Skull
"Deixa eu entender... Você encontra um estranho em um bar, não pergunta seu nome, ou lhe fala o seu, mas simplesmente o arrasta para dançar e beber em um terraço?" Pergunto quando a diabinha ruiva me entrega a garrafa de Jack para um gole. Ela sorri e arqueia uma sombrancelha para mim.
"Você está totalmente certo... Me diga sobre você, estranho do bar. Assassino? Mercenário? Serial Killer?" Brinca, sarcasmo saindo de sua voz, e eu não posso evitar minha própria diversão. Ela não tem ideia do quão perto da verdade está.
Aceito de bom grado a familiar sensação quente na minha garganta quando dou um gole do Jack, lhe devolvendo a garrafa logo depois. Os lábios bintados de vermelho escarlate no gargalo da garrafa faz meu pau se mexer na minha calça, o que é particularmente algo incomum, já que a garota não faz nada alem de beber. Porra, eu realmente precisava de uma boceta.
"Na verdade, eu arrasto as pessoas para o meu porão e as torturo por um tempo." Digo, dando de ombros, mais honesto do que ela jamais irá saber. Diabinha solta uma risada alta, achando que eu estava brincando. Eu não estava, mas ela não iria saber disso também.
"Tudo bem... Mas, sério, família?" Pergunta, arqueando uma sombrancelha em minha direção enquanto me encarava. Seu olhar me incomodava um pouco, pois era como se ela consiguisse ver toda a minha vida, como se conseguisse entender exatamente quem era a pessoa na sua frente. Afasto o desconforto e suspiro.
"Um irmão. Meus pais morreram a um tempo." Digo. Não era exatamente mentira, considerando que ambos meus pais morreram, só não ao mesmo tempo, como eu insinuei. O segredo de ser um bom mentiroso, era manter a verdade o máximo possível.
Diabinha não me olha com pena, como eu meio que esperava. Seus olhos apenas se focam na paisagem a nossa frente, perdidos. Nós dois estamos sentados na borda do terraço, de frente para o resto da cidade. Ela parecia estar presa em suas memórias por alguns segundos, antes de voltar a me encarar e sorrir. Esse sorriso parecia um pouco falso.
"Os meus também. Tim tim." Diz, um pouco de sarcasmo em sua voz, antes de tomar mais um gole de sua bebida. A perda de seus pais parecia ainda doer muito nela, diferentemente de mim. Mas acho que meu caso era um pouco diferente do de outras pessoas.
Quero dizer, minha mãe morrer foi a melhor coisa que já aconteceu comigo, e meu pai... Bem, eu amava meu pai. Mas já tive meu tempo para lidar com sua morte, apesar de sentir sua falta em alguns momentos. Não estou mais naquele momento em que odeio tudo e todos porque ele não está mais aqui. Diferentemente de Wade, nós não eramos tão próximos.
"Mas me conte sobre sua vida, garoto do whisky. " Ela tinha um sorriso travesso no rosto, a provocação novamente em sua voz. Eu não gostava de ser o centro das atenções, nunca. E gostava menos ainda de falar da minha vida. Por isso, tento ser o mais vago possível.
"Não há muito para falar, para ser honesto. Minha mãe morreu quando tinha onze anos, meu pai a apenas alguns anos. Tenho um irmão mais novo, vivemos juntos. E é praticamente tudo... Sua vez, diabinha." Digo, roubando a garrafa de Jack de sua mão, tomando um gole. Ela suspira, rolando os olhos na minha direção.
"Bem, meus pais morreram quando eu tinha oito anos. Fui criada por um amigo da família. É praticamente tudo." Não perco a diversão em sua voz quando termina, me imitando. rolo os olhos, mas tenho que parar um sorrisinho.
Ficamos em silêncio por alguns instantes, revesando a garrava de whisky. Até que decido perguntar.
"Por que estou aqui, diabinha?" Arqueio uma sombrancelha em sua direção, mas a ruiva apenas sorri, divertida, e aproxima seu corpo do meu, seu peito a milímitros do meu. Seus olhos estão presos nos meus, e tenho que ignorar o impulso de beijá-la.
"Você parecia triste, quebrado e com raiva." Murmura, seu dedo indicador arrastando pelo meu peito até meu abdômem, sua unha pintada de vermelho provocando o inferno para fora de mim. O movimento vai direto para meu pau, e seus olhos verdes agora acompanhavam o caminho que seu dedo fazia. "Eu tenho uma queda pelos tristes, raivosos e quebrados."
Caralho. Encaro seus lábios enquanto ela fala, querendo mais do que nunca arrastá-la para o quarto dos fundos que Rick me deixava usar as vezes e foder a garota até que ela não consiga pensar direito. Até que eu não consiga pensar direito. Esquecer toda a merda que acontece na minha vida... gangue, Wade fugindo, Clarke morta, o fantasma na minha mãe e seu traficante fodido... só queria esquecer, porra. Me enterrar tão fundo nessa garota que nada mais ocupe minha mente.
A sua unha faz todo o caminho até o início da linha V que eu tinha, por cima da camisa, os arrepios provocados indo direto para o meu pau. Tenho que fechar minhas mãos em punhos ao lado do corpo para não fazer nada.
"Aquela atitude de fique longe de mim... é meio sexy, para ser sincera. Não pude evitar... e agora aqui estamos, não é?" Diabinha sussurra, seu nariz chegando a tocar no meu, as palavras entre nós, me provocando.
Eu não me lembro de já ter ficado tão excitado assim em toda a minha vida. Desde os meus quatorze anos, quando perdi a minha fodida virgindade. Conheço essa garota a algumas horas, e ela já está me transformando em um fodido adolescente com tesão. Sério, sentia como se fosse gozar na porra das calças.
Mas, felizmente, ou infelizmente, seu dedo para de se mexer, e quando nossos lábios estão em sussurro de distância, diabinha se afasta e fica de pé. Consigo respirar novamente, e ela apenas sorri para mim, divertida, sabendo exatamente o que estava provocando.
"Tem um carro?" Pergunta, e eu franzi a testa com a mudança de assunto. Respondo do mesmo jeito.
"Moto." Isso aumenta seu sorriso, por algum motivo.
"Melhor ainda. Vamos pegar mais uma garrafa e dar o inferno fora daqui." Murmura, antes de piscar um olho e se virar, caminhando até a saída do terraço. Apenas a encaro, e ela olha para mim quando percebe que não me levantei.
"Vem ou não, garoto do whisky?" Pergunta, arqueando uma sombrancelha, e eu suspiro.
Mais uma vez, sem um motivo, sigo a garota.
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Delta- Death of Angels 4 (HIATUS)
RomanceEu não sei seu nome. Eu não sei quem ela é. Mas no minuto em que eu botei meus olhos naquela diabinha que parecia o pecado em pessoa sabia que ela era diferente. Começou com uma noite... A noite mais fodidamente incrível da minha vida. Mas, na noi...