Remédios

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-maratona 2/5-

-Mas você tomou a pílula que te dei, né?

-....

-Betty...Por favor, me diga que você tomou a pílula!

-Eu tomei, Jughead...Mas, eu só tomei metade.

-Metade? Você tá louca? Porque não tomou inteira? -Ele estava visivelmente irritado, com razão.

-Eu achei que não fosse necessário, ué! Consultei a minha tabelinha e tudo mais! Olha, calma, vai ver é só um enjôo passageiro, tudo bem? Vamos ficar calmos, vai ficar tud...

-Um enjôo passageiro que está por uma semana?

-Jughead, relaxa. Vou fazer o teste de gravidez, tá bom?

-Eu tenho uns aqui.

-Porque você tem teste de gravi...? Ah, esquece.

Fiz dois testes e os dois deram negativo.

-Tá vendo? Os dois deram negativo. Mandei você relaxar.

-Faz mais um.

-Hã? Pra quê? Dois é suficiente.

-Faz por favor, Betty.

Fiz e o teste deu positivo. Tremi.

-Deu positivo.

-Positivo? Mas que droga...!

-Calma, eu fiz 3 testes. Dois deram negativo, lógico que estamos na maioria. Vou fazer mais um. Tem mais um?

-Esse é o último. Tem que dar negativo!

Fiz o último teste e para o nosso alívio deu negativo. Fiquei uns 3 minutos no banheiro, relaxando, se eu estivesse grávida eu nem sei o que seria de mim. Ouvi Jughead me chamar algumas vezes:

-Betty, tá tudo bem aí? Não me diga que deu positivo, cara!

-Tudo bem, Jugh. Deu negativo. Não estou grávida. -Sorri,aliviada.

Saí do banheiro e dei um beijo na bochecha dele.

-Vou pra casa.

-Mas, elas foram comprar o anti ácido pra você... Espera um pouco, vai. Você vai ter a honra de esperá-las, com a minha presença. -Ele sorriu, estufando o peito.

-Eu adoraria... -Ele sorriu. -Mas não dá mesmo. -O sorrisou se fechou em um bico lindo.

Dei outro beijo em sua bochecha e saí de lá.

[...]

Passaram-se uma semana e os meus enjôos continuam desesperadamente. Coloco alguma coisa na boca e já vomito. Decidi ir, sozinha, ao médico.

-Faz 3 semanas que venho tendo sérias crises de enjôos. Já fiz 4 testes de gravidez. 3 deram negativo e um só deu positivo. Não posso estar grávida, né?

-Sinto informar, que pode sim. Os testes erram, sabia?

-Mas errar 3 vezes, doutor?

-Ué, e porquê não? A única coisa que posso fazer por você, é uma radiografia.

-Tudo bem.

-Pronto.Venha buscar o resultado daqui a 3 semanas, certo? -Assenti e fui pra casa, um pouco angustiada.

Minha mãe logo quis saber aonde eu estava, e como ela não estava em casa, não podia ver a minha cara de doente. Simplesmente disse que estava bem e que tinha ido na casa da Vee. Kevin ouviu e veio em minha direção.

-Que cara é essa? Tá meio pálida... O que houve?

-Nada, eu tô bem.

-Te conheço, Betty. Me conta aí, vai.

-Já disse que tô bem. -Saí em direção da escada, mas parei e olhei pra trás. -Sabe me dizer que horas o Sweet Pea vem?

-À noite.

Subi pro quarto e deitei na cama. Lembrei de tudo que já passei, e coisas que ainda vou passar. Não posso engravidar. Não agora! Tenho a vida inteira pela frente pra fazer isso, e a minha juventude é essencial, não quero perdê-la com um bebê no colo. Levantei, decidida. Entrei no banheiro e peguei uma caixa de medicamentos.

''Cuidado! Medicamentos: não tomar nenhum, sem a prescrição médica.''

Respirei fundo. Tirei dois comprimidos de cada caixinha, e engoli todos. Foram 16 comprimidos. Será que estou fazendo a coisa certa? Nunca pensei que diria isso, mas acho que sim.

-SWEET PEA-

Cheguei na casa da Betty e o Kevin avisou que ela estava no quarto. Subi as escadas, mas voltei e peguei um copo de suco antes. Subi novamente as escadas e parei na porta do quarto dela.

-Betty, posso entrar? -Ninguém respondeu, bati algumas vezes e ouvi a voz dela bem baixinho.

-Sim...

Entrei com um sorriso no rosto, mas me deparei com uma cena que não esperava. Meu copo caiu e se quebrou. Corri na direção dela, que estava deitada no chão, bem pálida. Ajoelhei ao seu lado,e  quando ela tossiu, percebi sangue em suas mãos.

-O que tá acontecendo? Porque saiu sangue da sua boca? Lara o que você fez?

Ela pegou a minha mão e pousou sobre a sua barriga:

-Agora não tem quase nada vivo aqui... -Ela sorriu.

-Betty, o que você tomou?

Vi seus olhos irem devagar até a pia do banheiro, corri lá e vi várias caixas de remédios diferentes.

-Não, não, não, não! -Corri até ela e a peguei no colo.

-Me deixa aqui, eu tô me sentindo leve. -Ela pronunciava as palavras com um tom cansado, como se estivessem doendo pra sair.

Passei correndo pela sala e Kevin me acompanhou, perguntando o que estava acontecendo. Abri a porta com dificuldade e me bati com Jughead do lado de fora.

-O que está acontecendo aqui? O que houve com ela?Betty! Você tá bem?

-Ela parece bem, seu otário? -Perguntei irritado. Coloquei ela no carro e entrei. Jughead e Kevin entraram também.

-Saiam do carro.

-Não, eu estou como responsável dela! Eu vou. -Kevin falou.

-Engraçado, né? Se eu não tivesse chegado lá, você não ia nem saber se ela morresse!

-Ela não vai morrer, tá bom? Mas só se vocês colaborarem e irem logo pra essa porcaria de hospital, ou então já podem ir dando tchau pra ela! -Jughead ficou no banco de trás com Betty em seu colo, e eu no banco da frente com Kevin no banco do carona.

Acelerei. Olhei para ela e agora saíam lágrimas dos seus olhos. Chegamos no hospital bem rápido. Atravessei uns cinco sinais pra chegar mais rápido. Vou tomar mil multas por isso, mas eu não ligo. Peguei ela no colo e adentrei ao hospital, correndo. Logo ela foi levada pra uma sala, e a cara dela estava péssima. Seus olhos estavam avermelhados, sua boca seca, e seu rosto pálido. Fiquei horas esperando por qualquer coisa. Por qualquer coisinha e nada acontecia. Eu andava de um lado pro outro, sem ter o que fazer.

Jughead estavam sentado, longe de mim, olhando para baixo, como culpado.

Kevin estava em pé, perguntando a todos que passavam, sobre ela. Até que um médico veio em nossa direção, ele olhou uns papéis e...

ui

O irmão da minha melhor amiga ❁ adaptação bugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora