada, sempre estava sorrindo e saltitando pelos cantos. Mas só foi eu voltar para a cidade, onde uma mascara de podridão a consome. As pessoas me xingavam, me maltratavam muito por ser uma menina "alegre demais", sim, até isso as pessoas se incomodam.

Desde então, essas coisas foram me mudando aos poucos, fui me corrompendo, até chegar ao ponto que estou hoje. Uma pessoa fria, sem amor, sem compaixão e que não mede esforços para ter o que almeja. Bom, essa sou eu, Lauren Jauregui, médica em um dos mais poderosos hospitais de Nova York, estando seguindo para a do pais. É pouco? Para mim é. Um dia espero ser reconhecida por minhas descobertas, estou trabalhando duro para isso.

E agora meus planos mudaram por um tempo, irei dá uma pausa de 6 meses em minha carreira para cuidar da fazenda dos meus falecidos avôs, que Deus o tenham. Mesmo odiando um pouco a ideia de inicio, estou começando a me acostumar um pouco, principalmente por poder tirar um tempo só para mim, que a anos não fazia isso.

Bom, agora estou aqui, terminando de por meu vestido para ir ao rio, onde será jogadas as cinzas dos meus avôs. Tem coisa mais triste do que se vestir para se despedir de alguém que você mais amou?

Respiro fundo ao meu olhar no reflexo do espelho, eu tinha me tornado uma mulher bonita, não era mais aquela menina inocente que todos pisavam, agora sou a tão temida Jauregui, e não irei deixar mais ninguém pisar em mim de novo. Nunca mais.

— Lauren?- Ouvi minha mãe chamar do outro lado da porta. 

Me olhei uma última vez no espelho, respirei fundo novamente e segui até a porta a abrindo.

— Oi mãe.- Fecho a porta atras de mim, enquanto sentia o olhar dela queimar em minhas costas, já presumir o que estava por vim.

— Filha, está pronta?- Pergunta com receio. Me viro para fita-la e olhando em seus olhos respondo:

— Estou bem, levando em consideração que vou enterrar duas pessoas que mais me fizeram feliz em minha vida inteira, e mais, agora terei que passar 6 meses revivendo todas as lembranças que passei nessa casa junto a eles.

Digo tudo sem pestanejar, extravasei o que estava preso em minha garganta, não tudo, mas uma boa parte de minha angustia estava no meio dessa frase.

Observo o olhar de carinho da minha mãe, seu olhar materno me consola de uma forma silenciosa, da mesma forma que me destruiu um pouco mais, era perceptível que ela apenas queria o bem da filha, que mesmo sendo arrogante com ela, ainda sentia amor e ternura pela mesma.