Não pode ser

705 36 0
                                    

Abro os olhos com o sol passando em minha janela, o Doctor ainda está deitado dormindo ao meu lado. Acabamos dormindo de roupas, afinal estávamos exaustos de toda a ação que passamos no outro dia com a luta contra os Daleks. Como será que deve estar o meu outro Senhor do Tempo? Gostaria de falar com ele novamente.

Levanto-me devagar para não acorda-lo e desço para ver como minha mãe está. Quando chego a cozinha vejo minha mãe tentando alimentar o Tony e meu pai lendo o jornal.

-Bom dia- digo com a minha voz rouca depois de acordar e vou até meu irmão para abraçá-lo, afinal eu também senti falta dele durante esse tempo.

-Bom dia meu amor- diz Jackie que quando eu me afasto continua a alimentar Tony

-Bom dia filha - Diz meu pai se levantando para me abraçar. - Ainda bem que você voltou - ele estava com um sorriso radiante e por isso gostei tanto daquele abraço.

Me sirvo de panquecas feitas pela empregada e quando minha mãe para de alimentar Tony ela se aproxima de mim e senta na minha frente.

-Querida, agora que o Doctor é humano e tudo mais... Ele terá que começar a trabalhar você sabe não é? Porque vocês vão estar juntos e ele precisa te sustentar. E sem querer te expulsar aqui de casa nem nada, mas vocês dois não podem morar aqui - Lá estava Jackie sem nenhum rastro de vergonha no rosto para falar isso. - Vocês vão precisar de espaço. Assim como seu pai e eu.

-Mãe! Ainda não sei o que eu vou fazer, nem o Doctor sabe. Mas ele não precisa me sustentar - fico indignada ao pensar nela sugerindo tal coisa - E sim, talvez não moremos aqui - realmente tenho que conversar sobre ele com isso.

- Jackie! - começa meu pai com repreensão - Como você pode falar isso para sua filha? Se ela precisar ela continuará morando aqui, temos uma casa gigante para nós.

- Eu sei, não quero que Rose saia das nossas vidas, mas ela já é uma mulher adulta. Além do mais o Doctor é inteligente, vai conseguir um emprego logo e poderá... - nessa hora minha mãe é interrompida por alguém na escada.

- Jackie, Jackie. - começa o Doctor - A coisa que eu menos quero agora é passar todos os dias com os seus gritos, não se preocupe daremos um jeito. Além do mas não posso viver nessa vida chata para sempre, preciso fazer algo.

Ficamos todos olhando para ele, ele está com o seu sorriso lindo e sedutor. E vejo que ele não está bravo, nem tinha o porque ficar. O Doctor não é um tipo de pessoa que leva as coisas para o pessoal. Amo isso nele.

-Então, café da manhã? Estou morrendo de fome - diz ele descendo as escadas correndo e sentando na mesa da cozinha.

Depois do café, meu pai sai para trabalhar como é de costume e eu pergunto se o Doctor quer sair um pouco para andar. É estranho depois de tudo o que passamos voltar a uma rotina tão comum, mais estranho para ele que nunca teve um comum na vida.

Saindo de casa o Doctor pega minha mão e saímos para caminhar um pouco. Lembro da primeira vez em que ele pegou minha mão e me disse para correr dos manequins da loja. Na época eu nem imagina que minha vida ia mudar tão de repente.

- Eu já fui professor, poderia voltar a ser professor. Eu seria um ótimo professor. - diz ele pensativo.

- Você não precisa pensar nisso agora se não quiser, sabe disso, não? - não quero que ele faça nada forçado.

- Rose, quero começar essa nova aventura de ser humano. Eu já vi mais do que todos no universo. Era um homem que não parava em um só lugar, acho que depois de 900 anos a gente pensa em como seria parar. - diz ele olhando para mim - Estou pronto para isso.

Olho para ele procurando em seus olhos algum vestígio de uma mentira. Será que depois de todas aquelas aventuras ele está cansado? Será que ele queria parar? Não, ele não quer, mas está disposto a parar.

- Acho que você seria um ótimo professor - falo por vez - Sr. Who, seria um bom nome para as crianças te chamarem - digo sorrindo.

- Eu poderia voltar a ensinar física! - diz ele se empolgando - Formaria um exercício de mini-gênios

- Tenho certeza que sim, a final eu mesma me transformei em uma - digo rindo para ele.

É nessa hora que vemos algo brilhando no céu, uma luz linda que preenche um grande espaço no céu e depois de um segundos uma nova e depois outra e outra.

- Não pode ser - diz o Doctor olhando boquiaberto para o céu - Realmente não pode ser.

O novo Doctor WhoOnde histórias criam vida. Descubra agora